Igor Almeida
Depois de todo a repercussão que o caso de Alcântara e as comunidades quilombolas teve no final de 2008 e começo de 2009, com a garantia de permanência das comunidades de Brito, Baracatatiua e Mamuna em seus terrtórios (mediante acordo judicial), parecia que o Projeto Cyclone IV, da empresa binacional Alcântara Cyclone Space, tinha subido no telhado.
Ledo engano. Durante os anos de 09/10, a empresa realizou os estudos de impacto sócio-ambiental e os levantamentos técnicos necessários para o início das obras.
Segundo informações levantadas de pessoas ligadas ao empreendimento, as obras para implantação do sítio de lançamento iniciar-se-ão agora no mês de março e a previsão é de que durem, aproximadamente 18 meses. Ainda de acordo com essa fonte, em virtude do rigoroso regime de chuvas desse ano e a previsão do mesmo rigor para 2012, é possível que essa prazo seja prorrogado por mais 6 meses.
Assim, seriam 2 anos somente para construção do sítio de lançamento. Agrega-se a esse tempo, toda a parte técnica de instalação dos equipamentos, o que pode durar cerca de 01 ano.
Portanto, o segundo semestre de 2013 ou início de 2014 é uma previsão realista para que o Cyclone IV possa ganhar o espaço. Importante ressaltar que, em visita à Ucrânia no começo do ano passado, o então presidente Lula disse ao presidente ucraniano que o foguete construído pela empresa binacional subiria até o final de 2010 (declaração reproduzida pelo jornal Folha de São Paulo).
Importante lembrar que, para que fosse concedida a Licença de Instalação para a ACS, várias condicionantes foram impostas dentro do Estudo/Relatório de Impacto Ambiental. As comunidades quilombolas e entidades que prestam assessoria a elas acompanharão todo o desenrolar durante esse período que se avizinha. Ao menor sinal de descumprimento dessa condionantes sócio-ambientais, a empresa será acionada, a fim de que os direitos garantidos constitucionalmente das famílias que compõem o território étnico de Alcântara sejam respeitados e garantidos.
Enviada por Edmilson Pinheiro.