Chapada do Apodi, CE: Pesquisa relaciona casos de câncer com agrotóxicos

Poluindo diretamente o solo e o lençol freático, máquina despeja restos de agrotóxico na Chapada do Apodi, zona rural de Limoeiro do Norte. Foto de MELQUÍADES JÚNIOR
Poluindo diretamente o solo e o lençol freático, máquina despeja restos de agrotóxico na Chapada do Apodi, zona rural de Limoeiro do Norte. Foto de MELQUÍADES JÚNIOR
Cerca de 68% das pessoas que aplicam agrotóxico em plantios na Chapada do Apodi desconhecem o produto

Limoeiro do Norte. Foram 42 as mortes causadas por câncer neste Município, a maioria entre agricultores, somente no ano passado. O número é considerado alto demais para um município com pouco mais de 50 mil habitantes. O registro não difere muito dos outros anos na mesma cidade. Porque ainda não se pode dizer “com toda clareza”, especialistas evitam ser categóricos sobre relação de efeito e causa entre o uso indiscriminado de agrotóxicos na Chapada do Apodi e os óbitos por neoplasia (câncer).

Mesmo assim, mais de dois anos de levantamento científico da Universidade Federal do Ceará (UFC) na região leva a médica e professora Raquel Rigotto, que lidera o grupo de pesquisa, a dizer que “a relação entre câncer e agrotóxicos está muito estabelecida, com diversos ativos e contaminantes, e não só câncer”, explica a pesquisadora, que participa hoje de audiência pública em Limoeiro do Norte sobre o impacto da pulverização aérea dos aditivos químicos nas lavouras cultivadas na Chapada do Apodi. Reportagem de Melquíades Júnior, no Diário do Nordeste. (mais…)

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13 de maio: abolição inacabada, artigo de Willian Luiz da Conceição

Uma criança negra sorrindo

[Correio da Cidadania] – Neste ano completamos 122 anos de lei Áurea que aboliu a escravidão no Brasil. Este processo foi lento, limitado, gradual e deve ainda hoje ser problematizado, pois não garantiu aos negros uma condição de dignidade em um país estruturalmente desigual.

A Lei Áurea (Lei Imperial n.º 3.353), sancionada em 13 de maio de 1888 foi a ultima de várias que a precederam, como a Lei Eusébio de Queiros de 1850, Lei do Ventre Livre de 1871 e a Lei do Sexagenário de 1885. Com o fim do tráfico negreiro em 1850, entramos em um processo quase que inevitável de fim do trabalho escravo no país (que culminou na abolição), influenciado em grande escala por pressão internacional, pelas milhares de revoltas escravas, quilombos e mais tarde por grupos abolicionistas.

Esta transformação no cenário internacional, em que o Brasil foi o ultimo país a se inserir, é parte das modificações econômicas dos países “independentes”, da busca de fortalecimento dos mercados internos e da abolição de formas pré-capitalistas de economia, que só poderiam ser levadas a cabo pelo ‘trabalho livre’. A escravidão no Brasil foi a base da estruturação econômica e de acúmulo primitivo de capital capaz de desenvolver mais tarde a economia industrial.

Foi o escravo negro, a massa substancial da força de trabalho durante aproximadamente quatro séculos, capaz de acumular as riquezas para construirmos um país. Foram milhões de africanos sequestrados em todas as partes da África, de Moçambique, passando pelo Congo, Nigéria, Guiné, Sudão, Angola, entre outras, que formaram este contingente humano.

Após a abolição, pouco foi revisto da condição dos afro-descendentes, continuamos a ser a parte miserável da sociedade brasileira, lançados na marginalidade, sem trabalho digno, educação, infraestrutura. Coube ao negro ocupar as periferias dos grandes centros urbanos. Não é por acaso, que os locais mais afetados pelas catástrofes que varreram o Rio de Janeiro neste ano foram locais onde a maior parte de seus habitantes são negros, como o Morro do Bumba em Niterói, construído em cima de um lixão. A abolição foi incapaz de integrar e estruturar o negro na sociedade. O negro no Brasil, de capitalismo dependente, acarretou duplo preconceito e segregação: de classe e de raça. (mais…)

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Relatório do CDDPH registra situação degradante de índios sem terra em Mato Grosso do Sul

Relatório apresentado ontem (12) no Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) documenta várias violações aos direitos humanos contra índios das etnias Guarani Kaiowa e Guarani Ñandeva, que residem próximo a Dourados em Mato Grosso do Sul.


O relatório elaborado por uma comissão do conselho confirma a situação precária dos índios na região, já retratada em reportagem feita pela Agência Brasil no ano passado. O documento aponta a existência de conflito fundiário na região, a expulsão dos índios de terras originárias e as péssimas condições de vida, moradia e assistência à saúde dos indígenas.

Na aldeia Passo Pirajú, a 20 quilômetros do centro de Dourados, 16 famílias dos índios Guarani Kaiowa vivem em uma área cercada por fazendas e sofrem com a falta de água. Segundo o relatório, “o acesso ao rio foi totalmente fechado por um dos vizinhos que eletrificou a cerca que divide as terras indígenas impossibilitando a pesca ou o uso da água do rio”. (mais…)

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São Paulo – Movimentos exigem que governador dê explicações sobre a violência policial contra negros

Na tarde de terça-feira, 11 de maio, entidades do movimento negro protocolaram na Casa Civil do governo do estado, uma carta direcionada ao governador do estado de São Paulo, Alberto Goldman, na qual exigem um pronunciamento público que explique as razões da violência sistêmica da Polícia Militar dirigida à população negra. Entre outras exigências, pede-se uma audiência imediata no Palácio dos Bandeirantes, com representantes do Movimento Negro e do Movimento de Direitos Humanos, o fim da repressão, mudanças no comando da Polícia Militar e em sua atuação e políticas de combate ao racismo e promoção da inclusão social dos negros.

Em 19 de Novembro de 2009, véspera do feriado da Consciência Negra, movimentos negros ocuparam a Secretaria de Justiça do Estado de SP para protestar contra a violência policial. Neste dia, foi protocolada a exigência de realização de Audiência Pública sobre o Genocídio da Juventude Negra e a Violência do Estado, com a presença do então Governador de SP, José Serra, além de seu Secretário de Segurança Pública, do Comandante-Geral da PM, da Delegada de Crimes Raciais e de representantes de organizações sociais. Jamais houve uma resposta. (mais…)

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