Índios Arara pedem ao MPF investigação em Belo Monte por poluição nas águas do Xingu

Lideranças Arara da Volta Grande denunciam que as águas estão ficando barrentas. As ensecadeiras começaram a ser feitas sem que as condicionantes fossem cumpridas.

A informação é do sítio do Ministério Público do Pará, 17-01-2012.

O Ministério Público Federal (MPF) recebeu denúncias hoje dos índios Arara de que a qualidade das águas do Xingu – de que eles dependem para beber e cozinhar – já foi afetada pelo início das intervenções físicas no rio, confirmadas ontem pela Norte Energia SA (Nesa).

A empresa, responsável pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, começou em janeiro a fazer as ensecadeiras – dispositivos para conter as águas do rio e permitir as obras de engenharia – jogando aterro, barro e cascalho no leito do Xingu. Os índios foram surpreendidos pela mudança na água, que se tornou barrenta e cheia de sedimentos.

“A comunidade indígena está preocupada com a qualidade da água do rio Xingu, pois não possuímos poço e utilizamos a água do Xingu para beber e cozinhar. A água já está barrenta e os indígenas já estão ingerindo essa água”, diz o documento assinado pelas lideranças Arara. (mais…)

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Suzano e as águas do Maranhão

Wilson Leite*

Todos sabem que o líquido mais precioso do planeta, que garante a sobrevivência da espécie humana, a água, é também um dos principais “insumos” utilizados em grande maioria dos processos industriais. Não se pensa uma indústria que não utilize água no seu processo produtivo.

Ao longo dos anos as áreas do Maranhão foram invadidas por grandes plantações de eucalipto – tem a fama de grande consumidores desse bem -, que tiverem em nossas terras grande produtividade com redução do tempo de desenvolvimento e elevação na sua massa. Cidades como Urbanos Santos e Cidelândia foram as primeiras a receber o plantio dessa árvore, hoje os municípios que tem plantações ultrapassam mais de 50 com ampla expansão.

Em Imperatriz, graças a acordos para isenção e redução de impostos, será instalada uma unidade fabril da empresa SUZANO PAPEL E CELULOSE que pretende produzir celulose tipo exportação aproveitando as condições de logística (hidrovia, ferrovia e BR-010), ambientais (abundancia de águas: riachos e rio Tocantins, terras férteis) para a instalação de uma fábrica que inicia o processo mais poluente da produção de papel, que é o processamento da madeira para a produção da celulose, comparando-se às guserias para a produção do ferro em nível de poluição de ar e água. (mais…)

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CONEN realizará atividades no Fórum Social Temático do Rio Grande Sul

Por Roque Peixoto

A Coordenação Nacional de Entidades Negras, CONEN, realizará atividades durante do Fórum Social Temático do Rio Grande do Sul, que acontecerá de 24 a 29 de janeiro deste ano.

As atividades visam convocar o conjunto do Movimento Negro do Brasil e das Américas para uma reflexão afim de articular uma intervenção coletiva diante a crise capitalista, os problemas sociais que acometem o povo negro e o combate ao racismo ambiental.

A primeira atividade discutirá “A Crise Capitalista, O Movimento Negro E O Combate Ao Racismo Ambiental”, e acontecerá no dia 26 de janeiro, quinta-feira. A segunda atividade debaterá “O Movimento Negro Rumo À Cúpula Dos Povos Na Rio +20”, e será realizada no dia 28 de janeiro, sábado.

Segundo dirigentes da CONEN, todas as organizações do Movimento Negro estão convocadas a participarem das atividades, seguindo no caminho de firmar uma ampla unidade do movimento diante os temas. (mais…)

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Por que eles “enfrentam a natureza”

Chácara do Bananal, muito além do Jardim Ângela. Reportagem em São Paulo revela como a desigualdade segrega os mais pobres em “áreas de risco” — e depois a mídia os acusa pelas tragédias naturais

Por Joseh Silva | Fotos: Alexandra Nogueira

A Chácara Bananal, situada no extremo sul de São Paulo, abriga uma população de três mil pessoas, a maioria crianças e adolescentes. Uma comunidade de tem a característica periférica e rural. O entusiasmo e fé dos moradores chama atenção pelo fato de lidarem diariamente com obstáculos ligados a falta de infraestrutura. O bairro não oferece as mínimas condições para a existência humana. Não há saneamento básico. As ruas e vielas são de terra ou barro. Algumas casas estão condenadas pela defesa civil.

