A cartorária e o bispo

Acampamento de Ariquemes, de famílias despejadas da Associação São Francisco. Foto: CPT/RO

“Lembrai-vos daquilo que eu vos disse: ‘O servo não é maior que seu senhor’. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós”. Joao 15,20.  Esta palavras de Jesus hoje devemos as aplicar a Dom Vital Corbellini, bispo diocesano de Marabá, que a dona dum cartório de Ji Paraná, Dona Maria Ângela Simões Semeguini,  teima em caluniar e perseguir o acusando injustamente de a ter ameaçado de morte. Tudo por ter tentado uma saída pacífica a um conflito agrário na cidade da Jaru, cidade do qual o então Pe. Vital era pároco o ano passado, antes de ser nomeado bispo.

O Pe. Vital foi procurado por mais duma centena de famílias ameaçadas de despejo, após onze anos morando e trabalhando na terra.   A ocupação do Acampamento Canaã  tem se convertido em exemplo de produtividade e de sustentabilidade da agricultura familiar em Rondônia. Na visita do Pe. Vital e das irmãs nos juntamos representantes da CPT RO ao seu pedido, comprovamos isto em visita realizada em março de 2012: No local dezenas de família trabalham e produzem na terra, vivendo com dignidade.

Comprovamos que aquele local está cumprindo com a função social das terras sem nenhuma dúvida.  Algumas semanas mais tarde, quando desesperados os agricultores ocuparam a estrada, representantes do Ministério Público da União, o Padre Vital Corbellini, da Paróquia de São Batista, intercederam para negociar a desocupação pacífica da BR 364, cedendo os locais da paróquia para uma reunião dos agricultores com representantes do INCRA e da Ouvidoria Agrária. 

Se a natureza do bispo não fosse pacífica e conciliadora, acreditamos que a cartorária já teria sido processado pela insistência em distorcer o seu pedido de negociação. Pese a mesma reclamar não ter sido convidada, a realidade é que Dona Ângela se nega de forma intransigente a negociar um acordo fundiário, a pesar de procurada pelo INCRA e Ouvidoria Agrária Nacional com insistência e muitas vezes.

A natureza do conflito agrário em que ela está envolvida reflete um problema jurídico herdado da colonização de Rondônia e que está emperrando a solução de muitos dos problemas atuais envolvendo tanto pequenos agricultores, posseiros e sem terra, como fazendeiros e donos de títulos provisórios de terra.  O título da Fazenda Arroba-Só Cacau que defende Dona Ângela é uma CATP: Contrato de Alienação de Terra Públicas,  título provisório emitido faz anos pelo INCRA e muitos dos quais estão inadimplentes e por tanto objeto de ação de retomada das terras pelo governo atual.

Como explicamos em janeiro, escrevendo sobre o mesmo assunto, os titulares da CATP tinham se comprometido a realizar em cinco anos uma exploração de cacau, condicionante não foi cumprida. Não foram as famílias de pequenos agricultores que a destruíram.  A exploração de cacau somente foi plantada em parte e depois abandonada. Vinte anos depois não tinha nada. Isto tem sido demonstrado em diversas vistorias realizadas por técnicos do INCRA, pelo qual motivo o Governo Federal pediu de volta as terras para reforma agrária, processo que continua correndo na justiça federal.

Então trata-se de um longo e múltiple processo judicial, onde Dona Ângela e demais proprietários tiveram diversos sucessos e fracassos. E após o recurso do Incra a última sentença da justiça federal, dum juiz que até assentados pelo Incra ele considera invasores de terra, tudo indica que ainda vai durar muito tempo. Ninguém nega a parte de direito que tem sobre a terra referida. Nem os acampados, que até hoje respeitam a fazenda de gado dela. Então, Dona Ângela, porque no negociar um acordo aceitável para todos, como é o ensejo das autoridades fundiárias do estado?

