Sociedade civil tentará incluir no texto temas que considera prioritários

Carolina Gonçalves e Renata Giraldi, enviadas especiais da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Sob impacto do rascunho do documento da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), representantes da sociedade civil intensificaram hoje (17) os debates, na tentativa de incluir temas considerados prioritários no texto final. Os participantes dos debates paralelos se concentram nos esforços para que suas recomendações cheguem às mãos dos 115 chefes de Estado e de Governo, nos próximos dias 20 a 22.

Para a sociedade civil, é preciso redefinir os caminhos trilhados pelos governos para garantir que o desenvolvimento sustentável seja um instrumento de combate à pobreza. Nas sugestões, os grupos da sociedade civil querem estabelecer propostas para os novos padrões de consumo e produção nos vários países e medidas que assegurem a preservação das florestas.

Esses são alguns dos temas, apontados como prioritários, da agenda internacional de sustentabilidade da Rio+20, que integram os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. Os debates estão divididos em dez painéis, que tratam de dez diferentes assuntos, e vão até terça-feira (19). (mais…)

Ler Mais

Documento preliminar da Rio+20 exclui controvérsias e faz recomendações gerais sobre temas polêmicos

Renata Giraldi e Carolina Gonçalves, enviadas especiais da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A última versão preliminar do documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), a que a Agência Brasil teve acesso, mostra que os temas controvertidos, como definições de recursos e metas pontuais, foram excluídos. O texto é amplo e generalista, mas ressalta aspectos sociais, como as parcerias para a erradicação da pobreza, a melhoria na qualidade de vida nos assentamentos, transportes e educação, além do combate à discriminação por gênero.

O rascunho foi negociado até a noite de ontem (16), sendo que só as delegações dos 193 países, organizações não governamentais e alguns movimentos da sociedade civil tiveram acesso ao texto. Nele, há 50 páginas, indicando que pelo menos 30 das propostas iniciais foram retiradas. No começo da conferência, o documento apresentado tinha 80 páginas e, anteriormente, chegou a ter 200 páginas.

No texto, não há menção sobre a criação do fundo anual de US$ 30 bilhões, a partir de 2013, e que  alcançaria US$ 100 bilhões em 2018. A proposta defendida pelo Brasil e por países de economias em desenvolvimento foi rejeitada pelas nações mais ricas. (mais…)

Ler Mais

Membros do governo debatem a reforma agrária

por Convergência de Comunicação da Cúpula dos Povos – MST

A Fundação Perseu Abramo, em parceria com o Partido dos Trabalhadores (PT), realizou debates sobre a questão agrária brasileira nesta sexta-feira (15), como parte da Cúpula dos Povos. Participaram do painel O Agrário Brasileiro e a erradicação da pobreza  com sustentabilidade ambiental o deputado Padre João; Renato Maluf, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea); Guilherme Cabral, secretário de extrativismo e desenvolvimento rural sustentáve; e Leonardo Veloso, secretário de agricultura e membro do grupo de estudos em agrobiodiversidade.

Os debatedores discutiram a crise alimentar sob diferentes perspectivas. Para Renato Maluf, a crise dos alimentos é sistêmica e está articulada à crise econômica, ambiental e energética. “A pobreza rural e a fome no campo só podem existir numa sociedade desigual e injusta, pois não ter comida para o camponês, que produz alimentos para a sociedade, é cruel”. (mais…)

Ler Mais

Articulação Nacional de Agroecologia debate alternativas para o Agronegócio

Comunicação de convergência da Cúpula dos Povos – MST

A Articulação Nacional de Agroecologia- ANA- realiza, durante os dias 15 e 16, como parte Cúpula dos Povos, o seminário “Agricultura familiar e Camponesa e Agroecologia como alternativa à crise do sistema agroalimentar industrial”. A primeira palestra teve como tema Crise alimentar mundial e desafios à soberania alimentar. Participaram da palestra Aksel Naerstad, da Coalizão More and Better; Maria Emília Pacheco, da FASE/Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil; Pat Mooney, Membro do Grupo de Ação sobre Erosão, Tecnologia e Concentração (ETC, sigla em inglês). A mesa foi coordenada por Jean Marc Von der Weid, da Agricultura Familiar e Agroecologia (AS-PTA).

