Na ótica do “Estadão”: ‘Concessões de Lula a quilombolas deixarão bomba fundiária para Dilma’

Roldão Arruda – O Estado de S.Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrega amanhã o título de propriedade da terra aos moradores da comunidade Ivaporunduva, reduto quilombola do interior de São Paulo, em Eldorado Paulista. O evento terá tom festivo, passando ao largo da polêmica e das tensões cada vez mais maiores que envolvem a demarcação de terras quilombolas – uma das questões espinhosas no passivo social que deixará para Dilma Rousseff.

O título a ser entregue, de forma simbólica, uma vez que vigora desde maio, abrange uma área de 2,7 mil hectares, na qual vivem 70 famílias de uma comunidade tradicionalíssima, cujas origens remontam ao século 17. Ele é uma pequena parte de um grande problema: faz parte de um lote de 113 terras quilombolas tituladas, diante de um conjunto de 3.524 comunidades identificadas, segundo dados da Secretaria da Igualdade Racial – todas elas interessadas em títulos.

De acordo com estimativa feita pelo Estado, se todas as comunidades identificadas forem atendidas, o governo terá de titular 8,5 milhões de hectares – o equivalente a quase duas vezes o Estado do Rio. É uma estimativa conservadora, com base na média de títulos já expedidos, que totalizam 971,3 mil hectares, beneficiando 11.506 famílias. (mais…)

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Perú: “Nos engañaron para aceptar la minería…” Testimonios de mujeres sobre Justicia Climática

Servindi – Mujeres de las comunidades indígenas del Perú compartieron sus experiencias sobre los impactos de la crisis climática que sufren en el Seminario Taller “Justicia Climática para las mujeres y los pueblos”, organizado por la Marcha Mundial de Mujeres.

Se trató de una actividad autogestionada que permitió compartir con cientos de delegados que participaron en el  Foro: Pueblos Indígenas Minería, Cambio Climático y Buen Vivir, que organizó la Coordinadora Andina de Organizaciones Indígenas (CAOI). Estos son algunos de los testimonios compartidos:

Témpora, Frente de Defensa de Tambogrande (Región Piura) . Las mujeres fuimos el blanco de la minera Manhattan, nos engañaron para convencer al pueblo que acepte la minería, pero descubrimos que nos utilizaban y nos organizamos.

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“Elite indignada”

De acordo com Brecht, há momentos em que o humor é a melhor arma… TP.

“A elite branca finalmente desabafa. Assista, abaixo, ao vídeo definitivo para explicar essa tragédia popularesca. Uma obra que revela todas as agruras que têm levado os filhos dos Jardins e da Barra da Tijuca a tomarem uma atitude na internet – e até na porrada mesmo, na rua – contra a invasão negra, nordestina, gay e… petista”.


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Consciência Negra: em defesa da diferença

Uma observação: na verdade, o Dia da Consciência Negra tornou-se uma comemoração Nacional a partir da Lei 10.639/2003. TP.

Igor Vitorino*

Os negros e negras querem um novo lugar na sociedade brasileira. Um lugar distinto daquele que lhes deram (lhes obrigaram) ao longo da história do Brasil. Um lugar de dignidade e positividade. Um lugar de respeito e reconhecimento. O Dia 20 de novembro, criado pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, transformado em feriado em diversos estados e municípios da federação, é um dia de afirmação e renovação da luta pela dignidade da população negra e de defesa do direito à diferença e à diversidade étnico-racial. Nele comemora-se a memória de Zumbi do Palmares (morto nessa data no de ano 1695) e sua história de resistência ao poder colonial português, constituídos em fonte de reflexão, de valores e de referências para comunidade negra brasileira.

Setores da sociedade brasileira acusam de ato discriminatório o estabelecimento de uma data específica para celebrar as memórias e histórias dos negras e negras que com suor e dor construíram o “solo varonil” desse país. Esse tipo de argumento nega a população negra aquilo que muitos imigrantes voluntários como alemães, italianos, sírios, japoneses e outros povos já tem em nosso país, datas específicas para celebrar sua chegada nessa terra, quando dignamente comemoram a história do êxito de sua colonização. Isso também não é, na realidade, um momento de valorização da cultura e história daquele povo, uma exaltação dos seus valores e origens? Por que também não é acusado de um ato discriminatório? (mais…)

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