Se Dona Ângela perder, perderá investimentos e patrimônio, porém continuará com a sua moradia em Ji Paraná, com a renda e trabalho do seu cartório. Se as 110 famílias do Acampamento Canaã forem despejadas, vão perder tudo o que eles tem: a moradia, seus meios de vida  e produção. Tudo. Mais uns miseráveis provocados pela injustiça do mal chamado estado de direito.  Nem faltando á verdade e caluniando Dom Vital, nem mentindo em relação ao contrato inadimplente da CATP do seu título, nem escondendo que foi a Defensoria Pública que conseguiu suspender a reintegração de posse, nem com todas as informações Dona Ângela é fiel a verdade.

Nem fica bem para ela querer instrumentalizar a morte de Daniel Stivanin, que continua sem esclarecer, e que não mantinha conflito em área ocupada pela Liga dos Camponeses Pobres, como ela afirma. Ao contrário, logo depois da morte do mesmo, os moradores da área por ele reivindicada abandonaram pacificamente mais de onze anos de trabalho numas terras totalmente abandonadas, das quais tinham legítimo direito de usucapião, e hoje amargam uma difícil situação acampados na beira da estrada, acreditando nas promessas do INCRA de receber outra terra.

Somente em 2012 registramos em Rondônia 09 mortes por motivos agrários em nosos estado. A maioria delas continuam  sem esclarecer. O fim da violência agrária somente será possível com maior justiça no campo e onde as famílias de pequenos agricultores também possam ter vez e lugar em Rondônia.

Autoria: CPT Rondônia

http://cptrondonia.blogspot.com.br/2013/03/a-cartoraria-e-o-bispo.html

Enviada por Ruben Siqueira para Combate Racismo Ambiental.

Comments (11)

  1. O Pe. Vital não tentou uma saída pacífica, pelo contrário, alimentou a idelogia comunista no meio dos Sem Terras, juntamente com a Pastoral da Terra.

    Aquele local está cumprindo que função social? Invasão? Invadir a terra alheia é função social? Então se um sem terra invadir a sua casa, haverá ali uma função social? Quanta estupidez!

    Então o bispo tem natureza pacífica? Ele não fez nada porque está errado e não tem pra onde correr. Está errado e pronto. O pior é que não é somente o Dom Vital, que infelizmente é bispo, mas tantos padres e religiosas que perderam a fé católica há muito tempo.

    Com relação aos assentados pelo INCRA, são invasores sim, porém o INCRA é o principal invasor. Deveria haver uma investigação profunda por parte da Polícia Federal ao INCRA e também a Pastoral da Terra.

    Um mal chamado “Estado de Direito”? O senhor se demonstra comunista, inimigo da nação e da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Tive que ter uma paciência enorme pra ler esse texto até o final. A instrumentalização que o senhor utilizou em seu texto é nojenta e indignante.

    Isso tudo que vocês fazem é verdadeiramente uma manobra comunista. Saibam que de católico, os senhores não tem nada. E essa oração ridícula deve ter sido composta por um padre comunista.

    Algumas citações da Igreja com relação ao comunismo:

    Leão XIII, ao se referir ao comunismo, na sua Encíclica Quod Apostolici muneris (28 de dezembro de 1878: Acta Leonis XIII, vol. I, pág. 40), assim descreveu distinta e expressamente esse erro: “Peste mortífera, que invade a medula da sociedade humana e a conduz a um perigo extremo”.

    Em 1846, Pio IX condenou solenemente o comunismo e confirmou depois essa condenação no Sílabo. São estas as palavras que emprega na Encíclica Qui pluribus: “Para aqui (tende) essa doutrina nefanda do chamado comunismo, sumamente contrária ao próprio direito natural, a qual, uma vez admitida, levaria à subversão radical dos direitos, das coisas, das propriedades de todos e da própria sociedade humana” (Encíclica Qui pluribus, 9 de novembro de 1846: Acta Pii IX, vol. I, pág. 13. Cf. Sílabo, IV: A.A.S., vol. III, pág. 170).

