Vida longa à poluição do ar! Uma das poucas coisas democráticas de SP, por Leonardo Sakamoto

Leonardo Sakamoto

Cansei de criticar a poluição do ar em São Paulo. Percebi o quanto estava sendo injusto. Afinal de contas, ela é uma das únicas coisas realmente democráticas da minha querida cidade. Pois vai matando todo mundo, lentamente.

Já que ninguém se importou muito, até agora, com nosso modo de vida e as consequências de nosso modelo de desenvolvimento, por que vou insistir nisso neste blog miserável? Devemos, sim, comemorar a ampliação de políticas para fomentar a produção e comercialização de automóveis como forma de manter a economia aquecida e os empregos garantidos. Carbono, enxofre, chumbo? Besteira! É invenção do governo/oposição/estrangeiros/aliens para nos manter subdesenvolvidos.

Qualquer ameba em coma saber que somos reféns de um modelo de transporte atrasado. Seja porque o poder público (com nossa anuência e apoio de montadoras e empreiteiras) manteve, por muito tempo, o foco no transporte individual em detrimento a investimentos pesados no coletivo, criando uma massa que acha que civilidade é ter um carro bom e não uma boa rede de trens, trams e ônibus. Seja porque criamos um sistema econômico que se tornou deles dependente.

“Direitos de quem anda de ônibus, trem e metrô devem ser os mesmos de quem anda de carro, japonês comunista!” (mais…)

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A Polícia da Guatemala Expulsou de Forma Violenta a Resistência Pacífica à Mineração em La Puya

unnamedJames Rodríguez*

Desde março de 2012, centenas de pessoas das comunidades de San José del Golfo e San Pedro Ayampuc, Guatemala, vinham bloqueando de modo pacífico a entrada da mina de ouro El Tambor da Kappes, Cassiday & Associates, uma empresa com sede nos EUA. Os locais acreditam que o projeto industrial vai consumir seu já escasso suprimento de água e afirmam que não houve um processo de consulta sobre a instalação da mina envolvendo os moradores.

No começo do ano, a resistência ganhou uma vitória parcial quando a P&F Contratistas, uma empresa local de maquinário pesado, quebrou seu contato com a KCA por falta de pagamento. Mas depois de várias tentativas frustradas da companhia mineradora de trazer mais máquinas para o local, a polícia expulsou de forma violenta os manifestantes no dia 23 de maio de 2014. (mais…)

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A inversão de papéis na história da prisão do cacique Babau, por Daniela Fernandes Alarcon

Cacique Babau diz que os Tupinambá não vão retroceder um milímetro. Foto: Daniela Alarcón, 2012.
Cacique Babau diz que os Tupinambá não vão retroceder um milímetro. Foto: Daniela Alarcon, 2012.

Tupinambá do sul da Bahia diz que terceira detenção, às vésperas de viagem-denúncia ao Vaticano, teve ameaças claras de morte. Indígenas relatam violações em território ocupado por militares

Por Daniela Fernandes Alarcon, especial para a RBA

Ilhéus – “Eu sou ameaçado de morte, não só pelos fazendeiros, mas pela própria força policial do governo.” Rosivaldo Ferreira da Silva, o cacique Babau – uma das lideranças do povo Tupinambá, que habita o sul da Bahia – vive hoje em um território militarizado e enfrenta mais um lance de um processo de criminalização que teve início assim que os indígenas começaram a recuperar seu território. No último dia 24 de abril, Babau foi preso, após se apresentar à Polícia Federal (PF) em Brasília. Cinco dias depois, uma decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou sua libertação, por estarem ausentes os requisitos legais exigidos para a aplicação de prisão temporária.

O cacique é acusado de envolvimento no assassinato de um pequeno agricultor, Juracy José dos Santos Santana, ocorrido em 10 de fevereiro, na zona rural do distrito de Vila Brasil, município de Una, e teve sua prisão temporária decretada pelo juiz Maurício Alvares Barra, da Vara Criminal da Comarca de Una, dez dias após o caso. A existência do mandado de prisão, contudo, só veio à tona em 17 de abril – menos de 24 horas depois de o cacique receber o passaporte para viajar ao Vaticano, para efetuar denúncias ao papa.

“Nessa última prisão, era para me matarem”, conta Babau, em entrevista à RBA. “Era para eu ser transferido aqui para Ilhéus e já estava tudo certo para a minha execução. Inclusive, quando eu estava preso em Brasília, na cidade de Buerarema fizeram festa. Festejaram e contaram aos quatro ventos: ‘agora nós eliminamos’. Era para ser apenas uma ‘morte de presídio’, como em outros cantos, em que eliminam as pessoas dizendo que é guerra interna dentro do presídio.” Desde 2010 Babau é assistido pelo Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos em razão de numerosas ameaças de morte. (mais…)

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A Peleja do Povo Contra o Dragão de Ferro [Não à Vale e a Carajás!]

Versão reduzida do filme produzido pelo Seminário Internacional Carajás 30 Anos, contando um pouco dos impactos dos projetos de desenvolvimento na Amazônia oriental e das resistências das populações locais a esses processos que, num conluio entre governos e corporações, aumentam a desigualdade, sugam as riquezas naturais e procuram invisibilizar as populações.

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Revoltante: “Caju, a Terra dos Esquecidos”

“Esse vídeo mostra o que todo cajuense já sabe: uso do poder público para ameaçar e punir pessoas; permissão de empresas bilionárias, sem a mínima consciência ecológica se instalarem aqui; fechamento de TRÊS hospitais; concentração de várias usinas de concreto, uma usina de asfalto, vários terrenos para garagens de ônibus e contêineres; fechamento da Av. Rio de Janeiro; fechamento da Casa de Banhos de D. João VI [embora tombada pelo IPHAN]; extinção da Colônia de Pesca da Quinta do Caju; ameaças de remoção de casas da Chatuba; fechamento do CAIC Tiradentes, e por aí vai. Para os que não moram no Caju, por favor, divulguem esse vídeo e nos mandem os seus. Carcará (Comunidades Articuladas do Caju por Reforma e Ação)”.

Para quem não é do Rio de Janeiro e/ou desconhece, o Caju não tem o que resta da Casa de Banhos por mero acaso. Já foi uma bela praia, cujas areias e águas levaram inclusive à recomendação de que Dom João VI lá tomasse banhos que fariam bem à sua saúde. Fora isso e diante do quadro mostrado nesse vídeo, partilhamos uma pergunta em especial da comunidade, que nele não foi explicitada: por que, da noite para o dia, o Caju foi cortado do ‘fantástico’ projeto de revitalização do chamado Porto Maravilha? (Tania Pacheco)

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