Acabamos de postar, como última notícia do Boletim, uma feliz comemoração de que os Quilombolas de Cambury, desde cedo ameaçados de expulsão de suas casas e terras, teriam afinal vencido esta batalha, pois a AGU obtivera, junto à 1ª Vara Federal de Caraguatatuba, liminar contra a reintegração de posse. Pois agora há uma notícia de que “houve erro de data”, e que de fato essa informação não seria de hoje. Publico, abaixo, foto da página da AGU, lamentando que tenhamos todos ficado felizes por conta de “um erro”. Que a AGU se redima, agora, transformando o erro em realidade. (Tania Pacheco).
Rebeca,
Nem vi o texto alterado, mas, pelo visto, a comunicação anda caótica, por lá. Segundo a Agência Brasil/EBC, a liminar foi concedida dia 19, sexta-feira, pelo pelo juiz federal Ricardo de Castro Nascimento. Ainda bem!
Tania.
AGU manipula informação e divulga notícia “atrasada”. A permanência da comunidade quilombola do Cambury não está assegurada. Ao contrário, a comunidade segue apreensiva, aguardando retorno.
espero que essa notícia venha a fazer sentido ainda hoje. espero que possamos de fato comemorar essa vitória.
Reitero aqui o que havia postado noutro lugar. Stefano, jornalista do Reporter Brasil estava em contato comigo, com interesse na matéria. Nisso a AGU lançou essa matéria acima. Estranhei, pois é idenitca a da semana passada. O jornalista entrou em contato com a assessoria da imprensa da AGU, enquanto eu entrava em contato com Andrei, do Cambury. A assessoria de imprensa da AGU disse a ele que de fato, a materia é de sexta feira. A Andreia do Cambury me disse que até o momento a comunidade não tem retorno, continua apreensiva aguardando. Eu mesma entrei em contato com a assessoria de imprensa da AGU, e fui atendida por Wilton, que me confirmou ser de sexta feira a noticia, e que se refere a liminar na justiça federal. Porém, o que hoje ameaça a comunidade é uma decisão da Justiça Estadual. que a assessoria de imprensa da AGU sequer tinha conhecimento. Ele me afirmou, categoricamente, que a decisão da justiça estadual não tinha mais validade. E eu afirmei, categoricamente, que a comunidade está lá, agora, ainda correndo risco de ser posta pra fora de suas terras.
É um absurdo. É muita irresponsabilidade da AGU com a vida de várias famílias que estão lá, vulneráveis, expostas, enfrentando essa violência toda que estamos vendo.
o texto da matéria já foi alterado.
Deveria ser simples, mas não é. Então, vamos por partes:
1. saiu, no saite da AGU, a notícia de que estava tudo resolvido, a qual publicamos;
2. começou a haver um “murmúrio” de que havia algo errado;
3. a Rebeca (antropóloga da USP que vocês devem conhecer) ligou para a AGU;
4. ao telefone, eles disseram para a Rebeca que (1) a notícia estava “com a data errada”; (2) nem sabiam dessa decisão estadual; e (3) a decisão estadual não valia, ante a federal;
5. e, em seguida, trataram de corrigir a data para a sexta-feira passada;
6. só que eu havia fotografado a notícia do saite da AGU, com a data de hoje e tudo o mais;
7. já que é assim, continuo a repetir, como disseram para a Rebeca, que tratem de fazer cumprir a lei federal e garantam as famílias quilombolas (e caiçaras também).
Espero ter conseguido explicar, porque a revolta é grande!
Tania.
Apenas uma pequena correção:
Leia-se “IMBRÓGLIO”, ao invés do que foi erroneamente grafado. Que significa um estado de grande confusão; situação difícil; mal-entendido. Ou FUZARCA, tal como dizem os quilombolas do Cambury.
Alguém pode explicar melhor todo este “imblógio” para que o cidadão comum entenda o que está acontecendo e o que tudo isto significa para os atores quilombolas, cujas VOZES ESTÃO EMUDECIDAS???
Gratos,
Amigos da Estação Memória Cambury.