Passou da hora de parar ruas de Rio e São Paulo contra o racismo de Estado, por Leonardo Sakamoto

Leonardo Sakamoto

Milhares de pessoas tomaram as ruas de Nova York, na noite desta quinta (4), em protesto contra a absolvição de um policial branco que matou um homem negro. “Não posso respirar”, disse repetidas vezes Eric Garner ao agente que o deteve com uma chave de braço, antes de morrer em julho, como é possível constatar em um vídeo que está circulando na rede.

O caso ocorre logo após um policial branco ser inocentado no caso da morte de outro homem negro, Michael Brown, em agosto, na cidade de Ferguson. Essa morte e a posterior absolvição geraram protestos que pararam cidades do país.

Toda essa movimentação está fazendo diferentas esferas de governo de lá discutirem mudanças para diminuir o racismo nas relações de agentes de segurança com a população não-branca.

Considerando que grandes cidades brasileiras vivem mais de uma Ferguson por dia, em uma interminável chacina de jovens negros moradores de bairros pobres pela mão de policiais, muitos deles também negros, mas que executam uma política de segurança pública claramente discriminatória em nome da proteção de “cidadãos [brancos] de bem”, e considerando que o poder público só tende a implementar mudanças significativas na base da pressão, a pergunta:

Quando teremos esses protestos parando os centros do Rio e de São Paulo, entre outras?

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