Revolução compartilhada – [Imperdível de cabo a rabo!]

Manifestantes rendidos na praia de Ipanema. Foto - Mídia Ninja
Manifestantes rendidos na praia de Ipanema. Foto – Mídia Ninja

Por Mariana Claudino e Natasha Ísis, do Canal Ibase

Milhares de pessoas puderam acompanhar ao vivo, sem sair de suas casas, atrás de computadores, tablets e celulares, as manifestações que mobilizaram o país e ganharam força durante a Copa das Confederações. Graças à tecnologia dos twitcastings – em outras palavras, transmissões ao vivo através de gravações feitas por câmeras de celulares. Um dos mais comentados twitcastings, que se transformaram no olhar de milhares de pessoas nas últimas semanas, se chama Mídia Ninja. Para quem não sabe, Ninja é uma sigla: significa “Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação”, mas também pode ser uma metáfora com a corajosa cobertura jornalística que fazem. E o interesse das pessoas não é só em ver as transmissões, mas também participar. Menos de 48 horas depois de a Mídia Ninja anunciar no Facebook que estava procurando tradutores e redatores, o grupo recebeu mais de 2.500 e-mails. O número de pedidos para colaborar com o movimento cresce a cada dia.

No sábado, dia 13 de julho, enquanto a grande imprensa quase ignorava a manifestação durante o casamento da neta de Jacob Barata, o “Rei dos Ônibus”, lá estavam os ninjas mostrando, madrugada adentro, o que acontecia do lado de fora do Copacabana Palace: o bom humor do protesto foi revidado com um cinzeiro que, arremessado da varanda do hotel, atingiu um manifestante no rosto. Dois dias antes, em Laranjeiras, a Mídia Ninja mostrara para quem quisesse ver a truculência dos policiais, que não hesitaram em lançar bombas dentro de prédios nas proximidades do Palácio Guanabara, sede do Governo Estadual – o gás invadiu uma clínica. De capacete e sem identificação na farda, a tropa chegou ao cúmulo de pisar em pessoas deitadas no chão – nem todas participavam da manifestação.

A Midia Ninja nasceu de uma série de discussões políticas que levou à criação da Pós-TV, canal de transmissão ao vivo pela internet.

– Nossa cobertura dos fatos é crua, direta. Quando a Mídia Ninja vai cobrir as manifestações na rua, todas as pessoas que estão em casa se sentem ali com a gente. Não tem helicóptero, não tem link ao vivo, não tem ponto eletrônico da redação. Quem está em casa, assistindo, vê exatamente o que está acontecendo. Talvez por tudo isso, tenhamos chamado tanto a atenção – explica Felipe Altenfelder, que estudou Imagem e Som na Universidade Federal de São Carlos, onde nasceu.

Ele faz questão de esclarecer que o movimento não começou agora. Existe desde o ano passado e boa parte do grupo já se conhece há seis anos, desde a cobertura do movimento Fora do Eixo (ele é um dos fundadores). Como ele mesmo resume, foi uma junção de movimentos culturais e sociais. Juntos, entraram na causa da mídia livre, uma das demandas mais urgentes.

A iniciativa é formada por pessoas que, há seis meses, arregaçaram as mangas e foram para a linha de frente. Assim como eles, outros grupos estão surgindo e chamando a atenção em busca de uma nova forma de jornalismo – como nós mesmos do Canal Ibase, que também estamos nas ruas, em busca de uma cobertura alternativa dos protestos, em parceria com diversos movimentos.

Painel da Coca-Cola queimado pelos manifestantes. Foto: Mídia Ninja
Painel da Coca-Cola queimado pelos manifestantes. Foto: Mídia Ninja

Em apenas três meses de Facebook, a fanpage do Mídia Ninja já tem mais de 70 mil curtidores. No dia do ato em que o painel da Coca-Cola, em São Paulo, foi queimado, a transmissão pela Pós-TV (por onde os vídeos são transmitidos) alcançou a impressionante marca de 80 mil acessos, o que corresponde a quase dois pontos no Ibope. A página dos ninjas no Facebook atingiu a marca de 13 milhões de pessoas alcançadas. A ideia da Pós-TV é ser “a verdadeira TV aberta”, em que o patrocinador são o povo, as entidades e os movimentos sociais.

