CPT/MS
No site da Prefeitura Municipal de Rio Brilhante/MS é possível ler: “Rio Brilhante está localizada ao Sudoeste de Mato Grosso do Sul. Região Agropecuária e Sucroalcooleira, pertencente à Microrregião da Grande Dourados, distante 161 km da capital Campo Grande”. Mas, também, distante 3 Km mais ou menos da cidade há uma terra indígena Kaiowa-Guaraní reivindicada por este povo como território tradicional. Entre as cidades de Dourados e Rio Brilhante, dois pólos de uma mesma roupagem econômica e fundiária, a comunidade indígena Laranjeira Nhanderu, está apertada, acurralada, antes que qualquer cerco de cidade, pelo assédio do latifúndio, agronegócio e dos agrotóxicos.
A comunidade já foi despejada várias vezes da fazenda que hoje ocupa. Na luta pela terra já registrou a morte de vários de seus membros, jovens, crianças e lideranças. Seguem esperando a demarcação de terras. Mas hoje o que mais preocupa a comunidade é a água que bebe, o peixe que come e o milho que colhe. Isto por conta de que o grupo humano tem o sagrado privilegio de partilhar as fronteiras de suas casas, seus córregos, seus espaços de lazer, suas trilhas e seus impotentes matinhos, com as monoculturas do agro-capital. Se o ano passado foi a cana, este ano é a espiga (transgênica), acaso um dos principais símbolos culturais dos Kaiowa-Guarani, a que requer de venenos para garantir os negócios dos fazendeiros vizinhos; ou, segundo os indígenas, do “branco usurpador”. (mais…)