PE – Instituições reagem após cenas de intolerância religiosa contra Terreiro de Matriz Africana

As imagens do ato, na noite do domingo (15), na Rua Manuel Souza Lopes, no Varadouro, em Olinda, Grande Recife, estão disponíveis nas redes sociais da internet. Com faixas e gritando palavras de ordem, um grupo evangélico tentou invadir a casa do Pai Jairo de Iemanjá Sabá.

O episódio ocorre uma semana após o caso do assassinato de um garoto de oito anos no Brejo da Madre de Deus, no Agreste. A polícia diz que o menino, que carregava frete na feira, foi morto durante um ritual a mando de um pai de santo.

Dias depois, terreiros no distrito de São Domingos e em Santa Cruz do Capibaribe (Agreste do Estado) foram atacados por vândalos. Em Olinda, as testemunhas não conseguiram identificar de qual igreja evangélica partiu a ofensiva. Érico Lustosa, babalorixá do centro Ile Obe Togum saiu em defesa das tradições de matriz africana e afro-brasileira.

Estudiosos de religião explicam que não há sacrifícios de humanos nas tradições de matriz africana e afro-brasileira. Representantes de vários terreiros estiveram reunidos nesta terça (17), no Palácio de Iemanjá, no Alto da Sé, em Olinda.

O ataque a casa do Pai Jairo de Iemanjá Sabá será investigado pelo Ministério Público e delegacia de polícia. O secretário-executivo de promoção da igualdade étnico-racial do Estado, Jorge Arruda, fala da reunião marcada para à 9h, desta quarta-feira (18).

DO JC ONLINE – Centenas de evangélicos com faixas e gritando palavras de ordem realizam protesto em frente a um terreiro de matriz africana e afro-brasileira – candomblé, umbanda e jurema. As imagens poderiam ser de um filme sobre a Idade Média. No entanto, foram registradas no domingo, no Varadouro, em Olinda, Grande Recife. As cenas de intolerância religiosa circularam ontem nas redes sociais e provocaram a revolta de milhares de internautas.

 

As imagens foram captadas pelo filósofo e babalorixá Érico Lustosa, vizinho do terreiro alvo dos ataques. Segundo ele, por pouco os evangélicos não invadiram o espaço. “Eles gritavam ‘Sai daí, satanás’ e forçaram o portão. Foi aí que me coloquei em frente ao portão e meu filho começou a gravar. Um deles gritou para a gente tomar cuidado, que ele era evangélico mas era também um ex-matador”, relembrou.

O fato ocorreu uma semana depois que pessoas invadiram terreiros em Brejo da Madre de Deus, no Agreste, após o assassinato de uma criança, segundo a polícia, a mando de um pai de santo. Pesquisadores dizem que essas religiões não realizam sacrifício de humanos.

Com a repercussão nas redes sociais – o vídeo teve mais de 1,5 mil compartilhamentos no Facebook e cerca de 400 visualizações no YouTube em menos de 12 horas – representantes de dezenas de terreiros se reuniram, ontem à tarde, no Palácio de Iemanjá, no Alto da Sé, em Olinda.

Fonte: Rádio Jornal Pernambuco

Instituições reagem após cenas de intolerância religiosa contra Terreiro de Matriz Africana

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