Partindo da experiência narrada por agricultores e agricultoras, lideranças comunitárias, agentes de pastoral, ambientalistas, religiosos/as, estudiosos/as e cientistas, é possível ter ideia das sagas da exploração do urânio no Brasil no século XXI.
Diferente do que anunciam as grandes campanhas publicitárias ou agências do governo brasileiro envolvidas na atividade, há muito mais a ser conhecido. O drama de famílias que perderam a possibilidade de viver da produção no campo pela proximidade com a mina, a eclosão de doenças que são invisibilizadas pela conivência ou omissão dos serviços públicos de saúde, o assédio moral vivido pelos trabalhadores da mineração, a poluição das águas, a perda da terra são alguns dos elementos que não aparecem numa primeira vista d’olhos a essa questão.
O documentário produzido pelo Núcleo Tramas da UFC, em parceria com a Articulação Antinuclear do Ceará, tem por objetivo mostrar, a partir da experiência da exploração de urânio em Caetité, na Bahia, as possíveis consequências para a projetada exploração da mina de Itataia, na divisa entre os municípios de Santa Quitéria e Itatira, no Ceará.
Nesse sentido, promove o diálogo entre os sujeitos dos dois estados nordestinos, na tentativa de evitar que as populações cearenses vivam os impactos que hoje são sofridos pela população baiana do entorno da mineração de urânio.
Os esforços envidados são no sentido de realmente alertar a população, não só a das comunidades e municípios envolvidos no drama em que se revela esse tipo de exploração, mas a sociedade de um modo geral para a corresponsabilidade na mobilização para a exigibilidade dos direitos das populações impactadas.
No tocante aos governos, o documentário é um recado — das comunidades já impactadas e das que não desejam ser — que intenta advertir e pressionar os poderes públicos instituídos a revisar os critérios de investimentos de recursos públicos em atividades degradadoras, poluentes e desarticuladoras dos modos de vida das populações onde se instalam os empreendimentos de exploração de urânio.
Gênero: Documentário
Duração: 1h05min
Realização: Núcleo TRAMAS/UFC – Trabalho, Meio Ambiente e Saúde em parceria com a Articulação Antinuclear do Ceará (Cáritas Diocesana de Sobral, Comissão Pastoral da Terra, Movimento dos trabalhadores Rurais sem Terra e Núcleo TRAMAS/UFC).
Roteiro e direção: Gigi Castro
Câmera, fotografia, edição: Lília Moema
Produção: Ana Cláudia de Araújo Teixeira
Coordenação de Produção: Raquel Maria Rigotto
Finalização/autoração: Cabeça de Cuia Filmes
Animação, títulos e caracteres: Luziany Gomes
Capa: Carlitos Pinheiro
Filmagens realizadas em Caetité/BA em julho de 2012 e no Ceará, entre agosto e dezembro do mesmo ano.
Agradecimento a todas as pessoas, entidades e instituições que colaboraram para a produção deste documentário.
Fortaleza/CE – abril de 2013.
Contato do Núcleo TRAMAS/UFC: [email protected]
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Enviado para Combate Racismo Ambiental por Luciene Lacerda.