A Defensoria Pública de São Paulo está em perigo. E é urgente que saiamos na sua defesa, por tudo o que ela representa em termos de democratização do Sistema de Justiça, de exemplo a ser seguido pelas outras DPs e, principalmente, pelo trabalho que desenvolve junto às populações e comunidades para a defesa das quais as Defensorias foram especificamente criadas. Para apoiar a DP/SP basta enviar e-mail com seu nome completo ou de sua entidade para [email protected] e [email protected]. E esse exercício de cidadania precisa ser imediato! Por favor, leia o texto e a nota abaixo para saber porque isso é tão importante.
Tania Pacheco
Os movimentos sociais e as entidades que lutam pela democratização da democracia neste País sabem ainda muito pouco sobre a importância das Defensorias Públicas para a defesa das comunidades. Na verdade, sabem tão pouco, que há estados em que ela não existe ou é “presente” para afilhados políticos do governador. Em outras, onde ela é operante, permitimos seu “desmonte”, com o afastamento d@s DPs que ousam defender aqueles e aquelas em nome de quem ela foi regulamentada pela Lei Complementar 132/2009. Foi o caso do Rio de Janeiro e d@s DPs que ousavam defender catadores de material reciclável, pescadores ameaçados pela indústria do petróleo, moradores expulsos pela especulação imobiliária e, até, a comunidade de Santa Cruz, na luta pelo direito à saúde e contra a TKCSA.
Agora, a ameaça é contra a Defensoria Pública de São Paulo, que vem sendo, sem qualquer sombra de dúvida, um exemplo para todo o País. Criada em 2006, como resultado da luta e da existência de mais de 400 entidades da sociedade civil, ela foi também pioneira na eleição de uma Ouvidora-Geral a partir de lista organizada pela sociedade civil. Em junho de 2010, Luciana Zaffalon assumia o posto, de acordo com a LC 132. E se tornava mais um exemplo para outros estados.
Infelizmente, nem tudo é motivo de orgulho para os paulistas, em termos de práticas de democratização da Justiça. Em todo o Brasil, o número de Defensores Públicos é ainda reduzido e muito aquém do necessário, sem dúvida em consequência da falta de interesse dos governadores em promover os concursos públicos que a LC determina para o preenchimento do cargo. Isso faz com que, em muitos estados, a Defensoria Pública da União (DPU) se veja obrigada a sair em defesa das comunidades, como está acontecendo, por exemplo, no Ceará, na luta contra o DNOCS. Em outros, é o Ministério Público, Federal ou Estadual, que assume papéis que seriam mais naturalmente de atribuição da Defensoria. Finalmente, há casos, como em São Paulo, onde integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil são pagos para atuar na defesa das populações carentes, em municípios onde a DP ainda não está instalada. (mais…)
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