Artesãos Umutina vendem biojóias, cestarias e esculturas em madeira via internet

Exímios produtores e vendedores da arte indígena, os Umutina pretendem agora ampliar seu foco de atuação. Para isso, contaram com as atividades do projeto Territórios Criativos indígenas, Arte e Sustentabilidade, realizado pelo Ministério da Cultura e Universidade Federal de Mato Grosso. Após o encerramento da oficina ministrada na Terra indígena, localizada no município de Barra do Bugres – MT, o primeiro passo foi dado: a criação de uma página no Facebook, em conjunto com a equipe do projeto, a escolha de pessoas para realizar contatos e a precificação dos produtos.

Levando o nome de Criações “Bôloriê” Umutina, um público maior poderá ter acesso aos produtos e adquiri-los. Bôloriê significa antepassados na língua do povo Umutina/Balatiponé. “Os antepassados são as raízes da nossa vida e cultura”, disse Lennon Corezomaé, e por isso, foi o nome escolhido para representar o grupo de artesões. O nome da página surgiu durante a capacitação do projeto, que aconteceu de 10 a 13 de agosto, com a participação de Creuza Medeiros e Adriano Boro Makuda.

Durante os encontros que chegaram a reunir cerca de 90 pessoas, foram relatadas as experiências e expectativas para o projeto. “Desde meus 15 anos faço artesanato. Aprendi com os meus pais tudo o que sei, e isso tem sido o sustento da minha família”, disse Carminda Monzilar, artesã Umutina.

“Temos uma grande produção de artesanato, e o que faltava era isso, um projeto para nos ajudar a divulgar e comercializar”, relatou Eriston Torika Kiri, artesão de escultura em madeira. As peças tem preços que variam de R$ 10,00 a R$ 600,00 e serão despachadas para todo o país.

Helena Corezomaé, pesquisadora/articuladora do projeto Territórios Criativos entre o povo Umutina, destacou a importância do projeto para o seu povo. “Vi o brilho nos olhos de cada artesão. O projeto trouxe esperança, pois, a grande dificuldade dos artesões é conseguir espaço para comercialização”.

Ao longo dos anos, o povo Umutina se especializou na criação de biojóias e este tem sido o grande mecanismo de sustentabilidade desse povo. Mas existe uma grande variedade nas peças produzidas pelos artesões, como: cestos, escultura em madeira, bolsas, abanadores e arco e flecha. Agora estão dispostos a realizar parcerias para participação de Feiras e eventos onde possam apresentar seus produtos. Alguns deles já poderão ser adquiridos nos Museus de Arte Sacra e Museu Histórico, localizados em Cuiabá a partir das próximas semanas.

Ludmila Brandão, uma das coordenadoras do projeto, ressalta que ao longo dos anos, o povo Umutina se especializou na criação de biojóias, como são chamados os colares, pulseiras, brincos e anéis produzidos a partir de sementes e fibras naturais, principalmente.

“Destacam-se nelas, a ampla variedade dos arranjos, a beleza da combinação dos materiais em suas cores e texturas e, sobretudo, a qualidade da manufatura com acabamento impecável e de grande delicadeza. Daí merecerem a qualificação de jóias, concebidas individualmente e virtuosamente confeccionadas”. Brandão ressalta ainda que existe uma grande variedade de outras peças produzidas como cestos, escultura em madeira, bolsas, abanadores e arco e flecha.

Na página do Facebook “Criações Bôloriê Umutina” as pessoas podem conhecer as peças que estão à venda e saber onde os artesões estão expondo os seus produtos e os preços. As peças também serão vendidas no atacado e é possível pedir um ‘choro’. Por enquanto para adquirir as peças basta entrar em contato através do [email protected] ou visitar um dos pontos de venda em Cuiabá (até o momento, o Museu de Arte Sacra e Museu Histórico). A página no Facebook pode ser encontrada através do link: https://www.facebook.com/bolorieumutina.

Site – A última etapa do projeto Territórios Criativos é o lançamento de um site, que acontecerá durante o evento ‘Aldeia de Vivências’, previsto para o mês de dezembro, em Cuiabá, e que contará com a presença dos indígenas dos quatro povos envolvidos no projeto. Segundo uma das Coordenadoras do Projeto, Naine Terena, as quatro comunidades envolvidas no projeto escolheram um grupo de representantes que irão se dedicar a alimentar as páginas no Facebook, realizar a manutenção do site, responder aos clientes e enviar a mercadoria. Esse grupo deverá realizar mais um diálogo, agora com a coordenação do projeto, para receberem as orientações finais de como atuar com as redes sociais, o site e a busca de novos mercados. “Iremos finalizar o trabalho realizado pelos consultores em área. Agora vamos analisar tudo que foi produzido e verificar os pontos que precisam ser finalizados”, explica ela.

Produções de dona Carminda. Foto de Luzo Reis
Produções de dona Carminda. Foto de Luzo Reis

Informações do Diário de Cuiabá e fotos da internet.

Destaque: Dona Carminda é uma das mais antigas artesãs da Aldeia Umutina. Há mais de 20 anos, seus produtos foram a principal fonte de renda de sua família. Foto de Luzo Reis

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