O triplo homicídio ocorreu em março de 2012. As vítimas, que pertenciam ao Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), saíam de uma reunião e foram emboscadas em uma estrada vicinal, próximo ao distrito de Miraporanga. As três pessoas foram baleadas na cabeça e morreram na hora. Uma criança de cinco anos sobreviveu à chacina.
Correio de Uberlândia, na CPT
Mais de três anos depois do triplo homicídio que vitimou Valdir Dias Ferreira, Milton Santos Nunes da Silva e Clestina Leonor Sales Nunes, os quatro acusados pelo crime vão a júri popular em Uberlândia, nesta segunda-feira (22), no Fórum Aberlado Penna.
O crime ocorreu no dia 24 de março de 2012 quando as vítimas, que pertenciam ao Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), saíam de uma reunião e foram emboscadas em uma estrada vicinal na rodovia MG-455, próximo ao distrito de Miraporanga, a cerca de 50 km de Uberlândia. As três pessoas morreram na hora baleadas na cabeça. À época, uma criança de cinco anos sobreviveu à chacina.
As vítimas eram agricultores de um acampamento em Prata, a 97,5 quilometro de Uberlândia, e estavam auxiliando na coordenação de uma ocupação na fazenda São José dos Cravos, onde moravam 80 famílias. O crime aconteceu pouco depois do desligamento de três membros do movimento que estariam, segundo o registro de ocorrência, cometendo crimes usando o movimento social. Na reunião em que houve a saída deles do grupo, José Aparecido da Silva, de 44 anos, discutiu com Clestina Nunes.
Seis pessoas foram presas pelo crime, porém duas foram consideradas inocentes e não foram pronunciadas pela Justiça. José Silva foi acusado de planejar o crime. Ele teria contado com a ajuda de Rafael Henrique Afonso e Willian Gonçalves da Silva para levantar informações sobre a família vítima na chacina. Rafael e Wiilian também teriam encontrado Rodrigo Cardoso Fric e o levado ao local do crime. Rodrigo é apontado como o homem que baleou as vítimas.
José, Rafael e William estão presos no presídio Jacy de Assis em Uberlândia, enquanto Rodrigo é mantido na unidade de segurança máxima de Francisco Sá, a 686 quilometro de Uberlândia, no norte do Estado. Os quatro acusados, que irão a júri popular, foram presos em Uberlândia.
Para o advogado de defesa de Rafael Afonso, Adriano Parreira de Carvalho, o julgamento deve se estender pela madrugada desta terça-feira (22) com a possibilidade de não ser concluído em um único dia. “Pelo número de réus e de testemunhas a serem ouvidos, eu não acredito que esse júri termine hoje”, afirmou Carvalho, que pediu a absolvição de seu cliente.
A reportagem do CORREIO de Uberlândia tentou contatar os advogados de defesa dos outros acusados que serão julgados pela chacina, porém não houve sucesso.
Relembre o caso
Segundo o registro de ocorrência do crime, no dia 24 de março de 2012, por volta das 10h25, quatro homens em um carro escuro deram sinal de luz e emparelharam o veículo em que estavam com o das vítimas na rodovia MG-455. Neste momento, um dos homens atirou contra o motorista, Valdir Dias Ferreira, em seguida foram baleados Milton Silva e Clestina Nunes. Silva ainda tentou correr, porém foi baleado novamente e morreu em meio à mata que margeia a estrada vicinal onde as vítimas que pertencem à mesma família foram emboscadas. No banco de trás, com Clestina Nunes, estava o neto dela e de Milton Silva, de cinco anos. A criança não se feriu.