Aksel iniciou a palestra indagando que crise alimentar o mundo sofre hoje. “ A crise alimentar é permanente: em 1992, época da Rio92, havia 858 milhões de pessoas passando fome. Há muito alimento no mundo para alimentar o dobro da população mundial. Parte desse alimento se perde no armazenamento, parte é usada em alimentação de animais, além do desperdício nos restaurantes, que, se fosse evitado, poderia alimentar o 1 bilhão de pessoas que passa fome. Ele salientou que a verdadeira crise está na concentração de poder em poucas grandes empresas multinacionais alimentícias, que acabam com a diversidade alimentar e poluem o meio ambiente devido ao uso de agrotóxicos e fertilizantes. (mais…)

Ler Mais

Cúpula dos Povos: Rio+tóxico Santa Cruz (dois vídeos)

Vídeo do Coletivo Catarse que mostra a visita de participantes de Cúpula dos Povos na área de Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro. Nesta região, 12 mil pessoas estão sendo diretamente afetadas pela Companhia Siderúrgica do Atlântica (TKSA). Além de prejuízos à saúde e ao trabalho, os moradores têm seus diretos constantemente pisoteados pelas práticas criminosas da empresa. Saiba mais: http://riomaistoxico.hotglue.me.
Câmera: Tiago Rodrigues; Fotos e Edição: Têmis Nicolaidis. (mais…)

Ler Mais

Movimentos sociais e organizações debatem os malefícios dos agrotóxicos

Convergência de Comunicação da Cúpula dos Povos – MST

A Via Campesina, em sua primeira atividade na Cúpula dos Povos, debateu a questão dos agrotóxicos no campo, em conjunto com outras organizações, como os Amigos da Terra e a Abrasc o e a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz). Participaram do debate Cláudia Gerônimo, dos Amigos da Terra da Guatemala, Cléber Folgado, membro da Via Campesina e coordenador nacional da Campanha Nacional Contra os Agrotóxicos e pela Vida, Fábia Londres, da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e Lia Giraldo, da Fiocruz.

Cláudia falou de sua experiência pessoal com os agrotóxicos. “Quando estava na universidade de agronomia, tive que aprender a aplicar agrotóxicos. Fui completamente desprotegida, passei mal e um professor me resgatou de lá”. Ela afirma que não é possível garantir que as pessoas se protejam, pois as instruções não são claras, além do fato de muitos camponeses não conseguir ler os rótulos de proteção.

Segundo Cláudia, na Guatemala, assim como no Brasil, os produtores são incentivados pelo governo a utilizar agrotóxicos. “Fiquei perplexa com o fato de que não há incentivo à outra alternativa para produzir. Acredito que devemos adotar o modelo agroecológico, que para mim deve ser amigável ao meio ambiente, sem uso de venenos e resgatando conhecimentos ancestrais de produção. Ao ver que os agricultores são forçados a usar agrotóxicos, sinto que nossos conhecimentos estão sendo tolhidos”. (mais…)

Ler Mais

Cúpula dos Povos e o G20: encontros opostos

Nota à imprensa do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20

Não é pura coincidência que a Cúpula do G20 se realizará no México os dias 18 e 19 de Junho, dois dias antes da Rio+20. Ambas as cúpulas são certamente acontecimentos muito diferentes, sobretudo em termos de legitimidade, transparência e multilateralismo.

Quando o G20 anunciou que uma das cinco prioridades da agenda para a Cúpula deste ano era o que chamam de “crescimento verde”, começou a se desvelar a ameaça que agora aparentemente se consolida. A presença no México dos presidentes das maiores economias, muitos dos quais não virão ao Rio de Janeiro,  complementa as notícias de que as principais decisões a serem adotadas na Rio+20 já chegarão em um pacote pronto e definido pela reunião do G20. Assim, a atual correlação de forças no mundo utilizará mais uma vez o caminho da imposição de sua lógica dominante.

