Assessoria de Comunicação Incra/MG
O Incra em Minas Gerais (Incra/MG) recebeu, na última semana, a posse de mais uma fazenda que compõe o território da comunidade quilombola Brejo dos Crioulos, localizada entre os municípios de São João da Ponte, Varzelândia e Verdelândia, no Norte do estado.
O domínio sobre a fazenda Bonanza, de 1,4 mil hectares, avaliada em R$2 milhões, é mais uma conquista da autarquia para a regularização dos 17 mil hectares onde vivem cerca de 400 famílias descendentes de escravos.
Outras três fazendas já haviam sido concedidas pela Justiça ao Incra/MG, nas 12 ações de desapropriação por interesse social ajuizadas pela Procuradoria Federal Especializada. Outras duas ações vão ser ajuizadas após a conclusão de procedimentos administrativos.
Ao término das ações e concessão definitiva das áreas ao Incra, mediante o pagamento das indenizações aos proprietários, a comunidade Brejo dos Crioulos será titulada coletivamente em caráter inalienável.
Em Minas Gerais, há 185 processos abertos para regularizar estas comunidades. Consulte aqui as etapas da regularização dos territórios quilombolas.
—
Enviada para Combate Racismo Ambiental por Mayron Borges.
O conceito de descendentes de escravos para os moradores dos grupos locais que compõem a comunidade de Brejo dos Crioulos é estremamente racista e pejorativo, dado que seus antepassados, há mais de 200 anos, já viviam livre no território que vem sendo regularizado.
Nem toda comunidade quilombola é em si de ex-escravos. Em seu passado histórico eram quilombolas no período escravista e há a hipótese de que muitos dos proto-crioulos eram africanos que fugiram à escravidão tão logo aportaram no Brasil. Como ensinaram os ensaístas, crioulos eram os africanos que chegaram ao novo mundo.