BA – Comunidades sofrem com mineração

mina jacobinaPor CPT Centro Norte, em CPT/BA

Cerca de 150 famílias das comunidades de Jabuticaba, Itapicuru e Canavieiras, do município de Jacobina-BA, estão sofrendo com os impactos socioambientais da mineração de ouro.

Segundo moradores, a situação das famílias piorou muito a partir de 2007 quando a empresa canadense Yamana Gold começou abertamente a exploração. Elas são diretamente impactadas pela contaminação das águas, rachaduras nas casas devido às detonações da mina, ruídos acima do permitido por lei e suas lideranças ainda sofrem intimidações.

Já não bastassem tudo isso, recentemente foi aberta uma nova galeria localizada há menos de um quilometro da comunidade de Jabuticaba.

Na foto, a poeira causada pelas detonações chega às comunidades.
Na foto, a poeira causada pelas detonações chega às comunidades.

“Esta nova galeria está causando grandes transtornos para as famílias com as detonações fora de hora. Na semana passada aconteceu uma detonação que me deixou tremendo por um bom tempo, devido ao susto que eu levei. Além de abalar as estruturas das casas, tem horas que o telhado balança e até caiu um pedaço do reboco de uma casa mais próxima da galeria”, contam Benedito e Edicleide, moradores de Jabuticaba.

Na comunidade de Itapicuru a situação é precária. Além das famílias terem perdido as suas terras, que estão hoje concentradas pela mineradora, já não podem trabalhar no garimpo. Para Claudiana a comunidade tem procurado se defender das ameaças de expulsão do seu território. “Começamos a nos organizar com a ajuda da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em 2010, quando a empresa expulsou todos os garimpeiros que trabalhavam. Fizemos manifestações nas comunidades impedindo o funcionamento da empresa e reivindicando nossos direitos, no momento estamos com uma Ação Civil Pública encaminhada pelo Ministério Público (MP) contra a JMC YAMANA GOLD”, explica.

A situação das famílias é de total insegurança, pois quando a empresa não leva à expulsão, a exemplo de Canavieira, desrespeita os direitos das comunidades e nem mesmo tem cumprido acordos firmados com o MP. Diante disso as comunidades têm se organizado, como a Ação Civil Pública que proibiu o trânsito de caminhões nas estradas dentro da comunidade; têm exigido juntamente ao MP a criação da Comissão de Acompanhamento dos Empreendimentos (CAE), como condicionante exigida pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA); e têm fortalecido a luta através de suas associações, discutindo alternativas de geração de renda e estratégias de enfrentamento a mineradora para a garantia dos direitos e a permanência com dignidade em seu território.

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