Os movimentos sociais e organizações da sociedade civil, que realizamos neste momento a Cúpula dos Povos no Rio de Janeiro, repudiamos e denunciamos este acionar que reforça não só o sistema econômico que vem promovendo a mercantilização e financeirização da natureza, como que já sem nenhum pudor, impõe o sequestro das democracias do mundo. (mais…)

Ler Mais

À margem da Rio+20, “Cidade dos Meninos” tem mais de 90% de moradores contaminados por pesticida

Hanrrikson de Andrade, do UOL, no Rio

A quase 131 km do principal palco da Conferência Rio+20, o Riocentro, na zona oeste do Rio de Janeiro, cerca de duas mil pessoas lutam desde a ECO92 para inverter a imagem de “terra amaldiçoada” –forma como muitos se referem ao local– atribuída à Cidade dos Meninos, no distrito de Campos Elíseos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 97,2% dos moradores estão contaminados por substâncias como HCH e DDT (compostos utilizados na produção de pesticidas).

A aposentada Lourdes da Silva, 79, que vive na região há 58 anos, foi uma das primeiras moradoras a sofrer a contaminação. Ela afirma que foram muitas as promessas do Ministério da Saúde a respeito da necessidade urgente de descontaminação da localidade. Porém, na maioria das vezes, a resposta dada foi a de que seria “mais barato” retirar a população do que implementar uma política adequada. (mais…)

Ler Mais

Índios no caminho da Copa

Carlos Tucano quer recuperar o espaço, sob risco por causa das obras do Mundial. Foto: Dario de Dominicis

É frenético o ritmo dos gigantescos caminhões e das centenas de operários empenhados em transformar o Estádio do Maracanã, na zona norte carioca, em arena high tech. Trabalham dia e noite nas obras para a Copa do Mundo de 2014 e, ao custo até o momento de 800 milhões de reais, preparam o tradicional complexo desportivo para ingressar no futuro.

Bem ao lado da megaempreitada há um espaço praticamente ignorado, onde o tempo parece correr no sentido inverso. Separados do estádio apenas por um muro, algumas famílias indígenas ocupam o velho prédio e o terreno onde há 102 anos foi criado o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), atual Funai. Vivem ali em ocas de pau a pique, se alimentam de raízes e pescado, realizam cultos ancestrais e ensinam o tupi-guarani. “Queremos que esse espaço volte a abrigar o Museu do Índio”, explica o cacique Carlos Tucano, de 52 anos, um dos pioneiros da ocupação iniciada em 2006.

A não ser pelos desenhos indígenas pintados no muro, não há qualquer indicação de mobilização naquele lugar. Milhões de habitantes da cidade passam por perto diariamente, na movimentada Avenida Radial Oeste, certos de não existir ali mais que um prédio de dois andares em pré-ruína, a ponto de desabar. Se não chama a atenção em sua própria terra, o abandono do prédio e a luta dos indígenas que ocupam o lugar foram tema de discussão em Genebra, onde integrantes da ONU pediram que o avanço das obras da Copa não represente o despejo do grupo. Vários daqueles índios tomarão parte dos debates da Rio+20, a partir de 15 de junho no Acampamento Terra Livre. No evento, vão tentar chamar a atenção da população para a causa, mas não se mostram muito otimistas quanto ao resultado. (mais…)

Ler Mais

Polêmica sobre livro de Lobato acusado de racismo pode acabar em setembro

Após quase dois anos de embates entre especialistas, Conselho Nacional de Educação e ministérios, STF marca audiência de conciliação para definir solução

Priscilla Borges – iG Brasília

Depois de uma longa polêmica, idas e vindas de pareceres entre o Conselho Nacional de Educação e o Ministério da Educação, críticas de todos os tipos, finalmente o futuro do livro Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, nas escolas brasileiras será definido. Mas não será a área educacional quem resolverá sozinha esse imbróglio. Quem vai mediar a decisão é o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em outubro de 2010, o uso do livro de Monteiro Lobato se tornou o centro de uma polêmica sobre as obras literárias que poderiam fazer parte do cotidiano das crianças brasileiras. O Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou um parecer recomendando que os professores tivessem preparo para explicar aos alunos o contexto histórico em que foi produzido, por considerarem que há trechos racistas na história. (mais…)

Ler Mais