Cansados de terem, permanentemente, seus direitos fundamentais violados pela Norte Energia S.A. (NESA), empresa responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, proprietários e pilotos de barcos e voadeiras que navegam pelo rio Xingu resolveram ocupar ontem, 25, o escritório desta empresa.
Em março deste ano, com o intermédio da Defensoria Pública da União (DPU), estes profissionais participaram de mais uma reunião com a NESA, nesta ficou definido que a construtora de Belo Monte analisaria, com urgência, as demandas dos barqueiros e apresentaria soluções imediatas.
Um mês depois a NESA, através de sua Diretoria Socioambiental, Superintendência do Meio Socioeconômico, enviou um documento a DPU (identificação CE096/2015-DS-SSE), argumentando que, mesmo com o barramento do rio Xingu e a formação do lago, esta categoria não terá a continuidade dos seus trabalhos prejudicada.
Conhecedores que são da sua profissão, saber tradicional apropriado a partir da práxis verificada no convívio familiar e na formação para o trabalho, experiência passada ha muitas décadas pelos antigos mestres aos seus filhos e netos, os barqueiros afirmam que os impactos identificados no Xingu já causaram alterações socioambientais e econômicas irreversíveis.
A grande alteração por que passa tanto o rio Xingu, quanto a população das ilhas e beiras de rio, já motivou o deslocamento de centenas de famílias para a zona urbana antes mesmo que a negociação de sua propriedade rural seja finalizada. A falta de peixe, a alteração na qualidade da água e mesmo a insegurança sobre o futuro, foram fatores determinantes para esta mudança antecipada, refletindo, logicamente, nos rendimentos dos barqueiros, que tinham a maioria destas famílias como clientes de seus serviços.
A NESA também informa no documento enviado à DPU que distribuiu, desde 2011, 345 embarcações às Terras Indígenas da região e mais 22 a indígenas ribeirinhos, totalizando 367 embarcações no período que vai do 1º semestre de 2011 até 2015. Este dado já indica outro grande impacto causado no trabalho dos proprietários e pilotos de barcos e voadeiras, cuja atividade tinha como importante demandante também os povos indígenas.
Foi pautado nestes e em diversos outros elementos que os barqueiros (como são popularmente conhecidos), fortemente impactados pelas alterações provocadas no rio Xingu, fruto da atuação da empresa Norte Energia S.A, decidiram ocupar a empresa e afirmam que de lá somente sairão quando suas reivindicações forem atendidas e a violação de seus direitos básicos deixarem de ocorrer.
Altamira, 26 de junho de 2015
Associação dos Proprietários de Embarcações do Porto do Pepino – APEPP
Cooperativa dos Pilotos de Barcos e Voadeiras da Volta Grande do Xingu – COOPBAVOX
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Dion Monteiro.
Destaque: Imagens de protestos contra a Norte Energia.
É claro que assim como uma residência de palafitas os pilotos e Pilotos Proprietários de Embarcação, serão prejudicados porque não terão mais como fazer fretes com passageiros, turismo e transportes de mercadorias no Rio Xingu. Primeiro as Prais desaparecerão e a Região Ribeirinha onde moravam centenas de moradores também tiveram que se mudarem para zona urbana de Altamira. Existem ainda apesar dessas instituições terem menos de 10 anos de criadas tem pilotos com mais de 40 anos de atividades de transporte de passageiros e mercadorias. Esse estuda da NESA com relação aos Piloto e Pilotos Proprietários de Embarcação que não serão afetados com a formação definitiva do lago da Barragem de Belo Monte, está completamente errado, porque de que maneira esses profissionais vão viver e por outro lado suas embarcações em muito breve se tornarão sucatas. Só a ANESA e o Governo Federal não reconhecem qual quer pessoa leiga a esse assunto é contra essa decisão do Norte Energia que está empurrando de guela abaixo esses direitos. Acorda Norte Energia em quanto é tempo, reconheça seu erro e endenize esses profissionais com uma indenização justa para que eles possam possam seguir suas vidas com uma outra atividade.