MS – “Fazendeiros” invadem sede da Funai em Campo Grande

Fotos: Arlindo Florentino
Fotos: Arlindo Florentino

A sede da Funai foi invadida por mais de 200 pessoas que se dizem “fazendeiros”, por volta das 11 horas. Notícias de agora informam que “estão agredindo os servidores neste exato momento, chamando os homens de vagabundos e as servidores de vadias. A Polícia Federal foi chamada, mas até este instante não compareceu ao local, e a PM evadiu-se”.

Indagados sobre os motivos do protesto, os “fazendeiros” não sabiam explicar, como também desconheciam o que seria Suiá Missu (MT). A manifestação começou esta manhã, em frente à Funai em Campo Grande.

Abaixo, deixamos a informação da Midiamax, com a versão da Famasul, entidade dos ruralistas locais. (Combate Racismo Ambiental).

Fazendeiros protestam contra reintegração de posse dos indígenas em frente à Funai

Nealla Machado e Arlindo Florentino – Midiamax

Proprietários rurais de várias partes do estado estão realizando, na manhã desta terça-feira (19), uma manifestação em frente à sede da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), na avenida Maracaju, centro de Campo Grande. O protesto é contra as reintegrações de posse por parte dos indígenas no estado.

Eles também protestam contra o trabalho de vistoria que está sendo desenvolvido pela Funai. Que, segundo eles, não está sendo justo e não leva em conta os documentos apresentados pelos produtores.

Segundo os manifestantes, a ideia é que o protesto dure por toda a manhã. Eles interrompem momentaneamente o trânsito no local e logo depois o liberam, para chamar a atenção de quem passa.

João Aurélio Damião, 54 anos, é produtor rural em Caarapó e alega não ser contra a demarcação das terras indígenas, mas ele exige a indenização por parte do governo por conta das benfeitorias feitas nas propriedades. “Nunca vi isso acontecer”, afirma.

“Em 30 anos morando em Caarapó, nunca se falou em conflitos entre índios e proprietários rurais. Mas, nos últimos cinco anos, a situação está insustentável na região. Não podemos mais aguentar”, confessa.

Os produtores afirmam que algumas famílias estão há mais de 60 anos nas terras, e que possuem documentos que garantem que o Estado passou diretamente a posse do local para eles. Com esses documentos, eles alegam ainda que podem comprovar que essas terras não têm qualquer ligação com as propriedades requeridas pelos indígenas.

Com informações enviadas para Combate Racismo Ambiental por Gustavo Guerreiro, Glória Freitas e Marcelo Christovão.

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