Concentração da caminhada aconteceu na Praça da Bandeira
A Coordenação da Igualdade Racial (Copir) da Secretaria Municipal de Participação Popular de Aracaju promoveu na tarde desta sexta-feira, 18, uma caminhada contra o racismo e a intolerância religiosa.
Os manifestantes se concentraram na praça da Bandeira e se dirigiram até a praça Fausto Cardoso, na capital. O protesto aconteceu dois dias antes do Dia Nacional da Consciência Negra, marcado para 20 de novembro.
Entre os participantes do ato, estavam estudantes das redes municipal e estadual de ensino, além de grupos afro, de capoeira e hip-hop. “Essa caminhada é uma forma de conscientizar e educar, já que várias escolas estão participando das atividades promovidas pela prefeitura”, diz Florival de Souza Filho, coordenador da Copir.
Durante a marcha, vários ogãs – sacerdotes dos ritos de Candomblé – tocavam atabaques em um carro de som. Segundo Souza Filho, o racismo e algumas formas de intolerância religiosa tem a mesma raiz. “A intolerância religiosa é uma nova forma de racismo”, explica. Ele calcula que três mil pessoas participaram do evento.
De acordo com Alexsandro Felix dos Santos – ou Pai Alex, no terreiro da nação Ketu do bairro Japãozinho –, a necessidade de conscientização contra o racismo em Sergipe é grande por conta do grande número de descendentes de africanos do Estado. “Acho essa data importante para mostrar que ninguém é melhor do que ninguém”, opina.
Segundo o religioso, o preconceito contra as religiões de matriz africana ainda é grande. “As pessoas ainda dizem que a gente cultua uma religião que não é de Deus. Isso não é verdade”, desabafa Pai Alex. “Se um evangélico me chama para ir à igreja, também digo para ele ir conhecer o Candomblé. Nossa religião também tem doutrina, conhecimento e respeito”, afirma.
Mês da consciência negra
Além da caminhada, a Copir promove outras ações de conscientização. Além da exibição de vídeos para estudantes e de uma homenagem aos ogãs, na segunda-feira, 21, a Coordenação participa de uma sessão especial na Câmara de Vereadores. Serão homenageados os primeiros líderes da luta contra o racismo do Estado, os primeiros mestres de capoeira e as primeiras yalorixás, sacerdotisas do Candomblé.
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