A rebelião das elites contra o Código Florestal e o caso da Suzano na região Tocantina

Mayron Régis

Quando o assunto se refere às elites, quem sugerisse uma rebelião para mudar um quadro desfavorável passaria por um tolo, afinal são elas que legislam, administram e que determinam a partir e de dentro de qualquer quadro que seja. Quem gracejaria com um assunto sério como esse, caso da revisão do código florestal por parte do congresso nacional? Contudo, a rebelião das elites contra o código florestal brasileiro envenenou tanto as discussões políticas do país que um pouco de gracejo não faria mal nenhum, antes de afundar na auto-piedade e no ressentimento.

Os próprios congressistas gracejam com o código florestal ao proporem a sua revisão como se a toda a sociedade brasileira estivesse de pleno acordo da urgência da revisão e estivesse de pleno acordo dos propósitos da revisão. A pauta do congresso nacional, como a das assembléias estaduais e câmaras municipais de todo o Brasil, beira o ridículo pela absoluta inocuidade de vários projetos que circulam.

A proposta de revisão do código florestal, capitaneada por deputados ligados historicamente ao ou deputados cristãos-novos no ramo do agronegócio, entra nessa esfera do ridículo porque ela não acrescenta nada em termos de proteção ao meio ambiente e sim retira vários itens. (mais…)

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Escravizados derrubavam mata em fronteira agropecuária


Grupo de 11 que desmatava Floresta Amazônica estava “ilhado”. Vítimas dormiam em barracos de lona, sem alimentação adequada e em situação precária. Operação foi conduzida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT)


Por Bárbara Vidal

Operação coordenada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) encontrou 11 trabalhadores “ilhados” e escravizados no meio da Floresta Amazônica. Aliciados em Porto Velho (RO), eles estavam mais precisamente em Lábrea (AM) – município amazonense, na divisa com Acre e Rondônia, que vem apresentando altos índices de desmatamento nos últimos anos.

Para se ter ideia do isolamento, antes de ser libertado, um deles adoeceu e, para receber atendimento médico, teve primeiro que caminhar quase 80 km até chegar à Rodovia BR-364 para somente depois pegar uma carona que o deixou na cidade mais próxima, a mais de 200 km de distância. Os trabalhos da fiscalização foram concluídos em 1º de dezembro.

As vítimas, que tinham entre 18 e 35 anos e estavam no local há oito dias, atuavam no desmatamento de mata nativa em área de expansão da fronteira agropecuária. De acordo com o procurador do trabalho Audaliphal Hildebrando da Silva, que coordenou a ação, eles viviam em condições desumanas, com pouca comida à disposição, dormindo em redes sob barracas improvisadas de lona com abertura lateral, sem acesso a estruturas básicas (como instalações sanitárias e elétricas, bem como espaço de vivência), ou seja completamente alheios às normas estabelecidas.
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Funasa visita comunidade quilombola


Superintendente da Funasa visita comunidade quilombola de Jaraguari


O Superintendente Estadual da Fundação Nacional de Saúde de Mato Grosso do Sul, Flavio Britto, visitou na última semana, acompanhado do Chefe da Divisão de Engenharia e Saúde Pública (DIESP) da Funasa, Aristides José Ortiz, a comunidade remanescente de quilombola Furnas de Dionísio, localizada no município de Jaraguari, a 40 km da Capital.

No local, 72 famílias serão beneficiados com obras de Sistema de Abastecimento de Água com a construção de 3.629 metros de rede de distribuição, 26 ligações domiciliares, além da implantação de dois reservatórios de água, um investimento de R$ 382.140,56, recurso este proveniente do PAC/Funasa. Cerca de 80% da obra já está concluída.
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Quem tem medo do Wikileaks? Artigo de Manuel Castells

“Uma organização de comunicação livre, assentada no trabalho voluntário de jornalistas e tecnólogos, como depositária e transmissora daqueles que querem revelar anonimamente os segredos de um mundo podre, enfrenta aqueles que não se envergonham das atrocidades que cometem, mas se alarmam com o fato de que suas maldades sejam conhecidas por aqueles que elegemos e pagamos”, escreve o sociólogo Manuel Castells em artigo para o jornal espanhol La Vanguardia, 30-11-2010. A tradução é do Cepat. Eis o artigo.

