Por Rodrigo Vianna, na Revista Forum
O vídeo mostra tucanos e petistas nas ruas de São Paulo.
A ideia é mostrar a “falta de sutileza” dos dois lados. Mas um olhar honesto vai notar uma “pequena” diferença. Os petistas mostram, aqui e ali, sinais de alguma intolerância, vaiam Aécio enquanto assistem ao debate num telão. Alguns fazem críticas poucos sustentadas na lógica.
Mas quando entram em cena os tucanos, aí vem um festival que nos mostra porque estamos às portas do fascismo em São Paulo.
Uma garota de 18 anos berra: “aqui não tem liberdade de expressão”, e culpa o PT por isso – enquanto exerce seu legítimo direito de se expressar (apesar de dizer asneiras).
Outro rapaz tenta justificar porque no ato tucano há poucos negros: “tem pouco negro em qualquer lugar porque país foi colonizado por brancos”.
E não poderia faltar o apoio à ditadura militar (certamente, fazendo Franco Montoro se revirar no túmulo): “militares ficaram em cima de comunista, limparam nossa pátria”. Limparam… Mas não muito. A mesma loira tucana afirma que quer “salvar” o Brasil: com Aécio, ou então por meio de uma intervenção militar.
Os petistas defendem Dilma e o projeto petista, rebatem as acusações de partido corrupto, constroem (com imprecisões e dificuldades) um discurso positivo, com uma agenda positiva, não de destruição.
A turma de Aécio odeia. Quer o PT fora daqui, quer Lula fora daqui, quer “limpar” o Brasil.
Um dos internautas que assistiu o vídeo definiu perfeitamente o tom grotesco dos manifestantes tucanos:
“A melhor propaganda contra o Aécio são os próprios eleitores do Aécio”
Berram contra nordestinos, criticam programas sociais, pedem “intervenção militar” ao mesmo tempo em que reclamam de uma “ditadura cubana”. Espalham preconceito e ódio.