A luta contra a discriminação racial não tem sido maior que a contribuição que damos ao desenvolvimento do Brasil, a exemplo do que assistimos hoje no Tribunal de Justiça da Bahia e no Conselho Nacional de Justiça – CNJ, quando duas mulheres negras baianas questionaram o papel destes órgãos e a inserção da população negra nestes espaços.
Nestes séculos de lutas tivemos avanços, mas nunca tínhamos nos ousados a questionar o judiciário brasileiro. A campanha Desembargadora Sim. Porque Não? e a Campanha de inserção de mulheres negras no Supremo Tribunal Federal nos garantiram a primeira mulher negra Desembargadora na Bahia e a primeira mulher Negra Corregedora Nacional de Justiça, respectivamente em Dezembro 2011 e Setembro de 2010. É isso que precisamos fazer, sair do discurso que constata para a prática que transforma.
Todos sabem, branco(a)s e negro(a)s que vivemos um apartheid disfarçado no Brasil, onde a maioria é subserviente à minoria. Temos dois Brasis: um branco, que vive as vantagens de 350 anos de escravidão e 123 anos de racismo, e outro negro, que vive suas desvantagens. Vivemos esta desvantagem, sobretudo na subrepresentação da população negra nas esferas de poder. (mais…)