Natasha Pitts
Nesta terça-feira (20), a Colômbia comemora seu Bicentenário de Independência. No entanto, o país, marcado por tantas desigualdades, desrespeito aos direitos humanos e dependência financeira, ainda precisa avançar até lograr a verdadeira independência. A fim de chamar atenção para a real situação colombiana, setores sociais do país estão realizando uma Marcha Patriótica pela Independência que acontece em várias cidades, mas que terá atividades centrais em Bogotá.
Para alertar a população nacional e internacional sobre a existência e a gravidade destes problemas, as atividades da Marcha Patriótica pela Independência seguirão até amanhã (21) com o Grito de Independência, a Marcha do Parque El Tunal até a Praça de Bolívar e a leitura da “Proclama Patriótica pela Independência” – Novo Memorial de Insultos”. Esta terça-feira foi marcada por conselhos temáticos sobre trabalho, soberania nacional, direitos econômicos e sociais, meios de comunicação, cultura e problemática agrária e urbana.
A mobilização está reunindo campesinos, povos indígenas, organizações sociais de mulheres, de trabalhadores, afrocolombianas, estudantis e população em geral. Todos estão mobilizados para protestar contra as comemorações do Bicentenário da Independência e denunciar que colombianos e colombianas não são efetivamente livres, pois sofrem cotidianamente com a violência e as violações aos seus direitos.
“Esta é uma marcha pela independência, contra o colonialismo e a intervenção estrangeira na Colômbia, para construir um cenário onde as vozes libertadoras, silenciadas durante estes 200 anos, voltem a ser escutadas em todos os cantos da pátria”, assinala a convocatória firmada por mais de 40 organizações colombianas.
Desde que teve início, a Marcha está sendo fortemente reprimida pelas forças de segurança nacional. O exército está parando e inspecionando os ônibus que estão saindo da zona rural para levar homens e mulheres a Bogotá, local onde acontecerá a Marcha. Também houve, por parte do governo, a tentativa de proibir
o ato com a justificativa de que havia a participação de grupos para militares.
Na tentativa de desarticular e esvaziar a Marcha Patriótica, o exército nacional e a polícia realizaram ainda o bloqueio da saída de cerca de quatro mil camponeses e camponesas, que seguiam em Marcha do município de Florencia, no departamento de Caquetá, rumo à capital colombiana, Bogotá. Os manifestantes foram intimidados e coagidos a retornarem para suas casas.
As manifestações, que acontecem desde domingo, são pacíficas e estão sendo marcadas por atos artísticos, culturais, por momentos de reflexão e mensagens a favor da vida, da natureza e da liberdade das comunidades indígenas da Colômbia.
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