    “Se os fiéis de Cristo, que declaram abertamente a doutrina materialista e anticristã dos comunistas, e, principalmente, a defendam ou a propagam, “ipso facto” caem em excomunhão. (DECRETUM CONTRA COMMUNISMUM – Decreto do Santo Ofício de 1949 – Papa Pio XII)

  2. Em meus aprendizados me ensinaram que chamar o Santo Nome de Deus em vão é pecado e mortal. Se isto mudou por favor, avise-me, pois também aprendi que a palavra de Deus nunca muda. Pois bem, voltando ao assunto de origem, tenho mais um dado a informar aos leitores, esclarecendo que são dados retirados do processo da 2ª VC de Ariquemes: em meados de 2006 ao iniciar os trabalhos no Projeto de Manejo Sustentável, tive um caminhão, um trator esteira e várias motosseras, roubadas pelos invasores, e, além de deixarem 6 funcionário meus como reféns e me denunciarem de extração ilegal de madeira na Delegacia de Polícia de Jaru, Ibama e Incra em Porto Velho, e mais no Ministério Público de Ariquemes, o mais interessante é que enquanto faziam estes protocolos eu, pessoalmente, estava no acampamento deles tentando levar os funcionários embora. Todo meu esforço foi inutil mas gerou consequencias. 1ª)ocorreram duas reuniões com o Ouvidor Agrario Naciomal, Olavo Nienow (participante da pastoral da terra)uma na cidade de Ji Parana e 2ª) outra reunião na Comarca Municipal de Ariquemes, onde tambem se encontravam presentes juizes, promotores e outras autoridades além de invasores e proprietários, após estas reuniões e em juízo, o INCRA E A OUVIDORIA AGRARIA NACIONAL,se comprometeram a comprar uma outra área para transferir os invasores no prazo de seis meses(observem isto ocorreu em 2006) e são dados constantes em processo judicial. Pergunto se este compromisso ocorreu em 2006, porque ate esta data nada fizerem? São estes dados que as pessoas de modo geral não sabem. Só sabem os que vivem o problema em seu dia a dia. E do desconhecimento da população forjam inverdades e a deturpam, segundo seus interesses.

  3. Antes de responder em nome da CPT RO, reiteramos a veracidade de tudo o que diz a matéria e a inocência de Dom Vital. Já publicamos em nosso blog Notícias da Terra (http://cptrondonia.blogspot.com)múltiples informações sobre o conflito do Acampamento Canaá e a Fazenda Arroba Só Cacau.
    Sobre a terra, ficou comprovado em sucessivas vistorias realizadas pelo INCRA que a CATP (título provisório de terras)era inadimplente em parte e por isso novamente o INCRA diz que entrou com recurso contra a decisão da justiça federal de Porto Velho (o argumento do juiz é que o Incra demorou de mais em cobrar o cumprimento das cláusulas resolutivas e iniciar o processo de retomada das terras). Enquanto o processo de domínio das terras corre na justiça, as famílias de posseiros, que estão na área há mais de doze anos, obtiveram suspensão da reintegração de posse graças a intervenção da defensoria pública.
    Finalmente queremos terminar com uma oração:

    “Deus nosso Pai e Criador,
    Que pelo Espírito Santo inspiraste o Concílio Vaticano II,
    Dando origem nas igrejas a Comissão Pastoral da Terra,
    Com trinta e cinco anos aqui em Rondônia,
    Partilhando as alegrias e as esperanças do povo,
    Comprometidos com as tristezas e angustias da Amazônia.
    Deste Paraíso fruto de Vossa Criação,
    Que nós transformamos, porém, numa terra marcada pela ganância, pela cobiça, pela injustiça e pela violência.
    Terra abençoada, que nós teimamos em acumular e em destruir, envenenando e queimando, excluindo multidões da mesa da criação,
    Escravizando e ceifando tantas vidas.
    Nós pedimos teu perdão. Pedimos conversão. Pedimos inteligência e vontade para apressar a vinda do vosso Reino que anunciastes.
    Para com teu Filho Jesus começarmos tudo de novo.
    Ele que nos fez entender que toda a criação deve ser cuidada com amor e bem administrada, para que tudo viva em plenitude.
    Ele que nos chamou à missão, restabelecendo o bem viver da humanidade, vivendo em fraternidade, harmonia e cuidado com a Mãe terra.
    Para lutar pela justiça com o testemunho dos profetas e dos mártires, como o Padre Ezequiel Ramin, para continuarmos a falar em Teu nome, superando todo medo e desânimo, para não calar diante dos poderosos.
    Pois sabemos que estás ao nosso lado, confiando em nós.
    Continua a enviar o teu Espírito para que, por Ele conduzidos, bem preparemos e melhor realizemos a missão da Pastoral de Terra e das Águas de Rondônia.
    Maria de Nazaré, Rainha da Amazônia, Mãe amante dos quilombolas, dos ribeirinhos e dos pequenos agricultores.
    Jesus caminha conosco neste compromisso em favor da justiça e da paz. AMÉM”. CPT RO

