Desde o dia 15 de novembro que o Povo Pitaguary está imerso em um processo de organização interna. Todo esse processo foi desencadeado a partir da demanda da II Assembleia do Povo Pitaguary, ocorrida em novembro do ano passado. Durante a Assembleia, o povo Pitaguary elaborou um código de convivência em que listou 51 artigos sobre os diversos assuntos que nos afligem.
Terça-feira nos juntamos novamente para avaliar o código e aprovarmos em definitivo. Desse processo resultou mais uma reunião com o Minsitério Público e a Funai, na quarta-feira, em que apresentamos o código e nossas maiores dificuldades. O Ministério Público, na ocasião representado pelo Antropólogo Sérgio Brissac, e a FUNAI, pelo seu coordenador Paulo Fernando Barbosa, nos escutaram e percorreram a aldeia fiscalizando nossos principais problemas.
Nessa quinta-feira última, mais uma vez a FUNAI se fez presente na aldeia para fiscalizar uma denúncia antiga da comunidade. A comunidade indígena da Monguba, localizada no municipio de Pacatuba, há muito tempo denuncia que uma antiga pedreira que se encontrava desativada há mais de 15 anos estava se preparando para ser reativada. Então, a FUNAI e dois fiscais do IBAMA visitaram as instalações dessa pedreira e constataram várias irregularidades quanto às licenças de instalação e operação. Na oportunidade a pedreira foi multada, causando assim uma revolta ao gerente da pedreira que passou a ofender e desrespeitar o Povo Pitaguary, ferindo-nos no elemento cultural mais importante, que é nossa identidade étnica.
Diante de tais absurdos, desde a noite de quinta-feira o Povo Pitaguary, representado por suas comunidades, ocupa o interior dessa pedreira e aguarda as medidas cabiveis dos órgãos competentes no tocante, que é proibir de vez a instalação dessa pedreira no interior da terra indígena. Permaneceremos acampados até chegarmos a uma solução.
Ceiça Pitaguary
Coordenadora do DMI da APOINME
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Articulação de Mulheres Indigenas do Nordeste, Minas Gerais e Espirito Santo
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Enviada por Estêvão Palitot.