Partimos em direção a mais uma missão em defesa dos direitos humanos. Nesta empreitada, fui acompanhado do meu colega Luís Antonio Pedrosa, pela OAB/MA e Rosimeire Diniz, do CIMI/MA. Nosso destino: território indígena Araribóia, situado nos municípios de Arame, Amarante e Grajaú.
Depois de 6 horas de viagem, chegamos à cidade de Grajaú, uma das “portas de entrada” para o território Araribóia. No caminho, logo após a cidade de Barra do Corda, entramos na terra indígena Cana Brava, formada por uma população de cerca de 6000 indígenas (CIMI, 2008).
Formada por dezenas de pequenas aldeias espalhadas por 137 mil hectares, cortada ao meio pela BR 226 e pelas linhas de transmissão da Eletronorte, é visível o estado de abandono que muitos indígenas se encontram naquele território. Ao longo de todo o trajeto, casas de pau a pique são apenas a faceta mais evidente dessa situação. Após décadas de exploração do território por madeireiros e grandes fazendeiros, os recursos naturais estão praticamente esgotados.
Durante o percurso na BR 226 dentro do território Cana Brava, encontramos uns 8 pontos de “pedágio”. Consistem em cordas estendidas de um lado a outro da rodovia. Em cada ponta, mulheres, idosas e crianças solicitavam dos motoristas contribuições. Um terrível estado de mendicância. (mais…)