Tainá Jara – Midiamax News
As cerca de 30 lideranças indígenas que se reuniram, na tarde desta quarta-feira (19), no prédio do Distrito Especial de Saúde Indígena (DSEI-MS), em Campo Grande, recuaram na proposta de reocupação do local, mas programaram o fechamento simultâneo de sete rodovias de Mato Grosso do Sul para a próxima terça-feira (25). Os índios reivindicam melhorias na saúde e a vinda do coordenador nacional da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), Antonio Alves ao estado.
De acordo com o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Fernando Souza, a decisão de fechamento das rodovias foi definida após a informação de que o coordenador somente teria data para visitar o estado daqui a 20 dias. “Queremos a vinda imediata”, afirma.
Os índios pedem que coordenador faça visitas às aldeias do estado e dialogue com as lideranças para definir melhorias no setor da saúde indígena. Conforme o cacique João da Silva, da aldeia Lalima, em Miranda, a 202 quilômetros da Capital, a falta de ambulância e remédios são os principais problemas. “Tem índio que morre por não ter isto”, relata.
Apesar de não especificarem quais serão as rodovias fechadas, a que dá acesso à cidade de Miranda está na programação. Além dela, as vias que dão acesso aos municípios de Sidrolândia, Nioaque, Dourados, Aquidauana, Caarapó e Tucuru também serão fechadas. “Os fechamentos ocorrerão em horário comercial”, afirma Fernando.
Caso a mobilização não surta efeito, os índios prometem a reocupação do prédio da DSEI-MS, em Campo Grande.
Mobilizações
No decorrer desta semana os índios realizaram manifestações em todo o estado reivindicando melhorias na saúde. Na segunda-feira (17), indígenas das aldeias Jaguapirú e Bororó, de Dourados, distante 225 quilômetros de Campo Grande, realizaram um bloqueio na rodovia MS-156.
Em janeiro, os índios encaminharam documento ao então ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a presidenta, Dilma Rousseff, pedindo alterações na forma de administração da DSEI-MS. Esta foi a segunda carta sem resposta enviada ao Governo Federal. A primeira ocorreu após a ocupação por mais de 40 dias do prédio da DSEI-MS, em setembro do ano passado, que resultou na exoneração do então coordenador Nelson Carmelo Olazar.