Governo da Paraíba – A Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória da Paraíba realizará no dia 6 de agosto, em Campina Grande, sua terceira audiência pública. As duas primeiras foram realizadas em João Pessoa e Sapé.
A audiência em Campina Grande será realizada no campus da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) sob a coordenação do grupo Mapa da Tortura. Os integrantes da Comissão vão gravar depoimentos de quatro pessoas que foram torturadas no período do regime militar (1964-1985) em granjas particulares na cidade.
O objetivo do grupo de trabalho Mapa da Tortura é construir um mapa atualizado da tortura no Estado da Paraíba, identificando locais de realização desta prática, traçando o perfil detalhado das vítimas de tortura e compreendendo a tortura como instrumento fundamental de intimidação e repressão, para a manutenção da ordem político-institucional da ditadura civil-militar.
Também são estudados os fundamentos históricos da tortura, as dimensões da tortura, modos e instrumentos da tortura, os espaços da tortura (institucionais e extra-institucionais), análise de documentos e testemunhos.
O professor Fábio Freitas, coordenador do grupo Mapa da Tortura, adiantou que, após as perguntas dos sete integrantes da Comissão Estadual da Verdade, o público na plateia poderá formular algumas perguntas aos quatro depoentes. “A gente está chamando de as granjas do terror os locais onde essas quatro pessoas foram torturadas, e muitas propriedades particulares foram cedidas para esse tipo de prática”, destaca Fábio Freitas.
Ele avaliou que o papel da Comissão Estadual da Verdade é estabelecer a verdade dos fatos, o julgamento fica para outro momento. “Os arquivos do regime militar estão dispersos e precisam ser organizados e esta é a proposta da Comissão”, observou.
O presidente da Comissão Estadual da Verdade, Paulo Giovani Nunes, informou que, além dos preparativos da audiência pública do dia 6, em Campina Grande, a reunião desta terça-feira (30) tratou ainda sobre temas de futuras audiências públicas a serem realizadas nos próximos meses.
Haverá audiência pública para ouvir estudantes paraibanos que foram perseguidos por participarem em 1968 do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Ibiúna (SP). Outra audiência pública vai ouvir políticos paraibanos que foram cassados pelo governo militar.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.