Tinha que acontecer. Há tempo os governos estão preocupados com sua perda de controle da informação no mundo da internet. Já estavam incomodados com a liberdade de imprensa. Mas haviam aprendido a conviver com os meios de comunicação tradicionais. Ao contrário, o ciberespaço, povoado de fontes autônomas de informação, é uma ameaça decisiva a essa capacidade de silenciar sobre a qual a dominação sempre se fundou. Se não sabemos o que está acontecendo, mesmo que teimamos, os governantes têm as mãos livres para roubar e anistiar-se mutuamente, como na França ou na Itália, ou para massacrar milhares de civis e dar livre curso à tortura, como fizeram os Estados Unidos no Iraque ou no Afeganistão.

Os ataques contra o Wikileaks não questionam sua veracidade, mas criticam o fato de sua divulgação com o pretexto de que colocam em perigo a segurança das tropas e cidadãos. Por isso o alarma das elites políticas e midiáticas diante da publicação de centenas de milhares de documentos originais incriminatórios para os poderes fáticos nos Estados Unidos e em muitos outros países por parte do  Wikileaks. Trata-se de um meio de comunicação pela internet, criado em 2007, publicado pela fundação sem fins lucrativos registrada legalmente na Alemanha, mas que opera a partir da Suécia. Conta com cinco empregados permanentes, cerca de 800 colaboradores ocasionais e centenas de voluntários distribuídos por todo o mundo: jornalistas, informáticos, engenheiros e advogados, muitos advogados para preparar sua defesa contra o que sabiam que lhes aconteceria. (mais…)

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Congresso: reflexões sobre tráfico de pessoas na visão das vítimas

Tatiana Félix *

Adital – Um dos momentos mais esperados ontem (9), no mini-auditório do Banco do Nordeste (BNB), em Fortaleza, no Ceará, local onde estava sendo realizado o Congresso “Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas”, foi o depoimento das vítimas desta rede criminosa.

O boliviano Wilbert Rivas Pena relembrou sua chegada a São Paulo (SP), para o que seria um emprego promissor que duraria apenas seis meses… Ele relatou que em 2006 era um estudante universitário em La Paz, cidade boliviana, quando soube de um emprego temporário em São Paulo. Wilbert decidiu então tentar a sorte, já que estava desempregado há cerca de seis meses e pensou que não prejudicaria seus estudos.

Mas, ao chegar à cidade brasileira, o tal emprego era, na verdade, um trabalho em uma oficina de costura, com jornadas exaustivas que ultrapassa 15 horas diárias de produção. Infelizmente, essa é uma realidade, comum na maior cidade do país, onde centenas de oficinas de costura exploram bolivianos, paraguaios e também brasileiros, em condições análogas à escravidão, em instalações precárias e alimentação escassa. (mais…)

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Filmes sobre a situação dos Guarani são lançados no Dia dos Direitos Humanos

Adital – A organização internacional Survival International lançou ontem (10), dois filmes que destacam a atual situação dos índios Guarani no Brasil. O filme ‘É preciso ter coragem’  revela a determinação dos Guarani para que suas terras, que foram roubadas para dar lugar à fazendas e plantações de soja e cana de açúcar, sejam devolvidas a eles. No segundo filme, ‘Os jagunços’, os Guarani expressam sua raiva e apreensão com os fazendeiros que ocuparam suas terras e empregam jagunços para disparar contra eles.

‘Neste Dia dos Direitos Humanos, há Guarani que vive sem acesso à água potável, em cabanas de lona na beira de rodovias, e outros presos, com pouca comida, milhas e milhas adentro dos canaviais. As autoridades brasileiras devem garantir o futuro dos Guarani, concedendo-lhes o direito fundamental de viver em suas terras ancestrais’, afirmou Stephen Corry, diretor da Survival.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=53026

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Grupo da CPT BA visita os Tupinambá

Assessoria de Comunicação

“Resistir para existir”, disse seu Quinquin, trabalhador do município baiano de Casa Nova durante visita aos índios Tupinambá, em Olivença, Ilhéus – BA.  O encontro aconteceu em uma área de retomada dos índios e integrou a programação do Conselho da Comissão Pastoral da Terra – CPT BA, no dia 8 de dezembro.

A visita aos índios foi um momento marcante do Conselho e teve o objetivo de ouvir um pouco sobre a história de luta dos Tupinambá, sobretudo da região Sul do Estado, e ainda levar o apoio e solidariedade da CPT a este povo que busca o reconhecimento do seu território.

Dona Nivalda, uma das lideranças indígenas da região, recebeu o grupo da CPT ao lado de jovens índios e índias. Antes de narrar a história dos Tupinambá, pediram a benção aos Deuses através de um ritual próprio envolvendo música e dança. (mais…)

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