O papa Francisco está no Brasil desde segunda-feira, 23, para a Jornada Mundial da Juventude, que segue até o dia 28 de julho no Rio de Janeiro, RJ. Realizada a cada dois anos a Jornada reúne jovens católicos de diferentes países para um encontro com o chefe da Igreja
Por Rizza Matos, São Félix do Araguaia, em AXA
A vinda de Francisco ao Brasil mobilizou um forte aparato de proteção e segurança, organizado e financiado pelo governo federal. De acordo com as informações do Ministério da Defesa, cerca 12.259 militares das três Forças e 10 mil agentes estão mobilizados para a visita do pontífice.
Além de criticar os custos dessa viagem, Pedro Casaldáliga, profeta, poeta e bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, acredita que as discussões entre o Papa e a juventude estão limitadas pelo fato do Vaticano ser um Estado. “Francisco veio ao Brasil para uma visita pastoral com a juventude, mas por ser um chefe de Estado é recebido como tal e tudo fica mediado pelas relações políticas que existe entre os dois países”.
Pedro Casaldáliga atua na região de São Félix do Araguaia desde a década de 70. Aqui se tornou bispo, enfrentou a ditadura e denunciou uma centena de violações contra os marginalizados da Amazônia. O pastor dos pobres e índios, na ocasião na investidura de Francisco, em março deste ano, enviou um pedido ao novo papa por meio de seu amigo, Adolfo Pérez Esquivel, prêmio Nobel da Paz. E mais uma vez reforça o que havia pedido a Francisco. “Queremos que a Igreja assuma e a causa indígena e que tenha uma palavra de estimulo para os teólogos”, disse Pedro.
Sobre as manifestações que estão acontecendo durante a visita de Francisco, Pedro defende que “todo mundo tem direito de expressar sua opinião, mas que se deve evitar toda forma de violência”.