Movimentos afirmam que país precisa lutar contra desigualdade

Karol Assunção

Com um dos índices de pobreza mais elevados da América Latina, com quase 55% da população considerada pobre, segundo dados da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) de 2008, a Guatemala não encontra soluções para a redução do problema. A desigualdade, sobretudo por conta da má e injusta  distribuição de renda, é um dos motivos elencados pelo Movimento de Organizações Sociais da Guatemala (Mosgua) em recente comunicado.

Para se ter ideia, em 2008, o salário mínimo para as pessoas que trabalhavam na agricultura era de Q 1 mil 603.48, enquanto o valor da cesta básica estava em Q1 mil 974,71. Com o amento do governo, decretado no início deste ano, o salário ficou em 56 quetzales por dia, o equivalente a 6, 72 dólares diários. Ainda assim a quantia é insuficiente para cobrir o gasto mensal do cidadão ou cidadã, já que o custo da cesta básica, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas, está atualmente calculado em Q1 mil 917,34.

Diante deste cenário, a opinião do Movimento é que diversos setores guatemaltecos estão condenados à pobreza e à extrema pobreza por conta da exploração e de outras ações ilegais realizadas por um pequeno grupo de grandes empresários e famílias poderosas no país. “Em resumo: em todas as áreas da economia continua e se faz sentir a injustiça proveniente de umas quantas famílias e líderes empresariais, que se apropriam de forma privada da riqueza que as maiorias produzem na Guatemala”, revelou.

Exploração, baixos salários, roubos de impostos, negócios e obras baseadas na corrupção e evasão das obrigações fiscais são apenas algumas maneiras encontradas por esses setores para lucrar à custa da maioria da população guatemalteca.

“Ressaltamos que enquanto existir 84% de guatemaltecos com baixos salários, desempregados ou deslocados à economia informal e/ou de subsistência, sendo os que mais pagam impostos diretos e indiretos, é um direito que existam programas sociais que devolvam parte do que produzem para a riqueza do país”, destacou
o Movimento.

De acordo com o Mosgua, 95% da população guatemalteca reconhecem que o país precisa de mudanças de fundo para conseguir uma verdadeira liberdade, cumprindo com Estado de Direito e com o exercício do Direito ao Estado. Prova da necessidade dessa mudança é a postura de alguns deputados e empresários que tentam
barrar a aprovação de leis e de orçamentos que executam a política nacional e a lei de Desenvolvimento Rural Integral, enquanto outros setores sociais e empresariais incentivam o trâmite delas no Congresso da República.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=49579

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