Nós, mulheres indígenas de Rondônia, Sul do Amazonas e Noroeste do Mato-Grosso, ao tomarmos conhecimento da manobra urdida no colégio de lideres da câmara dos deputados que pretendem revogar em regime de urgência sem qualquer discussão o capitulo “Dos índios” da constituição brasileira, queremos tornar visível a nível nacional e mundial a nossa indignação diante da grave situação de desrespeito aos nossos direitos, a conjuntura política e indigenista do atual do governo é prejudicial as nossas vidas.
Não podemos permitir que este governo crie uma Lei Complementar para regular as situações extremas em que o relevante interesse publico da União seja totalmente beneficiado, imponha a exceção aos nossos direitos.
Destacamos que o projeto de lei em foco pretende simplesmente ir de encontro com o interesse de grandes proprietários de terras, e de outros grupos econômico em interesse público do próprio estado. Desconsiderando a violação de nossos direitos, sem levar em conta que é dever do Estado defender e proteger os direitos dos povos indígenas, já que a nação brasileira tem uma divida impagável conosco, porque jamais trarão de voltas os povos indígenas que em nome do progresso fora extintos.
Diante de tamanha barbaridade e desumanidade exigimos do governo brasileiro que respeite nossos direitos e trate nos como seres humanos… Ao invés de tentar nos exterminar com sua política genocida, devolva-nos o que nos pertence, nossos territórios sagrados que é nosso por direitos e deve ser demarcado e protegidos pois é neles que continuaremos reafirmando nossos valores culturais.
Queremos uma política de qualidade que respeite nossos direitos, onde o governo não tenha somente vontade política, mas que ponha em pratica uma política indigenista, realmente nova, democrática e sincronizada com os anseios dos nossos povos e organizações.
Diante disso pedimos a sociedade civil organizada que nos apoie, reafirmamos ainda que nos povos indígenas com base em nossa próprias e verdadeiras histórias, valores culturais contribuímos muito com o crescimento e desenvolvimento sustentável do país. Na perspectiva de vossas solidariedade, unidos a vos queremos fazer parte da construção de uma sociedade justa e de um Estado verdadeiramente pluri-étnico e democrático, Onde todos tenhamos direito a vida em sua plenitude e que os povos indígenas brasileiros não sofram e nem vivenciem nenhum tipo de violência ou genocídio.
Maria Eva Canoé
Coordenadora /OMIRAM
Guajará-mirim,15 de julho de 2013.
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Compartilhada por Kamintxi Pejaké.