Entidades do movimento negro da Bahia manifestam apoio ao Projeto de Lei 4471/12 que prevê a investigação das mortes e lesões corporais cometidas por policiais. Atualmente estes casos são registrados pela polícia como autos de resistência ou resistência seguida de morte e não são investigados.
As organizações defendem a exaustiva apuração de casos de letalidade derivada do emprego da força policial no intuito de reduzir os casos de execuções cometidas por policiais. O apoio foi manifestado em forma de moção enviada para todos os deputados e deputadas solicitando que o projeto entre em pauta de votação e seja aprovado.
A/C deputados e deputadas
Câmara Federal
Moção de Apoio ao Projeto de Lei 4471/12
Nós, organizações de movimento negro do estado da Bahia, manifestamos nosso apoio à aprovação do PL 4471/12, que altera os arts. 161, 162, 164, 165, 169 e 292 do Decreto-Lei nº3.689, de 3 de outubro de 1941- Código de Processo Penal, prevendo assim o fim dos “autos de resistência” e “resistência seguida de morte”.
Os dados do 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicados em 2013 demonstram que a polícia baiana é a que mais mata, com uma média de mais de uma execução por dia. No caso sobre o assassinato da Sra. Claudia Silva Ferreira, no Rio de Janeiro, foi identificado que dois dos três policiais militares acusados estão envolvidos em 62 autos de resistência.
Defendemos ainda a manutenção do projeto como foi apresentado onde: obriga a preservação da cena do crime; obriga a realização de perícia e coleta de provas imediatas; define a abertura de inquérito para apuração do caso; veta o transporte de vítimas em “confronto” com agentes, que devem chamar socorro especializado; substitui os “autos de resistência” ou “resistência seguida de morte” por “Lesão corporal decorrente de intervenção policial” e “Morte decorrente de intervenção policial”.
No sentido de garantir a exaustiva apuração de casos de letalidade derivada do emprego da força policial e redução substancial dos casos de execuções cometidas por policiais, manifestamos nosso apoio ao PL 4471/12 e solicitamos a aprovação do referido projeto.
Bahia, 31 de Março de 2014
Entidades que assinam:
Afoxé Filhos do Congo |
Aganju – Afrogabinete de Articulação Institucional e Jurídica |
Articulação Interredes de Jovens do Nordeste |
Associação Cultural Aspiral do Reggae |
Associação Cultural de Hiphop Nova Saga |
Associação Cultural os Negões |
Associação de Ogans do Reconcavo |
Associação Socio-Cultural e de Capoeira Bloco Carnavalesco Afro Mangangá ILÊ AIYÊ |
CMA HIPHOP – Comunicação, Militância e Atitude HipHop |
Coletivo Boom Clap |
Coletivo de Assessoria Ciranda |
Coletivo de Entidades Negras |
Coletivo Martin Luther King |
Coletivo Quilombo |
Coletivo Regional de Participação Social |
Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado da Bahia – CDCN |
Conselho Estadual Quilombola |
Conselho Municipal da Comunidade Negra da Cidade do Salvador – CMCN |
Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN) – Bahia |
Corpo Acadêmico dos Negões |
Desabafo Social |
Fórum Baiano de Juventude Negra |
Fórum de entidades do Bairro da Paz |
Instituto Cultural Steve Biko |
Instituto de Mídia Etnica |
Instituto Mão Amiga de Ação Social & Cidadania |
Instituto Odara |
Instituto Palmares de Promoção da Igualdade |
Instituto Pedra de Raio |
Levante Popular da Juventude-BA |
Liga dos Invasores |
Mídia Perifiérica |
Movimento dos Sem Tetos da Bahia – Democrático e de Lutas |
Movimento negro Unificado (MNU) – SEÇÃO Bahia |
Organização Sócio Educativa e Cultural Hip Hop Clã Periférico |
Posse de Conscientização e Expressão – PCE |
Quilombo Educacional da Ilha de Vera Cruz |
Rede de Jovens do Nordeste – Bahia |
Rede Juventude de Terreiro |
Resistência Comunitária |
Revolution Reggae |
Unegro – União de Negros Pela Igualdade |
Vixe Produções |
Estamos precisando de ação deste tipo em todos Brasil.
Asé