Na semana passada, a equipe enviou o repórter Rafael Vilela, o Pira, para cobrir a situação política no Egito e na Espanha. Foi a primeira vez que fizeram um financiamento colaborativo, o “crowdfunding”. Para Altenfelder, talvez por causa da credibilidade e da confiança no trabalho da Mídia Ninja, as pessoas falam abertamente em “crowdfunding” com o grupo. Resumindo, querem colaborar. Desde jovens feras em tecnologia, passando por ativistas até jornalistas que foram demitidos recentemente de redações, entre outros.

Uma das responsabilidades do movimento Mídia Ninja é ser democrático. Por isso, todos se intitulam ninjas, já que se trata de uma identidade coletiva, quase uma personagem. Não é anonimato, é identificação. Nas manifestações, as pessoas gritam em alguns momentos: “Midia Ninja, filma isso aqui, ó!” E muitos vão para as ruas apoiar o movimento, estimulados pelo que estão acompanhando ao vivo de suas casas.

Policial apontando. Foto - Midia Ninja

– Estar na manifestação na Maré, no Rio de Janeiro, foi demais, foi potente, importante. Fiquei muito feliz por participar de um ato tão significativo. E estimulante para a continuidade do nosso movimento. O Filipe virou a esquina com o celular na mão e as pessoas já falavam: “Ali, rapá, ó o Ninja! Aê Ninja!, salve Ninja!”. Aí começou um coro “Uh, Mídia Ninja! Uh, Mídia Ninja”. E isso ao vivo na Pós-TV. Isso é muito legal – diz Altenfelder.

E o medo de filmar durante tantos protestos e manifestações, em meio a gás lacrimogêneo e balas – ou não – de borracha?

– Um repórter Ninja que está com celular na mão tem que ser corajoso. E todos dessa equipe são corajosos. Para fazer articulação política tem que ter corajoso. Para produzir as ocupações que a gente faz tem que ser corajoso. E tem outro elemento fundamental: quando estamos fazendo a transmissão, tem milhares de pessoas com a gente, assistindo ao vivo. Dá uma sensação boa, eu sempre penso que não estou sozinho e vou em frente.

Agora o grupo – que mora junto na Casa Fora do Eixo, no bairro do Cambuci, em São Paulo – está organizando esses milhares de colaboradores. A equipe vai trabalhar um espaço grande onde funcionarão a redação, o estúdio do Pós-TV, um núcleo de edição e um núcleo de design. Até pouco tempo, usavam tecnologia 3G para fazer a transmissão. Só na semana passada, no calor dos acontecimentos, é que partiram para um equipamento 4G. Além disso, eles querem colocar em breve no ar o site da Mídia Ninja: a ideia é descentralizar a comunicação através da página do Facebook – que continuará existindo, apenas perde o foco –  e chamar as pessoas para aderirem, cada vez mais, à democratização da informação.

“Chorando para te fazer rir”

Logo depois do dia 20 de junho, com a confusão na Alerj, um grupo de cinegrafistas percebeu que havia uma multidão registrando tudo. Foi aí que eles tiveram a ideia de criar um lugar que centralizasse os principais registros e também produzisse material original com uma proposta diferente – mas complementar – da Mídia Ninja: um trabalho maior de edição e roteirização do que era filmado. E assim nasceu a Tomada.tv, que produziu um dos vídeos mais compartilhados nos últimos dias sobre a truculência da polícia no Palácio Guanabara. A ideia do grupo é catalogar e divulgar vídeos que expliquem o que está acontecendo tanto na linha de frente dos protestos quanto na politica por trás das reivindicações.

– Temos desde os registros de violência policial nas passeatas até pronunciamentos de Dilma Rousseff, Eduardo Paes. E também as paródias que eles originaram. Não queremos fazer uma coisa carrancuda, embora seja difícil fugir disso quando a PM desce o bambu na gente. Mas é um exercício de serenidade quase zen. Temos diversas provas de que o humor funciona nessas situações. O tom das transmissões da Mídia Ninja é um e eles fazem muito bem, aliás. O fato de que nosso vídeo de maior sucesso até agora foi o do Caveirão no Maracanã é outro. O lado de lá faz a gente chorar com gás. A gente tem que fazer rir. Isso até pode virar slogan. Tomada: chorando para te fazer rir – brinca o cineasta Douglas Duarte, que faz parte da equipe da Tomada.