  4. TALVEZ PORQUE AS LEIS BRASILEIRAS FORAM FEITAS PARA ATENDER INTERESSES DE MEIA DUZIA DE “OCUPANTES” DE TERRAS PUBLICAS EM DETRIMENTO DE MILHARES DE TRABALHADORES QUE SE QUER TEM ONDE MORAR E TER DIGNIDADE. QUANDO CONSEGUEM UM CANTINHO PARA PRODUZIR E CRIAR SEUS FILHOS SÃO TAXADOS DE INVASORES E INUMERAS OUTRAS DISCRIMINAÇÕES E COMO CONHECEMOS A REALIDADE DO BRASIL NOSSO JUDICIÁRIO CONSEGUE GASTAR UM ORÇAMENTO QUE EQUIVALE A MAIS DA METADE DO ORÇAMENTO DO INCRA APENAS PARA IMPEDIR A DESAPROPRIAÇÃO DE TERRAS PUBLICAS OCUPADAS DE FORMA ILEGAL, QUE NÃO CUMPRE NENHUM REQUISITO DA LEI E SERVEM EM SUA MAIORIA Á VARIAS FORMAS DE EXPECULAÇÃO, PRINCIPALMENTE A DE PODER ECONOMICO QUE “MANDA E NÃO PEDE”.

  5. É UMA VERGONHA O QUE SE TEM VISTO EM NOSSO PAÍS. ONDE O PODER PUBLICO INCENTIVA A DESORDEM. QUANDO O CIDADÃO DE BEM PRECISA VIVER SOB AMEAÇAS E ENJAULADO OU OS QUE PODEM PAGAR PRA SE TER SEGURANÇA, CASO CONTRÁRIO TEMOS QUE FICAR A MERCÊ DA SORTE, POIS MUITOS PAIS DE FAMÍLIA SAEM PARA O LABOR DIÁRIO E NÃO SABE SE VOLTA PRA CASA. E NOS ÚLTIMOS DIAS UM SITE PUBLICOU QUE A FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES DA AGRICULTURA DE RONDONIA PEDIU PROTEÇÃO PARA UM SINDICALISTA E AI VEM A PERGUNTA ALGUMA A PROPRIETÁRIA ESTÁ RECEBENDO ALGUMA PROTEÇÃO POR PARTE DO PODER PUBLICO? ALGUM ORGÃO GOVERNAMENTAL A PROCUROU PARA SABER COMO ELA ESTÁ VIVENDO? DIGO QUE IGREJA NÃO FOI INSTITUIDA PARA APOIAR DESOBEDIENCIAS ÀS LEIS. VI NO TEXTO ACIMA QUE A PROPRIETÁRIA TEM CASA E TEM UM CARTÓRIO E QUE DEVE DEIXAR OUTROS BENS PARA TERCEIROS, PRECISAMOS CHAMAR A ATENÇÃO DE TODOS PARA DIZER QUE NÃO ESTAMOS VIVENDO EM UM REGIME COMUNISTA E NEM ESTAMOS NA VENEZUELA OU BOLÍVIA.
    COMO FICA A FLORESTA DEVASTADA?
    QUEM VAI ARCAR COM OS PREJUIZOS CAUSADOS NO PLANO DE MANEJO?
    POR ACASO O VATICANO VAI RESSARCIR OS DANOS?
    POVO BRASILEIRO! VAMOS ACORDAR.

