Linhas e Línguas, Curt Nimuendajú e os Índios do Brasil

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Espaço Cultural mostra, em fotos e  desenhos e objetos, a trajetória do autor do mais expressivo mapa etnohistórico sobre culturas indígenas de 25 de abril a 26 de agosto, em Botafogo

Baukurs

O Baukurs Cultural, em Botafogo, apresenta, a partir de 25 de abril, sexta-feira, a exposição “Linhas e línguas, Curt Nimuendajú e os índios do Brasil”, etnólogo que traçou o mais importante e minucioso mapa dos povos indígenas no país, no início do século XX.  Alemão de Jena, Curt Unckel viveu mais de 40 anos entre índios brasileiros registrando, com detalhes, os costumes, cultura material  e línguas de mais de 50  etnias indígenas.

O resultado desse trabalho estará à mostra em um evento iconográfico e audiovisual, organizado pela produtora cultural Simone Melo, que tem no currículo várias exposições sobre a cultura indígena feitas no Museu do Índio.  “Desde 2010 aguardo a possibilidade de exibir a pessoa de Nimuendajú através da riqueza visual do mapa histórico aliado ao trabalho de documentação que o Museu faz atualmente dentro do programa Documentação de Culturas e Línguas indígenas”, explica a designer.

O evento vai reunir fotos e imagens do etnólogo, além  da instalação, em escala real, da sua célebre e insuperável obra, o Mapa Etnohistórico do Brasil (1944). O material exposto contará com legendas em português e alemão e ficará em cartaz até 26 de agosto, com entrada franca.

A exposição será ilustrada com objetos contemporâneos de algumas culturas indígenas, citadas nas aventuras antropológicas de Nimuendajú, fornecidas pelo Museu do Índio, assim como filmes históricos correspondentes à época das expedições.  No evento, uma instalação vai apresentar exemplos de línguas indígenas, selecionados por Charlotte Emmerich, pesquisadora e especialista nesse acervo, aposentada do setor de linguística do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Chamam a atenção as 29 fotos selecionadas, que registram a rica e singular trajetória de Curt Nimeundajú entre os índios do Brasil, dando destaque para o seu autêntico espírito ”going native”.  A curadoria da fotobiografia leva a assinatura de Elena Welper, pós-doutoranda em antropologia social do Museu Nacional do Rio de Janeiro (PPGAS/MN-RJ) e integrante do Laboratório de Arte, Ritual e Memória (LARMe) com a pesquisa: Da ‘Moderne Ethnologie’ à etnologia indígena moderna: Curt Nimuendajú e a tradição germânica nas Terras Baixas da América do Sul, financiada pelo Programa de Apoio ao Pós Doutorado da FAPERJ.

O mapa de Nimuendajú tem lugar de destaque na mostra audiovisual, a partir da sua reprodução em grande escala, com consultoria linguística de Charlote Emmerich. O material cartográfico é, até hoje, instrumento  de consulta importante  para os pesquisadores e divulgadores científicos voltados ao estudo dos  índios do Brasil. Elaborado em sua última versão em 1944, ele será reproduzido a partir de um exemplar reeditado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e que se encontra no acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

A programação se completa com a exibição de trechos do filme “Nimuendajú”, debate sobre vivências da língua Guarani, com o pesquisador indígena Alberto Alvares e com a roda de conversas sobre o tema, que acontecerão a partir de maio.

“Linhas e línguas, Curt Nimuendajú e os índios do Brasil” tem produção assinada pelo Baukurs Cultural, com patrocínio do Consulado Geral da Alemanha, no Rio de Janeiro, e apoio do Museu Nacional do Índio/Funai.

Curt Nimuendajú (1883) chegou no Brasil aos 20 anos e até a sua morte, em 1945, ele se dedicou à pesquisa sobre as populações indígenas, tendo sido pioneiro, neste país, na realização de um trabalho de campo longo e sistemático. Suas contribuições, entretanto, ultrapassaram os limites do conhecimento etnográfico, levando-o a ser identificado não apenas como etnólogo mas como indigenista, arqueólogo, coletor e lingüista.(

Sobre o Baukurs 
O curso de alemão Baukurs conta com 35 anos de atividade, atualmente com salas de estudo em Botafogo e na Barra da Tijuca.  Além dos cursos regulares de língua alemã, o Baukurs sempre abriu seu espaço para divulgar a cultura brasileira, alemã e o que mais vier.

Desde o começo, a pequena casa do Jardim Botânico já abrigava encontros para debates que, por serem abastecidos com diferentes sopas preparadas por Thea Miranda ganharam o sugestivo nome de Caldos Culturais. A diretora, que participou do começo do movimento cineclubista logo arrumou uma tela e começou a exibir filmes, sempre seguidos também por debates.

Com a abertura do Baukurs Cultural, em 2010, o cineclube ganhou uma sala equipada com programação temática, que já recebeu visitas ilustres, como a do músico Jorge Mautner, o jornalista Pedro Bial e o cineasta Silvio Tendler, entre outros.  Os caldos ganharam uma versão literária, com lançamentos de livros e até o morro soltou a voz, em encontros de fins de tarde para discutir sobre meio ambiente e cidadania.  As exposições de Fayga Ostrower, Hundertwasser, Marco Terranova, Cesar Dantas; as aulas de teatro de Moacir Chaves e Susana Kruger; as leituras dramatizadas de Selma Egrei e Clarice Niskier, além das apresentações do coral Baukurs com o maestro Julio  Moretzsohn, são alguns dos eventos que fazem parte desses 35 anos de história.

Entre mosaicos, sala de aula, espaço para exposições, um cantinho da casa amarela reserva um patrimônio: a biblioteca Fayga Ostrower, com as obras em alemão da artista plástica, doada pela filha. “Não há lugar melhor para esses livros “, comenta Noni Ostrower.

Ficha Técnica 
Direção executiva: Thea Miranda
Projeto Expográfico:  Simone Melo
Programação visual:  Guto Miranda
Consultoria linguística:  Charlote Emmerich
Curadoria Fotobiografia:  Elena Welper
Consultoria língua Guarani:  Alberto Alvares
Curadoria filme Nimuendaju: Tania Anaya

ABERTURA
25 de abril, às 19 horas

EVENTOS
_Retratando Curt Nimuendajú, curadoria de Elena Welper (LARME PPGAS /MN)
_Instalação do Mapa, com consultoria linguística de Charlotte Emmerich
_Vivência da Língua Guarani, por Alberto Alvares
_Promoção do filme Nimuendajú, por Tania Anaya – NIJU_Projeto
_Palestras: Indigenismo, Linguística, Romantismo e Colecionismo na Obra de Nimuendajú

26 de abril de 2014 a 26 de agosto de 2014
Baukurs Botafogo
Rua Goethe, 15 – Botafogo
Tel: 2294-6017

Segundas a sextas das 10h às 16h. Sábados das 12h às 19h.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por  Ruben Siqueira.

Comments (2)

  1. Gealda,
    não sei qual browse você usa. No Chrome e no firefox funcionam todos… qual o teu?

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