Articular base de sustentação no Congresso para governar, fazer a Reforma Política e resolver a questão das demarcações das Terra Indígenas e Quilombolas: eis os grandes desafios da Presidenta reeleita Dilma Rousseff
Associação União das Aldeias Apinajé – PEMPXÀ
Com 54.501.118 votos, representando 51,64% do total das preferências válidas, foi reeleita para Presidenta da Republica Federativa do Brasil a senhora Dilma Vana Rousseff, para mais 4 anos de mandato. Na noite do dia 26/10/14, logo após o anúncio dos resultados pelo Tribunal Superior Eleitoral-TSE, em seu pronunciamento oficial, a presidenta reeleita agradeceu os eleitores, o ex-presidente Lula da Silva e os presidentes dos partidos da coligação que a reelegeu. A presidenta afirmou ainda que não acredita que sua reeleição tenha dividido o País, mas entende que esse é um caminho para buscar soluções para melhorar o Brasil por meio do diálogo e da união nacional.
Esse resultado já era esperado. As pesquisas realizadas e divulgadas pelos Institutos Datafolha e IBOPE na reta final da campanha do 2º turno já sinalizavam uma vitória apertada de Dilma Rousseff, que foi reeleita com margem pequena de votos. A campanha difamatória e mentirosa da mídia e o uso eleitoreiro da questão que envolve a corrupção na Petrobrás contribuíram para esse resultado.
Durante os dois turnos da campanha politica, observamos seguidas ilações orquestradas por certos setores da imprensa com a finalidade de induzir os eleitores e influenciar os resultados da eleição. O fato mais grave e vergonhoso partiu da Revista Veja, que na véspera da eleição antecipou de domingo para sexta-feira sua Edição na qual publicou em matéria de capa acusações sem provas sugerindo envolvimento do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma no suposto escândalo de corrupção na Petrobrás.
Ainda com a finalidade de gerar alvoroços, tumultos e sentimentos de repulsa do povo contra a candidata Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores, na manhã do dia 26/10/2014, foram divulgadas na internet fofocas e falsas informações dando conta do assassinato de Alberto Yousseff, doleiro preso na Operação Lava a Jato e delator da corrupção na Petrobrás. A Polícia Federal logo tratou de emitir nota desmentindo a notícia mentirosa.
Utilizar a imprensa para propagar mentiras, calúnias e proferir falsas acusações sem fundamentos e provas é crime e os envolvidos devem ser investigados e punidos na forma da Lei. Agindo assim os Jornalistas e os veículos de comunicação prestam lastimável desserviço ao País. Felizmente nem a campanha paralela da hipocrisia, da difamação e da calúnia perpetrada pela mídia burguesa e golpista impediram a vitória da Democracia em favor da população mais oprimida e empobrecida do Brasil.
QUESTÃO INDÍGENA: UM DOS DESAFIOS DO 2º MANDATO
Ressaltamos que no 1º mandato de Dilma Rousseff a questão indígena foi negligenciada pelo governo do PT que se coligou e cedeu às pressões do agronegócio e outros setores econômicos contrários aos direitos das minorias étnicas e raciais do Brasil. Como consequências ocorreram assassinatos, prisões ilegal, despejos, espancamentos, criminalização de lideranças e outras violações de Direitos Humanos. Toda essa violência é atribuída à lentidão do governo para demarcar e regularizar as terras indígenas em questão.
Reiteramos a continuidade de nossas lutas contra a PEC 215/2000 e outras propostas que tramitam nos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário com a finalidade de anular nossos direitos afirmados na Constituição Federal de 1988. Esperamos que desta vez a presidenta reeleita Dilma Rousseff e sua base de sustentação no Congresso Nacional, resolvam a questão das demarcações e regularização dos Territórios Indígenas e Quilombolas. Entendemos que dessa forma evitaremos o acirramento de mais conflitos no campo e as (recorrentes) violações de Direitos Humanos que tanto envergonham nosso País.
Terra Indígena Apinajé 29 de outubro de 2014.