  6. Prezado Sr. Ruben Siqueira da CPT de Rondônia
    Todos os Laudos de Vistória da Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira CEPLAC, estão nos autos que tramitam na 5ª Vara Federal de Porto Velho os quais comprovam que foram cumpridas as claúsulas resolutivas dos Contratos de Alienação de Terras Públicas CATP. Inclusive Laudos da CEPLAC de Ariquemes, comprovam a recuperação da lavoura cacaueira.
    Esta mesma lavoura de cacau foi totalmente roçada e queimada pelos invasores, bem como a mata primária de madeira de lei de grande valor econômico que continha até MOGNO foi vendida pelos invasores. Esta mata repito, de mais de 1.800 has, com inventário florestal e Plano de Manejo Sustentável aprovado pelo Ibama, as toras fortam vendidas e o resto da mata cortada e queimada.
    Toda a destruíção ambiental e barracos e casas que os invasores fizeram foi ao “arrrepio de Lei”, pois os mesmos e o próprio Incra tem conhecimento das reintegrações de posse que tramitam na 2ª e 3ª Vara Cível da Comarca de Ariquemes e na 5ª Vara da Justiça Federal de Porto Velho.
    A área invadida era produtiva como declara o Laudo de Produtividade elaborado pela EMATER de Jarú, laudo este que consta nos autos que tramitam na 5ª Vara Federal de Porto Velho em que houve sentença condenatória ao INCRA.
    Tudo foi destruido e roubado( CERCAS, PASTOS, GADO, CASAS SEDE E DE FUNCIONÁRIOS, TORRES DE ANTENAS,MÁQUINAS, TRATORES,CAMINHÕES, COMPUTADORES, FAX,TELEVISORES,CASAS E BARRACOES QUEIMADOS, CACAU, MADEIRA DE LEI )desde 2.002 e nas reintegrações de posse. QUEM PAGA OS PREJUÍZOS CAUSADOS PELOS INVASORES COM O APOIO DO INCRA? O Bispo? Como se diz na simples cultura caipira!
    Aguardamos JUSTIÇA como de DIREITO, para que os invasores e INCRA nos pague os prejuízos causados e nos devolvam a nossa terra adquirida com sacrifícios.

  7. “No suor do teu rosto comerás o teu pão” Gn 3.19, e um dos dez mandamentos diz “não roubarás” assim deveria a pastoral da terra ensinar, porque será cobrado, os que se se desviarem dos caminhos do Senhor, por maus ensinamentos. Pela desproporção das forças, nesta batalha, é possível avaliar o direito. Sempre lutei pela minha terra sózinha, nunca estive em grupos ou bandos, mas vou lhe contar de onde vem a minha força “esforça-e e não temas a grande multidão que vem contra voce, eles tem o braço forte do homem e voce tem o Braço Forte do Senhor Seu Deus para guerrear a sua guerra” II Cron. 32, 7-8 e “Bem conheces a minha afronta, e a minha vergonha, e a minha confusão; diante de ti estão todos os meus adversários” Sl 69,19. Este é o meu segredo, convicção e força DEUS CONHECE O MEU CORAÇÃO e Ele me tem protegido e defendido dos ardis dos meus adversários (PS. dia 18/03 – quando a PM foi buscar meus funcionários, eu estava sendo esperada na estrada para ser assassinada como o Sr. Stivanin, assassinado no dia anterior). O Senhor Meu Deus mais uma vez me livrou e protegeu. Por isto que teve inicio esta polemica, fiz um comentarios no site
    http://fratresinunum.com/2012/11/28/bispo-manda-retirar-imagens-de-santos-de-praca-sempre-caminhando-em-comunhao/ e denunciei a que estava sendo submetida por padre, pastoral da terra e sem terras, e jamis me escondi em pseudônimo, sempre,sempre usei meu nome próprio e de batismo. Deixo o julgamento a cada leitor – é loucura ou convicção?

