Raiza Tourinho*, do A TARDE
Um grupo de cerca de 20 pessoas promoveu uma manifestação na tarde de sexta-feira, 17, dentro do Salvador Shopping, por volta das 14h. O protesto foi organizado pelo Fórum de Combate ao Racismo dentro do Mercado de Trabalho, que procura negociar uma maior participação nos postos de emprego no shopping.
Os manifestantes seguiram pelos corredores com megafones, gritando “Shopping Salvador racista”. Eles pedem espaço no mercado de trabalho e afirmam que o shopping não contrata funcionários negros.
Um dos articuladores do movimento, Ronásio Cristo, reclama dos baixos índices de contratação. “O shopping não contrata o negro que se assume como negro. O que se encontra são muitos clarinhos disfarçados”, afirma.
Para Walter Altino, coordenador do Fórum, o maior problema está nas lojas de grife. “Fizemos um levantamento e não existe representação da população negra nas lojas de grife. Não chega a 1% do total”, disse.
Em nota divulgada à imprensa, o Salvador Shopping afirmou que as denúncias não procedem. “O Salvador Shopping não apóia nenhum tipo de discriminação, seja ela racial ou de qualquer natureza”. A assessoria do estabelecimento afirmou ainda que, desde a inauguração, o shopping respeita as características culturais e étnicas da região. “Além disso, o presidente da Associação de Lojistas do Salvador Shopping (ALSS), Alexandre Mascarenhas, afirma que não existe nenhuma resistência, por parte dos lojistas, em contratar pessoas negras, basta apenas que os candidatos preencham o perfil exigido para a vaga, levando em consideração a capacidade, a experiência profissional e o grau de escolaridade”.
A direção do Salvador Shopping sinaliza ainda que em 2009 o Ministério Público do Trabalho (MPT), através da Procuradoria Regional do Trabalho 5ª Região, emitiu parecer favorável ao empreendimento, com relação a uma denuncia de racismo: “Consumada a exaustiva inspeção, prova convictamente não há ocorrência de discriminação racial ilegítima no contextos das empresas vinculadas aos estabelecimentos denunciados. Percebe-se que a inclusão de pessoas negras no mercado de trabalho em questão, inclusive com ocupação de funções de chefia e de gerência, trata-se de processo já em andamento no âmbito das lojas vinculadas aos estabelecimentos denunciados. Podemos observar ainda foi o grau de satisfação dos trabalhadores negros, circunstância que, embora não tenha sido objeto de referência”.
*Com redação de Clarissa Pacheco, do A TARDE On Line.
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