Não se trata de uma questão pontual. A família de Maria Nazareth e Maria das Dores são vítimas de um conflito que dura mais de 25 anos e que envolve também outras 51 famílias de pescadores, que viviam nas Ilhas de Sirinhaém e que foram sendo expulsas, uma a uma, pelas ações criminosas da Usina Trapiche, com sucessivas ameaças, queima das casas e perseguições. Atualmente só as famílias das duas irmãs permanecem na área. Essas mulheres tornaram-se símbolo de luta e resistência contra os crimes cometidos pela Trapiche e pelo monocultivo de cana-de-açúcar na região.
Governo do Estado conivente com o conflito – A justiça e a Usina Trapiche caminham para por um fim na história de mais uma comunidade tradicional. E o Governo do Estado de Pernambuco se posiciona de forma conivente diante do conflito. Desde 2006, como forma de solucionar o conflito, as famílias, com o apoio da população local, da Colônia e da Associação de pescadores e por diversas organizações ambientalistas e de direitos humanos, solicitaram ao ICMBio e ao Ibama o pedido de criação de uma Reserva Extrativista (Resex) na área. Com a criação da Resex a proteção ambiental na área e a permanência das famílias em seu local de origem fica garantida. O processo administrativo para a criação da Reserva já foi concluído, dependendo apenas de uma posição favorável do Governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, para que seja criada. Entretanto, mesmo com a iminência do despejo das últimas famílias que resistem nas Ilhas, o Governo do Estado se posiciona de forma conivente com a violência promovida pela Trapiche.
Outras informações:
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Plácido Júnior
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http://terradedireitos.org.br/biblioteca/iminencia-de-despejo-de-uma-das-ultimas-familia-de-pescadoras-tradicionais-das-ilhas-de-sirinhaem/