Aguirre Talento
Um dos líderes de um assentamento rural em Castelo de Sonhos, no distrito de Altamira (900 km de Belém), foi morto no último fim de semana.
Gilzan Teixeira, do PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Brasília, foi assassinado na zona urbana do distrito. Ele saía de uma festa e recebeu uma facada no pescoço, segundo a Polícia Civil, que investiga o caso e diz ainda não saber se o crime foi motivado por disputas de terra.
Para a representação regional da Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) e duas outras entidades locais, Gilzan foi morto por causa de conflitos fundiários. Esses conflitos, porém, se dão entre os próprios trabalhadores do assentamento rural, afirma o vereador de Altamira Aldo Boaventura (PT), que esteve no local para acompanhar o caso.
Há brigas pelos lotes de terra do assentamento e alguns moradores acumulam ilegalmente mais de um lote, diz o vereador.
Teixeira era marido da presidente da associação do assentamento, Izabel Oliveira. Segundo a Fetagri, ele denunciava ameaças de morte contra a esposa. Um filho do casal já havia sofrido um atentado no ano passado –foi atingido por seis tiros, mas sobreviveu.
CONFLITOS
O Pará é o campeão de mortes motivadas por conflitos no campo, de acordo com a CPT (Comissão Pastoral da Terra), braço agrário da Igreja Católica no Brasil. Em 2011, o Estado registrou 12 das 29 mortes por conflitos agrários computadas pela entidade.
Os dados de 2012 ainda não estão fechados, mas o cálculo preliminar da CPT é que foram 36 mortes em todo o Brasil. Neste ano, já houve pelo menos quatro, estima a entidade.
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Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.
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