Célia Costa, O Globo
O governador Sérgio Cabral concedeu entrevista coletiva, nesta terça-feira, ao lado do prefeito Eduardo Paes, na Escola Municipal Casimiro de Abreu, que fica na área atingida pelo rompimento da adutora da Cedae, em Campo Grande. Cabral, que foi ao local informar que o estado dará assistência às famílias afetadas, foi hostilizado pelos moradores da região, que chamaram o governador de covarde. Algumas pessoas carregavam cartaz dizendo “Fora, Cabral”. A van que transportava a comitiva com as autoridades foi cercada pela população, que exigiu que ele abrisse os vidros. Houve um momento de tensão, mas o carro conseguiu seguir adiante.
Segundo Cabral, todos os desabrigados ficarão hospedados em hotéis da região, custeados pela Cedae, durante o tempo necessário para a reconstrução das casas. Todas as equipes do governo estão no local atuando, inclusive a Fundação Leão XIII, que está providenciando a emissão de segunda via de documentos perdidos na inundação.
— Essas famílias viveram momentos de terror. Estamos aqui para prestar solidariedade, apoio e acolhimento. Ouvi o relato do primo da menina Isabela (que morreu afogada devido ao vazamento) sobre o desespero da família na tentativa de salvar a criança. Não há perda material que se compare à perda de uma criança. Não podemos deixar de dar uma atenção especial a essa família — disse o governador.
Cabral afrmou, ainda, que o motivo do rompimento da adutora será apurado não apenas pela Cedae, mas também por peritos externos.
Cabral e Paes chegaram a Campo Grande no início da manhã. Devido à força da água, que chegou a 20 metros de altura, várias casas ficaram destruídas e pelo menos 16 pessoas ficaram feridas. Uma menina de 3 anos, Isabela Severo da Silva, morreu ao dar entrada no hospital. Ela engoliu muita água e foi levada à unidade desacordada.
Cedae diz que reconstruirá casas atingidas
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Sérgio Simões, está no local e disse que a primeira informação é de que 10 casas foram totalmente destruídas. O número de imóveis parcialmente danificadas ainda não foi levantado. O diretor de produção da Cedae, Jorge Briard, no entanto, afirmou que a companhia vai reconstruir os imóveis destruídos. Além disso, Jorge Briard disse que as famílias prejudicadas terão todo o apoio necessário. Equipes de assistentes sociais estão no local para atender moradores.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Thiago Lucas.