O MST manifesta sua profunda indignação por ocasião do adiamento (pela 3ª vez) do julgamento do assassino Adriano Chafik.
Tal ato da Justiça é inaceitável, depõe contra o Estado de Direito e demonstra a fragilidade dos tribunais brasileiros, em todas as instâncias, que se curvam ao poder econômico e se rendem as manobras ardilosas dos que podem pagar mais.
São quase 9 anos de impunidade. São 3 adiamentos do Júri. São 5 mortos. São milhares de famílias a espera de Justiça.
O MST não deixará isto barato. A partir de amanhã uma série de ações serão feitas nas regiões como forma de demonstrar nossa indignação.
Às 10h faremos uma coletiva de imprensa na ALMG. A tarde faremos protesto junto às centrais sindicais, parando BH.
Nesta quarta-feira pela manhã protestaremos em frente ao Fórum e esperamos ser recebidos pelo Juiz, para que nos explique o motivo de tanta injustiça.
Direção estadual do MST-MG
As práticas de racismos após 125 anos de fim da escravatura foram reconfiguradas, desenvolvidas e continuadas na mentalidade da nossa sociedade. O que não conseguimos fazer facilmente é mapeá-las e identificá-las geograficamente ou os indivíduos que a praticam, pois os representantes do Estado as complicam juridicamente ou não acham necessário fazer com que as instituições criem instrumentalizações jurídicas e físicas para combater estas tais práticas. O que sabemos sobre o Brasil para reivindicarmos uma sociedade igualitária e tolerante frente aos grupos humanos que compõem a nossa sociedade? E como podemos erradicar o autoritarismo e a intolerância dela? Pensamos que a única forma é começarmos a entender as categorias que surgiram nos meios políticos, econômicos e sociais brasileiros, para podermos voltar a sermos sensíveis ao perceber os erros ocorridos no país e acertá-los para vivermos sem transtornos e muito menos com a nossa liberdade de pensamento, de manifestação e de viver sendo ameaçada.