CIR – Em 2013, a Secretaria do Movimento de Mulheres Indígenas, instância da Coordenação Geral do Conselho Indígena de Roraima finalizou as atividades do ano, proporcionando as mulheres indígenas resultados positivos, com a execução do Projeto de Aves, em oito etnoregiões do Estado.
O Projeto de Aves foi uma construção coletiva das mulheres indígenas, que apresentaram à Secretaria as suas demandas e necessidades de trabalhar na área da sustentabilidade e gerar a sua própria renda. Uma iniciativa que teve o apoio no valor de quatro mil da Embaixada da Noruega, entidade parceira do CIR, que no ano passado, completou 15 anos prestando apoio às ações em defesa das causas indígenas em Roraima.
Foram beneficiadas as regiões da Serra da Lua, Murupu, Amajari, Serras, Raposa, Taiano, Baixo Cotingo e Surumu, com a quantidade de 350 aves em fase de crescimento para cada região e materiais para construção de um galpão, que serve como abrigo das aves. Uma das regiões que recebeu o projeto foi a região do Murupu, na comunidade indígena Truaru da Serra, local onde ficou centralizado para atender as demais comunidades da região.
A Secretária do Movimento de Mulheres Indígenas, Telma Marques Taurepang, que está à frente da Secretaria a três anos, destaca que o departamento tem o intuito de articular recursos para fortalecer o trabalho das mulheres indígenas na base. Destaca ainda, ter expectativas de que o projeto alcance resultados positivos, de modo que as mulheres e suas famílias sejam beneficiadas.
Visita à comunidade indígena do Truaru da Serra – Região do Murupu
Como parte do compromisso na execução do projeto, no último dia 30 de janeiro, a Secretária Telma Marques Taurepang visitou a comunidade Truaru da Serra, na região do Murupú, local onde o projeto foi implantado.
Foram encontrados no local, dois moradores Lucilene da Silva e Zico Alberto, que prestam apoio ao projeto na atividade de criação das aves.
Lucilene da Silva Ângelo, do povo Wapichana, acompanha o projeto desde o início e agora, busca executar o projeto contribuindo diretamente na criação e crescimento das aves. Lucilene desta que, apesar das dificuldades, o projeto veio para melhorar a condição de vida das famílias, nos sentido de realizar um trabalho coletivo e tendo a perspectiva na geração de renda, com a comercialização futuras de aves. Pois, o momento é de criar e cuidar.
Em relação ao movimento e fortalecimento das mulheres indígenas, Lucilene acrescenta que o projeto é importante, pois despertou o envolvimento das mulheres, porém, ainda é necessária maior participação no processo de criação. Além disso, Lucilene diz acreditar que o beneficio não será individual e sim de todos da comunidade.
Da mesma forma, que a participação das mulheres nas lutas em defesa da terra demarcada foi importante, e continua sendo, a participação masculina também tem sido significativo, mesmo porque a política do movimento das mulheres está voltada para o bem estar da família, com o envolvimento dos pais e dos filhos, um trabalho que é pensando de forma coletiva. Neste sentido, o jovem Wapichana Zico Alberto da Silva Ângelo, tem se empenhado para prestar apoio na execução do projeto de aves. Segundo ele, não é um trabalho fácil, pois são cuidados constantes e diários que devem ser prestados às aves, ainda mais em fase de crescimento.
Zico informou que desde que o projeto chegou à comunidade, há um mês, foi estabelecido um cronograma com o objetivo de organizar a participação de outros membros da própria comunidade para ajudar na criação. Disse também, que apesar das dificuldades, o projeto em si é uma conquista das mulheres, uma alternativa que veio para fortalecer o trabalho na comunidade. Acrescentou que estará a disposição para continuar ajudando as mulheres e espera que outras formas de criação, como capacitação técnica na área de avicultura, sejam ofertadas e venham contribuir nos resultados positivos do projeto.
Também estiveram na visita, Sinéia Bezerra do Vale, Coordenadora do Departamento Ambiental e Territorial do CIR, Mayra Celina Wapichana, da Assessoria de Comunicação e o cinegrafista indígena Alesson da Silva, da comunidade indígena Raimundão, da região do Taiano.
Perspectivas para 2014
Para esse ano, a Secretaria tem a perspectiva de apoio da Fundação Ford, na realização de atividades como seminários, oficinas e outras iniciativas das mulheres indígenas, buscando fortalecer ainda mais o movimento a nível local, nacional e internacional.
As mulheres indígenas, que historicamente tiveram participação direta na luta pela terra, sempre dedicadas pelo bem estar da família, educação dos filhos, pela saúde de forma tradicional e coletiva da comunidade, hoje, elas se deparam com novos desafios. O desafio de desenvolvimento e ocupação do território demarcado e homologado, atuando com responsabilidade e compromisso em defesa de suas terras e comunidades indígenas.
Oi Querida dona Telma, parabens para voçê para ter esta capacidade de ser mulher do povo Indígenas. Ok Continue assim com este Espirito de uma Guerreira.
as mulheres indigenas estão hoje fazendo sua propria historia sem deixar sua cultura e a sua propria indentidade se fragilizar.