  8. O texto foi apenas enviado para nós por Ruben Siqueira, como está claramente escrito ao final. Quem o assina é a CPT de Rondônia, conforme pode ser visto seguindo o link também no final da matéria.

    De qualquer forma, para tornar isso ainda mais claro, optamos por explicitar essa informação também, escrevendo “Autoria: CPT Rondônia”.

  9. É inacreditável como se distorcem os fatos quando não se conhece a fundo um assunto. E senhor Rubem Siqueira, pelo visto, você é “expert” nisso. Quer um conselho? Procure os processos envolvidos neste caso. Verá que, em momento algum, a senhora Ângela perdeu em qualquer instância. Repito: em nenhuma instância a justiça deu causa ganha aos invasores. Então, por favor, não diga que “a Dona Ângela e demais proprietários tiveram sucessos e fracassos”. Você prima fatidicamente pela imprecisão das palavras. Além disso, se você pretendesse elaborar um texto de forma imparcial, mostrando de fato os verdadeiros acontecimentos, procuraria fontes mais seguras. Aliás, retifico: seu texto é claramente parcial, equidistante de qualquer coisa parecida com imparcialidade e objetividade. Sinal de que você é conhecedor, sim, dos fatos. Para começar, você deixa claro que, para ser “justo”, tem que pensar tal qual você e os seus, como se o seu pensamento fosse o justo e correto. Ou seja, é preciso ver os senhores sem-terras como coitadinhos e vítimas do estado de direito, este mesmo estado de igualdade e oportunidades que vocês e os seus buscam. Contraditório, não acha? Quer dizer, se for para o pêndulo da balança descer para o seu lado, está tudo bem, não é mesmo? Mas, sabemos, no íntimo, que isso que você apregoa não é, nem de longe, uma verdade. Você afirma em tom de crítica que o juiz considera os ocupantes das terras como invasores. Só um juiz? E todos os outros que deram causa ganha aos proprietários das terras? Mas, quanto a isso, pergunto a você: se eles não são invasores, o que são? Qual o seu conceito de invasão, e, por conseguinte, de invasores? Que nome se dá àqueles que invadem a propriedade alheia, com documentos reconhecidos em cartórios (ao contrário do que você afirma)? E por que eles buscam exatamente terras já trabalhadas ao invés de terras nunca antes ocupadas? Você diz ainda que naquele local a terra está exercendo a sua função social. Acaso tem ideia do que havia de fato ali, naquele mesmo local onde hoje você diz estarem cumprindo o papel de cidadão produtor? É muito fácil fazer a terra cumprir sua função social quando ela já com mais da metade do caminho percorrido, não acha? Realmente, pelas palavras do seu texto, e conhecedor de perto desta situação, só posso supor que você desconhece por completo. Pior do que isso: você conhece, sim, mas faz vistas de cego e ouvidos de mouco quando o fato não lhe interessa, não é mesmo? O seu afã em defender os seus certamente colocou travas nos seus olhos. Acaso você teve em mãos os processos envolvendo aquelas terras para afirmar que ali o título de terras são uma CATP e todo o sentido que isso implica? Já chegou a ver de perto todos os processos envolvidos? Se você deixar um pouco de lado sua ânsia em defender os seus e usasse um pouco mais da razão, e, além disso, se aprofundasse no caso, veria que as coisas não são exatamente assim como pintou. Quanto à ameaça do sr. Vital Corbelini, por que você não conta que, logo após essa suposta “tentativa de conciliação” – que, na verdade, foi uma ameaça velada, sim – por parte dele, os mesmos sem-terras, tão defendidos pelo seu estimado padre, foram à fazenda da senhora Ângela e fizeram de refém seus três funcionários que lá se encontravam, na calada da noite, ameaçaram-nos e mandaram um “recadinho” para a senhora Ângela? E você ainda diz que “que até hoje respeitam a fazenda de gado dela”. Será que você desconhece isso? Sinceramente, acredito que você tenha conhecimento disso, sim. No mínimo, você é cínico ao fazer esse tipo de afirmação. Por que você não conta para todos em seu texto que, após se sentirem frustrados por não conseguirem o intento de “dissuadir” – para não dizer outro termo – a senhora Ângela, eles partiram para a interdição da BR-364 logo em seguida? É muito fácil defender os seus e esquecer os podres que praticam, jogando sua sujeira para debaixo do tapete, e, em seguida, ir à mídia e travestir-se de vítima inocente. Por que não conta a todos em seu texto os crimes cometidos lá dentro, seja de ordem civil (assassinato), seja de cunho ambiental, como o desmatamento daquelas terras onde, ao contrário do que você afirma, havia ali, sim, um projeto de manejo florestal, cujas árvores foram todas, absolutamente todas retiradas e vendidas por seus amigos sem-terras? Quer defender os seus, procure, então, primeiro expiar os próprios erros para, depois, isento de qualquer culpa, apontar seu dedo sujo para os outros. Você diz ainda em seu texto que foram realizadas várias vistorias por técnicos do Incra. Você tem noção da besteira que falou? Você tem noção objetiva de tais vistorias? Volto a repetir: procure os processos e comprove por si mesmo a inveracidade de suas afirmações. Para você, “negociar um acordo aceitável” seria a senhora Ângela aceitar de cabeça baixa o que vocês consideram como o melhor. Em outras palavras, que ela abra mão do que é dela simplesmente porque o estado de direito está sendo “injusto” para com os seus sem-terras? Que culpa tem ela se o problema do latifúndio perdura há anos neste país? Só para finalizar, vítima não são os sem-terras. Tenho acompanhado desde o primeiro dia da aquisição daquelas terras por parte da senhora Ângela e conheço de perto seus sacrifícios e os problemas que enfrenta desde a invasão de suas terras. Não é justo, hoje, abrir mão de tudo depois de tantas ofensas e calúnias por parte de pessoas frustradas que, por inaptidão, são incapazes de ascender social e economicamente na vida e, por isso mesmo, partem para o ataque aos que conseguiram o oposto, com base unicamente em suas próprias frustrações. Pois a questão não é mais – será que um dia foi? – o latifúndio. Se o fosse, os mesmos punhos fechados que levantam aos céus em nome do trabalhador serviria para trabalhar a terra virgem, nunca antes trabalhada, ao invés de se dizerem vítimas do estado de direito.

