Ato será realizado nesta sexta-feira (3) na Praça dos Três Poderes. Representante do movimento diz que marcha ocorre para expressar a voz das mulheres por uma sociedade igualitária
por Redação RBA
A presidenta Dilma Rousseff receberá amanhã (3) a pauta da 5ª Marcha das Margaridas, que será realizada em 12 de agosto, em Brasília. O movimento é voltado à defesa dos direitos trabalhistas para as mulheres. O tema deste ano é “As margaridas seguem em marcha por desenvolvimento sustentável, com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade”.
O ato solene será realizado às 14h, no Espaço Israel Pinheiro, na Praça dos Três Poderes. Estarão presentes representantes da Comissão Nacional de Mulheres da Marcha, “formada por margaridas do campo, cidade, floresta e águas”, informa a assessoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
Ontem (1º), a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados promoveu audiência pública sobre a atividade. “A marcha ocorre para que as mulheres tenham oportunidade de expressar sua voz e sua luta por uma sociedade igualitária”, disse Célia Regina das Neves Favacho, representante do Conselho Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas e dos Povos e Comunidades Tradicionais Costeiros e Marinhos.
Para Célia, as mulheres do campo ainda sofrem violência porque faltam políticas públicas. “Somos tratadas com preconceito em todos os espaços. Somos humilhadas, maltratadas e neste momento político as coisas pioram”, afirmou. Ela citou o caso de uma mãe que pediu para a irmã tomar conta de seus filhos enquanto ia buscar o Bolsa Família. “Quando a mãe voltou, a menina de 7 anos já tinha sido raptada, sendo estuprada e assassinada. Aí vêm os deputados com redução de maioridade penal em vez de proteger as crianças desses agressores adultos”.
“Estamos na luta para fazer o nosso país avançar no combate à pobreza, no enfrentamento à violência contra as mulheres, na defesa da soberania alimentar e nutricional e na construção de uma sociedade sem preconceitos de cor, gênero, raça, etnia”, afirma a diretora executiva da CTB Marilene Betros. “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres.”
A Marcha das Margaridas surgiu em homenagem à trabalhadora rural e sindicalista Margarida Maria Alves, assassinada em 12 de agosto de 1983, quando era presidenta do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. À época, Margarida havia movido 73 ações por direitos de trabalhadores rurais em usinas da região. Margarida morreu com um tiro no rosto, desferido por um matador de aluguel.
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Imagem: Presidenta Dilma recebeu as trabalhadoras na edição anterior da Marcha das Margaridas / JOSÉ CRUZ / ABR