Assim como o pessoal da Mídia Ninja, eles nem pensam em não filmar quando estão no meio das manifestações. Ligar a câmera é uma espécie de comprometimento social e um compromisso em mostrar esse momento importante do país. Desde que começaram a filmar, já levaram gás, granada, pimenta, botinada, escudada, tiros de borracha, estilhaço, xingamento, bomba de efeito moral. Dá medo de estar filmando alguma coisa que não pode ser vista, dá medo da reação dos policiais. Mas um dos maiores medos, por incrível que pareça, são os jatos dos novos caminhões de água da polícia, usados para dispersar os manifestantes. E eles lá, com duas câmeras com lente zoom e tudo.

– O extraordinário desse momento é que te dá uma sensação de inevitável. Não dá para não filmar. Ficar na cara do gol é um detalhe, às vezes dolorido, para mostrar o que está acontecendo. No dia da Copa tomei três tiros de borracha e levei bem perto umas duas granadas angolanas, que têm o dobro da potência. Ver duzentas pessoas prestes a pôr os bofes para fora não é legal. Não é elegante. Não é cidadão. Não é democrático – disse Douglas.

Para Vitor Leite, que também trabalha com cinema, as formas mais pesadas de truculência são ignoradas por boa parte da mídia mas é um assunto urgente, porque o Estado precisa compreender que a repressão não vai funcionar para conter os protestos. Na opinião dele, essa política pode trazer resultados a curto prazo, mas só serve para acirrar as tensões entre policiais e manifestantes, que passam a se encarar como torcidas rivais.

– Temos um outro tipo de material, entrevistas com manifestantes e passeatas pacíficas. Queremos ainda entrevistar políticos, técnicos e artistas. Somos uma organização horizontal que está sempre aceitando novos membros, seja para filmar, garimpar material na rede ou montar o que já filmamos – diz ele, que também trabalha com cinema e é um dos “olhos” da Tomada.

Para eles, todas as formas de registro do que está acontecendo são importantes: a Mídia Ninja, por exemplo, com o ao vivo, é respeitada pela equipe. Já a ideia da Tomada é montar, editar momentos chave do que foi filmado. Assim como está acontecendo a união entre favela e asfalto, a Tomada começa a se articular com o monte de gente que está filmando: tem espaço para todo mundo. Segundo eles, há pessoas que filmam sem um objetivo certo.

– Isso é lindo. Mas esse material não pode mofar em algum HD. Tem que ir para algum lugar. Estamos nos articulando e conhecendo gente via Facebook, telefone, gente que empresta vinagre… o que for – conta Douglas.

“Quebramos o estereótipo do vândalo”

No Rio de Janeiro, um grupo de amigos envolvidos com produção audiovisual começou uma parceria com a produtora Três Filmes para cobrir as manifestações. Foi assim que surgiram os vídeos “2,95 RJ” e “100 Mil RJ”, intensamente compartilhados pelas redes sociais, tornando-se o que se chama de “virais”. O que começou como uma vontade de contribuir para o momento histórico pelo qual passa o estado, foi evoluindo tanto no campo estético como no ideológico a partir do contato entre os realizadores e o público da Internet – e agora vai virar até longa-metragem. É o que conta Leonardo Harim, parte do coletivo de criação:

– O trabalho é coletivo, mas ao mesmo tempo muito pessoal. Queríamos dar um outro olhar às manifestações, contar o que estava acontecendo sem rabo preso com ninguém. Nós estamos na luta pela democratização da mídia, não só no Brasil, mas também no mundo inteiro. E não somos os únicos. Todo mundo tá na rua documentando, fotografando e filmando, seja com câmera ou celular. Por isso também o nosso trabalho é tão bem recebido. As pessoas veem e se sensibilizam.