  10. Ruben Siqueira finalmente alguem coloca seu nome neste comentarios, apesar da inverdades, sinto-me feliz. Quem escreve é Angela e tenho pontos a esclarecer: (1) fui ameaçada pelo Pe. Vital e em parte suas ameaças se concretizaram. Verifiquem as datas e concluam sozinhos (2) 16/03 – assassinato do seu Stivanin; (3) 17/03 cinco homens armados e encapuzados foram a outra propriedade minha e mantiveram meu empregado e familia por 2 horas sob mira de arma de fogo para que me trouxessem um recado “desisitir da reintegração ou morrer” (3) 18/03 a PM de Ariquemes foi busca-los na fazenda (4)19/03 fecharam a ponte de Jaru; (5) 20/03 reunião na Paroquia de Jaru sob a alegação de iriam comprar a área – EU JAMAIS SOUBE DESTA REUNIAO. As dats provam os planos diabolicos armados contra seu Stivanin e contra mim. Voces tem meu email e se desejaram envio a “carta” que assinei e protocolei em vários orgaos de Brasilia onde tudo pode ser esclarecido. E neste momento faço mais uma denuncia – OS INVASORES DESMATARAM 1800 HA (mil e oitocentos hectares) de mata nativa e venderam toda a madeira de forma ilegal (tenho imagem de satelite para provar). Tendo mais alguma duvida podem me perguntar que as respondo meu email [email protected]

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