Caso ex-agente norte-americano faça o pedido, este será aceito, segundo o presidente boliviano
OPERA MUNDI – O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse neste sábado (06/07) que dará asilo ao ex-agente da CIA e da NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA), Edward Snowden, responsável pelo vazamento de informações sobre programas de espionagem dos Estados Unidos, caso o pedido seja realizado.
As declarações foram realizadas no município de Chipaya, no estado boliviano de Oruro, quando o líder indígena afirmou que a medida seria um “protesto justo” contra o bloqueio a que seu avião sobrevoasse países europeus. Na terça-feira, ao sair de Moscou, o avião presidencial foi impedido de passar por França, Itália, Espanha e Portugal, forçando o presidente boliviano a fazer uma escala de 13 horas na Áustria e gerando uma crise diplomática entre países europeus e latino-americanos.
“Quero lhes dizer, deste povo originário Chipaya, que de noite estava refletindo que como protesto justo quero dizer que agora vamos dar asilo se este norte-americano, perseguido por seus compatriotas, nos pedir”, afirmou Morales, segundo a ABI (Agência Boliviana de Informação). O presidente boliviano disse ainda não ter medo pelo fato de ter sido acusado de transportar o ex-agente da CIA em seu avião.
“Se nos pede legalmente, vamos dar asilo para saber as informações que o governo dos Estados Unidos nos controlava, sem nenhum problema, companheiros e companheiras, que saiba todo o mundo”, ratificou o líder boliviano. Segundo ele, o asilo será concedido por “razões humanas”.
Com o anúncio, Snowden acumula três ofertas de asilo em países latino-americanos, já que os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Nicarágua, Daniel Ortega, também se mostraram dispostos a receber o norte-americano em seus países.
Maduro anunciou ontem à noite que concederia asilo a Snowden, para que ele pudesse morar “na pátria de Bolívar e de Chávez”. Seu objetivo, segundo ele, seria proteger o jovem norte-americano, “que o que fez foi dizer a verdade” da perseguição do “mais poderoso império do mundo”.
Já Ortega disse que concederia asilo a Snowden na Nicarágua “se as circunstâncias permitirem”, apesar de não ter explicitado quais circunstâncias seriam essas.