Por Reynaldo Costa
Da Página do MST
Há dois anos que as famílias dos trabalhadores rurais Gilberto Ribeiro Lima e Vanderlei Ferreira Meireles aguardavam o pedido de Autorização Judicial para Translado de Materiais Genéticos dos trabalhadores, assassinados em 13 junho de 2008.
Nesta quinta-feira (15), o Juiz Marcos Adriano Ramos Fonsêca, da comarca de Maracaçumé, no Maranhão, aceitou o pedido do translado para a realização de DNA feita pelo Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán (CDVDH/CB), em agosto de 2011.
O objetivo da realização do exame é a identificação dos trabalhadores para fins de comprovação do crime cometido. O exame de DNA será realizado em Goiânia e toda despesa será custeada pelo CDVDH, que adquiriu recurso por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta, repassado pelo Ministério Público do Trabalho do Maranhão.
As famílias das vitimas agora estão mais esperançosas pelo desfecho desta longa jornada, que começou há cinco anos, quando se iniciou a luta pelo resgate dos corpos da fazenda, com o apoio do CDVDH.
O crime
Gilberto e Vanderlei foram assassinados na fazenda Boa Esperança, de propriedade de Adelson Veras Araújo, localizada dentro da Reserva Biológica do Gurupi, no município de Centro Novo do Maranhão. As investigações apontam que os dois trabalhadores foram cobrar recebimentos de diárias trabalhadas que há tempos não recebiam. O resultado foi o assassinato dos dois.
Vários acusados no envolvimento do crime foram presos preventivamente, após várias denúncias de movimentos de Direitos Humanos da região. O caso, inclusive, chegou a ser noticiado no Fantástico, da Rede Globo, em janeiro de 2011.
Este é um dos muitos casos de assassinatos de trabalhadores rurais na região. Há denúncias de que um único proprietário tenha assassinado 14 trabalhadores de sua propriedade. As dificuldades de acesso à região têm facilitado, além desses crimes, a prática de trabalho escravo, grilagem, o desmatamento descontrolado da reserva e a agressão a povos indígenas.