Sem consentimento dos usuários, rede testa meios de torná-los “felizes” ou “coléricos” e desencadeia onda de temor sobre controle social e político
Por Robert Booth; tradução: Gabriela Leite; em Outras Palavras
Ele já sabe se você está solteiro ou em um relacionamento; a primeira escola onde estudou; se ama ou odeia Justin Bieber. Mas agora o Facebook, a maior rede social do mundo, está enfrentando uma tempestade de protestos ao se revelar que descobriu como fazer usuários se sentirem mais tristes ou felizes, com apenas alguns toques no teclado.
O Facebook acaba de publicar detalhes de um amplo expermiento, no qual manipulou informações postadas nas páginas de 689 mil usuários, e descobriu que poderia fazê-los sentir-se mais positivos ou negativos, por meio de um processo de “contágio emocional”.
Em um estudo [leia o relatório] com acadêmicos da Universidade de Cornell e daUniversidade da Califórnia, o Facebook filtrou o feed de notícias de usuários — a corrente de comentários, vídeos, imagens e links postados por outras pessoas em sua rede social. Um teste reduziu a exposição de usuários ao “conteúdo emocional positivo” de seus amigos. Em consequência, os usuários submetidos a este conteúdo manipulado também postavam menos posts positivos. Outro teste reduziu a exposição a “conteúdo emocional negativo”: os usuários reagiram de maneira oposta à do primeiro grupo.
O estudo concluiu: “Emoções expressas por amigos, via redes sociais, influenciam nossos próprios humores, constituindo, segundo sabemos, a primeira evidência experimental de contágio emocional em escala maciça, via redes sociais.”
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