Mesmo com experiência de campo anterior, os participantes do coletivo se organizam com cuidado antes de ir para a rua. Em uma reunião anterior aos atos, são discutidos os motivos pelos quais eles farão a cobertura, além de serem decididas as pautas e as funções de cada um. Nenhum deles anda sozinho: sempre em duplas por questões de segurança. O trabalho se divide entre o câmera e o “termômetro” – a pessoa que fica ligada no que se passa ao redor, reparando no que é preciso registrar, quando se aproximar e quando se afastar.

– A dinâmica das manifestações é muito louca, a gente nunca sabe o que vai acontecer – conta Harim. – Me sinto do lado dos manifestantes. Estou filmando, mas também protestando. O que me força numa hora de medo é ficar com a camera e filmar. A verdade é que, muitas vezes, a presença da câmera inibe um pouco a violência policial contra os manifestantes. Em certos momentos, não em todos, é claro. Existe a necessidade de esse conflito ser documentado e mostrado por um ângulo diferente do tradicional. Na manifestação do “um milhão” aconteceram atrocidades absurdas da PM e do Choque e não saiu nada na TV.

Para os participantes do coletivo, o fato de a grande mídia não fazer uma cobertura satisfatória é um dos grandes motivos para o surgimento dos canais alternativos. De acordo com Harim, os relatos que invadiram a Internet reafirmam o quanto é democrático o espaço virtual, já que ali estão compiladas diversas opiniões e a conclusão final cabe a cada um, situação que não acontece na mídia tradicional. Além disso, como inicialmente os manifestantes eram classificados como “vândalos” pelos grandes veículos de comunicação, o coletivo considerou ser uma grande vitória quebrar o estereótipo do vândalo com os vídeos.

A Linha de Frente das manifestações

Sem muito tempo para planejar ou discutir bem o que seria feito, surgiu o Linha de Frente, mais um coletivo de audiovisual criado por amigos que se empolgaram com a ideia de participar mais ativamente das manifestações do Rio de Janeiro.

– Vimos que estávamos fazendo algo que seguia em direção à memória daquelas manifestações e, ao mesmo tempo, também estávamos sendo combatentes à truculência policial, já que eles também se sentiam coagidos com a presença da câmera. Além disso, estávamos mostrando o outro lado da manifestação, em contraponto à mídia maior, pois estávamos sempre divididos entre os manifestantes e acompanhando tudo de perto. Por isso a ideia Linha de Frente – conta Jonas Conceição, um dos criadores do grupo.

A estrutura é simples. São pelo menos duas reuniões por semana, uma com foco na discussão política sobre o estado do Rio de Janeiro e outra de avaliação do que é veiculado na grande mídia e outros meios, para que seja decidido o que falta captar na manifestação que virá. No dia do ato, duas pessoas ficam no chamado QG, de olho na cobertura que está sendo feita de onde os outros estão e passando informações para quem está fora. Na rua está o resto da equipe, cada um com uma câmera, mas nunca sozinhos, por questões de segurança.

Segundo Jonas, eles vieram para somar forças com os outros canais alternativos que surgiram recentemente, não concorrer. Afinal, os objetivos são similares, sempre de olho na democratização da mídia. Para ele, a grande disparidade entre o que a mídia convencional noticia e o que se vê nas ruas é o que impulsiona o trabalho do Linha de Frente, que já tem 150 mil visualizações de vídeo somente nos canais do Youtube. Ao mesmo tempo em que a pluralidade de reivindicações dos manifestantes é parte da pauta, os participantes da frente audiovisual também busca registrar a truculência policial, que é desproporcional tendo em vista os acontecimentos.

– A maioria das empresas de comunicação dão muito destaque para o vandalismo frequente, tirando de foco as reivindicações dos manifestantes. Não obstante, nas ruas, notamos que estudantes, idosos, pais e trabalhadores (sejam eles jovens ou não), sabem o que querem: um estado democrático de direito (não o concebido através da lógica liberal, mas do “Princípio da Dignidade Humana”). No dia 30/06 (Final da Copa das Confederações), nossa equipe registrou a dispersão dos manifestantes que estava próxima ao Maracanã. O que vi foi um revanchismo em relação ao policial ferido durante o confronto, pois não havia necessidade da tropa avançar com tanto fogo, visto que os manifestantes já se encontravam em distância considerável. Sem contar que o oficial superior estava completamente sem farda.

