*para Combate Racismo Ambiental
O Armazém São Vicente com reminiscências feudais tem um movimento especial às sextas-feiras, dia de capado. O porco é caipira. O toucinho fica sobre o balcão de azulejo branco próximo às facas afiadas e, no canto, a antiga balança de dois pratos. O agregado chega com o vale do fazendeiro à mão. O tipo do toucinho e a quantia são ao gosto do freguês. Num prato o contrapeso e, no outro, o toucinho; em geral gordo, para o preparo das refeições da semana, mas há os que preferem o magro para o torresminho com mandioca, uma delícia da culinária mineira. Prato bem diferente do outro de lá que se oferece durante essa campanha eleitoral através do retrovisor da história. O fiel da balança do Armazém nem sempre é tão fiel! Aparentemente no ponto de equilíbrio, ela é adulterada por dentro e rouba para o dono. Questão estrutural.
Há uma semelhança estreita entre essas balanças de dois pratos e o processo eletivo de 2014, no Brasil.
Marina, candidata derrotada no primeiro tempo, é colocada propositalmente por setor expressivo da classe dominante como o fiel da balança no segundo turno. Afinal, são mais de 20 milhões de votos. Mas não funciona! Essa figura contraditória passa pela luta de classe feito gato sobre brasa, migra para o ambientalismo, aloja-se no capitalismo verde e cai, agora, no palanque dos adoradores contumazes do capitalismo financeiro-especulativo. Quase sozinha! O seu peso político para transferência de voto é praticamente zero. (mais…)