Sobre o “mistério da fumaça laranja da CSA” em Santa Cruz, RJ

Tania Pacheco

Este Blog publicou ontem matéria sobre sob o título “Mistério no ar: CSA lança fumaça laranja no céu de Santa Cruz“, ao final da qual a assessoria da empresa informava que a causa seria “um desvio na produção de um dos fornos” e um “incidente comum quando o equipamento tem pouco tempo de funcionamento“. E ainda: “A poeira de ferro não traz riscos à saúde. As estações de monitoramento da qualidade do ar instaladas na região não registraram qualquer alteração fora dos padrões estabelecidos pela legislação”.

A foto acima não é dos fornos “com pouco tempo de uso” da CSA, nem foi feita nos últimos dias. Na verdade, tem 11 anos de idade e foi tirada na cidade de Charqueada, Rio Grande do Sul, mostrando a “fumaça alaranjada” (neste caso num tom mais róseo) da Piratini, hoje Gerdau. Abaixo, outra versão do mesmo “mistério”, numa foto bem mais “laranja” flagrada na Acesita (atualmente Arcelor), na cidade de Timóteo, Minas, em 1991. Ambas foram enviadas por nosso companheiro Osvaldo Sevá, da Unicamp,  juntamente com uma explicação que torna desnecessárias as investigações do INEA:

“Li no boletim sobre a fumaça cor de laranja da CSA e as explicações fajutas dos dirigentes e a providência mais fajuta ainda do INEA, que vai verificar na segunda-feira uma poluição registrada na sexta anterior. É isso mesmo:  aciarias produzem isso diariamente. Não sei como não tinha ainda aparecido alguém fotografando.

“Não é só ‘pó de ferro’; é um coquetel de partículas de óxido de ferro, manganês e outros metais (cor de ferrugem) com vários gases da aciaria, que são derivados de carvão mineral, e muito CO e CO2. Na mesma siderúrgica integrada, a poluição da coqueria ainda é muito pior…

“Aqui mesmo, perto de casa,  vejo frequentemente a nuvenzinha saindo da antiga Villares – Eletrometal, no município de Sumaré. Como diz o ditado conformista: faz parte…”

Como nem Sevá nem nós somos conformistas, a luta continua!

Comments (2)

  1. Caro amigo, esta fumaça de longe se aproxima de algo como pó de ferro pois ele é pesado de mais para conseguir flutuar no ar. Todas as plantas siderúrgicas que fazem uso de coque de carvão mineral ou de petróleo como combustível dos fornos tem como um dos diversos rejeitos do processo o gás benzeno, a cor com tons amarelo ou marrom alaranjado se deve ao enxofre deste gás, ele é extremamente prejudicial a saúde pois provoca diversas doenças e principalmente leucemia se for inalado com frequência. Não sei como funciona no seu estado mas em São Paulo há órgãos de controle ambiental como a Cetesb que monitora com frequência plantas industriais que emitem poluentes tão nocivos a saúde como tal, ele tem autonomia de multar e até fechar a instalação caso excedam os limites estabelecidos em normas ou leis.

  2. AMIGOS, O COMBATE AO RACISMO AMBIENTAL É MUITO IMPORTANTE. GOSTARIA DE ACRECENTAR NESTAS FOTOS, QUE VEJO DURANTE A NOITE AINDA ESTAS FUMAÇAS. VOU TENTAR TIRAR ALGUMAS FOTOS. AQUI EM CHARQUEADAS JÁ EXISTE FILTRO PARA FILTRAR MAS, O QUE DIZEM OS DITADOS CONFORMISTAS QUE O FILTRO NÃO DÁ CONTA E DURANTE A NOITE ELES DESLIGAM.

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