A ponte entre quem está na rua e quem está em casa

Outro coletivo que está “bombando”, no sentido mais positivo do termo, é o RioNaRua. Segundo eles, a necessidade de informar durante o que eles chamam de “guerra da informação” foi o que motivou o projeto. Criado em 20 de junho, depois da noite de repressão policial intensa nas ruas do Centro do Rio de Janeiro, a página surgiu no Facebook com a intenção de ser uma central de informações tanto para quem está na rua quanto para quem está em casa. Tudo que é divulgado vem da equipe que está no local e colaboradores externos, mas tudo é checado com muita atenção antes de ir para a página. Para eles, mais do que promover o acesso à informação, a função do RioNaRua é contribuir para a construção do conhecimento necessário para a vida democrática.

O trabalho é quase todo online. Antes de irem para as manifestações, os membros do coletivo se reúnem para decidir quem ficará na rua e quem estará na base, sempre de forma horizontal e não hierárquica. Formadas as equipes, cada um pode decidir sua função livremente, seja fazendo fotos, vídeos ou simplesmente enviando mensagens de celular com informações importantes.

“Temos sempre em mente que estamos trazendo informações para manifestantes, como nós, e isso é muito positivo para identificarmos o que é relevante e o que não é. Por exemplo: para grande mídia pode não ser relevante avisar que há uma barreira policial numa rua mais à frente no percurso programado, mas sabemos que, para os manifestantes, essa informação pode valer ouro. Então postamos”, declarou o coletivo em resposta para esta reportagem.

Por terem recebido resultados extremamente positivos de maneira rápida, o RioNaRua aponta a necessidade de mudanças profundas no campo midiático no Brasil. A cada cobertura online, que tem duração entre 5 e 9 horas, o número de seguidores cresce significativamente. O número de “curtidas” na página do Facebook já chegou perto de 700 em apenas uma manifestação e, depois das informações divulgadas durante as manifestações da greve geral do dia 11 de julho, os membros receberam agradecimentos por terem “salvado muita gente”.

Para eles, o sucesso das mídias alternativas que surgiram com as manifestações são prova da necessidade de se pensar em novas formas de produzir informação no Brasil, principalmente tendo em vista a função social da imprensa que, de acordo com o coletivo, não parece estar sendo levado muito a sério pela grande mídia.

“É curioso que uma página criada há apenas duas semanas já tenha essa repercussão. Podemos ver aí um sinal claro da profunda e séria carência que a população brasileira tem de informações confiáveis e verdadeiras. É um sinal da falência de credibilidade da mídia tradicional e da sua incapacidade de responder às verdadeiras necessidades da população e não dos emissores do discurso oficial do governo e da polícia”

Assim como os grupos relatados acima, há outros tantos cinegrafistas e outras pessoas dispostas a se arriscar, em prol da formação de uma cobertura democrática dos protestos. E o lugar onde todo mundo se encontra é no espaço mais democrático que há: a rua. Foi nela que a própria reportagem do Canal Ibase, também parte da luta pela democratização da mídia no Brasil iniciou contato com esses grupos. No melhor estilo da construção de uma comunicação alternativa, nasce um estilo de cobertura baseado em parcerias, sem direitos reservados (o copyleft) e com múltiplos olhares. Nasce no Brasil uma nova forma de pensar a comunicação e, embora ela comece sua relação com os espectadores em casa, atrás de tablets e celulares, ela quer mais. O que se pretende é despertar.

Comments (2)

  1. ótima ideia, Sebastião. A cidade e o mundo são as grandes salas de aula e os produtos da Midia Ninja podem gerar debates nas aulas de Língua Portuguesa, matemática Historia, Sociologia e Filosofia, pequenas salas de aula das escolas, engrandecendo-as

  2. Muito bom!

    Outro passo é multiplicar em DVD’s para quem não tem acesso a internet e mostrar em reuniões, palestras, escolas. Penso isso porque sou professor em escolas mais carentes.

    Sebastião

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