A Chácara tem duas entradas, sendo uma delas mais caótica. Lá, as mangueiras improvisadas, que conduzem água, estão expostas a céu aberto por toda a via. Jorram água a todo o momento, pois estão furadas. O abastecimento pela rede ou pelo poço não é confiável, pois como não há tratamento de esgoto, a chance de contaminação do lençol freático é alta. A energia não é regularizada. De forma comunitária, os próprios moradores fizeram as “gambiarras” para garantir a iluminação. Além da luz, metade do bairro conta com telefone e internet; já a outra dispõe somente do mínimo para sobreviver. (mais…)

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Pablo Neruda assassinado? O que sabemos talvez seja pior

Em relação à morte de Pablo Neruda, as perguntas talvez não tenham respostas. Ele estava acamado, quando o golpe aconteceu. E se supunha que o ódio dos criminosos que depuseram o governo chileno, respeitasse um dos poucos prêmios Nobel da América Latina até ali. Seu provável assassínio, portanto, não é uma questão tão simples.

Enio Squeff

Parte da imprensa chilena, segundo a revista “Fórum”, está divulgando uma história que até bem pouco pareceria inverossímil: Pablo Neruda, prêmio Nobel de Literatura de 1971, teria sido assassinado. Em pleno golpe de estado levado a cabo pelo general Augusto Pinochet, Neruda, internado num hospital em Santiago do Chile, sofria de um suposto câncer na próstata, e talvez não tivesse muito tempo de vida. Foi quando alguém entrou em seu quarto, aplicou-lhe uma injeção na barriga e se retirou. Poucas horas depois, a se queixar de muitas dores, o poeta faleceu.

Aparentemente, e pelas conclusões dos legistas, a “causa mortis” teria sido um ataque cardíaco fulminante. O ex-motorista de Pablo Neruda, porém, preso em seguida à morte do escritor, reforça a versão do assassinato. A hipótese é que às dez mil mortes atribuídas a Pinochet e a Henry Kissinger (foi o ex-secretário norte-americano quem recomendou que as “coisas” – leia-se mortos “necessárias” – tanto no Chile, na Argentina, quanto no Brasil fossem “rápidas”), teria de ser acrescentada agora o assassínio do único Premio Nobel do Chile. Qualquer semelhança entre Pinochet e um dos maiores assassinos de todos os tempos, César Bórgia, filho do Papa Alexandre VI, pode ser um exagero. Mas poucos ressaltam o criminoso em Pinochet; já César Bórgia é uma unanimidade histórica desde o século XVI. (mais…)

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Instituto Búzios debate Mulheres, Megaeventos, Racismo Ambiental e Populações Tradicionais, no FST

O Instituto Búzios, em conjunto com o Círculo Palmarino e os setoriais de Mulheres e o de Negros e Negras do PSOL, através da Fundação Lauro Campos, vai realizar duas atividades autogestionárias no Fórum Social Temático, em Porto Alegre.

No dia 27 de janeiro, às 17 horas, o tema será “Mulheres e os Megaeventos”. Participarão da mesa Esther Vivas, da Izquierda Anticapitalista  da Catalunha; Tania Pacheco, do Mapa de conflitos envolvendo injustiça ambiental e saúde no Brasil; Ana Haunauer, da Via Campesina/RS; e Fernanda Melchiona, vereadora de Porto Alegre pelo PSOL. É esperada também a presença de uma representante do Comitê Popular da Copa, de Porto Alegre.

No dia 28 de janeiro, às 14 horas, o tema será “Racismo Ambiental e as populações tradicionais”. À mesa estarão Damião Braga, da Associação dos Quilombolas do Rio de Janeiro; Marcelle Valle, do Instituto Búzios/Bahia; Tania Pacheco, do GT Combate ao Racismo Ambiental; e Gilberto Campos, do Círculo Palmarino, do Espírito Santo. O coordenador será Ronaldo Oliveira, também do Instituto Búzios.

As atividades serão realizadas no SINDSPREV, na Travessa Francisco Leonardo Truda 40 – 12º andar.

Enviada por Luciene Lacerda.

 

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A reforma do Código Florestal e a imprensa

Na reta final da tramitação do projeto de lei do novo Código Florestal no Senado Federal, pesquisa da ANDI- Comunicação e Direitos mostra que a mídia nem sempre consegue colocar em pauta aspectos técnicos e científicos sobre o tema. De acordo com a publicação “O Código Florestal e a Imprensa Brasileira”, que contou com o apoio da Aliança para o Clima e Uso da Terra (CLUA), a cobertura da imprensa pouco fala sobre um modelo sustentável de desenvolvimento.

O levantamento avaliou a cobertura de 17 jornais diários das diversas regiões do país sobre a tramitação da reforma do Código Florestal na Câmara dos Deputados. Nele, fatores de ordem política e partidária foram o tema principal em 60% dos textos analisados.

