Por Josias Pires do blog Bahia na Rede
O procurador-chefe da Advocacia Geral da União (AGU) no Estado da Bahia, Maximilian Torres Santos de Santana, saiu nesta quarta-feira (6) à tarde pela porta dos fundos do prédio da AGU, sob proteção de policial federal armado, para evitar reunir-se com uma comissão de representantes dos quilombolas do rio dos Macacos e movimentos sociais que os apoiam, a exemplo da CUT, MST, Movimentos de Pescadores, Movimento de Mulheres, Pastoral da Pesca, Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN) e outros. Descoberto na fuga por alguns dos presentes no ato, o policial apontou a arma para um grupo de pessoas que tentou impedir a fuga.
Esta fuga à responsabilidade do diálogo, este desprezo pelos pretos, pobres, de há muito excluídos da nação brasileira é o que se traduz do gesto cristalino do procurador-chefe, gesto vazado em subterfúgios. Por que a Advocacia Geral da União (AGU), que deveria defender os mais desprotegidos, os mais frágeis diante dos seus direitos ameaçados, prefere, com a complacência e estímulo de um Juiz que não vê a situação dos excluídos, apoiar a poderosa arma militar Marinha do Brasil? De que nação estamos falando?
Neste documentário (abaixo) de 10min, produzido no final de 2011, dona Olinda quilombola do rio dos Macacos desnuda a questão:
“Eles [a Marinha do Brasil] dizem que são uma nação, que estão aqui para proteger a gente, que vão lá pra fora para proteger o Haiti, que vão lá pra fora com Navio Escola pra a Amazônia, pra curar o povo; e a gente vive aqui desdentado, sem cuidado nenhum, porque a gente não teve oportunidade de ir a lugar nenhum, nem na igreja deles ninguém entra. Hoje vivo com medo dentro da minha própria casa”. (mais…)
Ler Mais