O governo venezuelano informou neste sábado que “não se encontrou evidência” do massacre de 80 indígenas da etnia ianomâmi em uma área de selva na fronteira com o Brasil, denunciada por ONGs e um deputado opositor. “Após estas visitas que realizamos nas comunidades indígenas, podemos dizer ao país que não foi encontrada evidência de nenhuma morte ou não se encontrou evidência de casa ou “shabono” (cabana indígena) incendiada nestas comunidades assinaladas como cenário deste suposto crime”, disse ao canal do Estado a ministra para os Povos Indígenas, Nicia Maldonado.
A ministra lembrou que “diante das denúncias” recebidas, o Estado venezuelano fez uma “visita às comunidades ianomâmis” com uma comissão de fiscais, policiais de investigação e militares, como informou na sexta-feira o ministro do Interior Tareck el Aissami. A comissão especial foi designada pela Procuradoria Geral para verificar os fatos após receber na segunda-feira uma denúncia da organização pró-indígena Horonami, segundo a qual 80 ianomâmis morreram no dia 5 de julho após um suposto ataque de um helicóptero. O deputado opositor Andrés Avelino Álvarez, da Comissão de Povos Indígenas, disse que apenas três integrantes da comunidade Irotatheri, no município Alto Orinoco, sobreviveram ao massacre feito pelos ocupantes de um helicóptero com “identificação brasileira”.
No último dia 29, o secretário de Assuntos Indígenas do Governo de Amazonas, Hilario Linares, declarou que três sobreviventes da tragédia, que estavam naquele momento caçando, relataram que um helicóptero sobrevoava um “shabono”, onde estavam os habitantes, e “escutaram” os disparos.
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