Nesse sentido, as articulações do relator do projeto, deputado Aldo Rebelo, as divisões na base aliada e as dificuldades do Governo Federal em posicionar-se de forma clara frente às propostas do novo Código, ocuparam grande espaço nas páginas dos jornais. A questão aqui, no entanto, é que estas questões, em muitos momentos, deixaram em segundo plano a discussão da política ambiental e a centralidade do Código. (mais…)

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Mexicanos enviam ajuda de emergência aos indígenas Tarahumara após relatos de suicídios

As autoridades mexicanas e grupos de cidadãos começaram a enviar ajuda de emergência para as comunidades indígenas da Serra de Tarahumara, no Norte do México, depois de um responsável local ter relatado dezenas de suicídios entre a população afectada pela fome, que não foram confirmados.

Criança indígena Tarahumara junto a estação de comboios no Norte do México (Heriberto Rodriguez/Reuters)

Por Isabel Gorjão Santos

Na Serra de Tarahumara, no estado mexicano de Chihuahua, vive-se uma situação de crise alimentar, confirmou o porta-voz da Cruz Vermelha no México, Rafael González. Afetada pela seca e pelo frio, a comunidade indígena Tarahumara deixou de ter com que se alimentar e na semana passada o secretário da prefeitura de Carichí Ramón Gardea, que é também membro da Frente Organizada de Camponeses Indígenas, colocou um vídeo na Internet a relatar cerca de 50 casos de suicídios. Mais tarde viria a admitir que não tivera essa informação em primeira mão, mas o seu apelo desencadeou donativos que estão agora a ser encaminhados para a comunidade indígena.

“As mulheres indígenas ficam desoladas quando estão quatro ou cinco dias sem conseguir alimentar os filhos”, disse Gardea, citado pelo Washington Post. “Estão tão desesperados que, desde Dezembro, 50 homens e mulheres subiram à montanha e atiraram-se para o vale. Outros enforcaram-se”, adiantou. (mais…)

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Castells debate os dilemas da internet

Para sociólogo, breve todo planeta estará conectado; Google e Facebook não são ameaça. Grande desafio é manter liberdade na rede. Entrevista a Sergio Martin, Rádio Europa Aberta. Tradução: Daniela Frabasile e Gabriela Leite Martins

Nos Estados Unidos, o Congresso examina leis (SOPA e PIPA) que podem impedir a troca de conteúdos em rede — e, se adotadas, atingirão internautas em muitos países. Na China, a campanha anunciada pelo presidente Hu Jintao para “promover a identidade cultural” do país inclui endurecer a censura sobre certos conteúdos que circulam pela rede. Mas em todo o mundo, ela continua a ligar seres humanos sem intermediações de governos ou empresas — e, em casos cada vez mais numerosos, a viabilizar mobilizações que derrubam ditaduras e desafiam o poder econômico. Qual o futuro da internet, em meio a tendências tão contraditórias?

No início de janeiro, o sociólogo Manuel Castells concedeu ao programa Europa Abierta, da rádio e TV pública espanhola, uma entrevista de enorme importância para o debate destes temas. Conhecido por obras que estabeleceram novos conceitos (como a trilogia “A Era da Informação”) e, mais recentemente, por sua aposta na possibilidade de manter a internet como espaço de uma “cultura de liberdade”, Castells sustentou quatro pontos de vista essenciais: (mais…)

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Manifestações de Cateme, em Tete. Governo acusado de ter traído povo

MDM exige imediata soltura dos detidos – O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) diz que as manifestações de terça-feira, dia 10 de janeiro, protagonizadas pelos reassentados do centro de Cateme, no distrito de Moatize, em Tete, são resultado da flagrante traição do Governo moçambicano, que presta mais atenção aos interesses estrangeiros e ignora as mais elementares necessidades dos cidadãos nacionais. Na voz do seu delegado na província de Tete, Celestino Bento, aquela formação política afirma que “a sublevação daqueles concidadãos significa um cansaço, porque há vários anos que vêm reclamando a falta do cumprimento das promessas feitas como condição para abandonarem as suas zonas de origem no município da vila de Moatize, para dar lugar à extracção do carvão pela empresa Vale”.

“O povo descobriu que tinha sido traído. Foi retirado de zonas onde havia mínimas condições de vida para um terreno sem hipóteses para a agricultura. A água escasseia e as casas construídas no local são um atentado à vida, porque em pouco tempo apresentam rachas, agravando-se com o facto de muitas delas terem sido erguidas nos corredores da água da chuva, o que faz ocorrer inundações dentro das habitações” – disse Celestino Bento, que, no entanto, reconhece que “às vezes, quem tem fome pode não controlar as suas emoções”.

O delegado político do MDM na província de Tete, que procurou a nossa Reportagem para repudiar as más condições de vida oferecidas aos reassentados em Cateme e solidarizar-se com eles, exige que o Governo acelere os contactos com a Vale para que esta empresa, a breve trecho, rectifique os erros de construção nas residências e honre os seus compromissos. Assim, segundo as suas palavras, “aqueles compatriotas deixarão de se sentir estrangeiros dentro do seu próprio país”. (mais…)

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