Mais dois “causos” de advogados populares, para fechar o ano

“Causo” 1: João Lisboa, cidade do sudoeste do Maranhão. O advogado, que tem “cara de mauricinho”, chegou à Vara e foi recebido cordialmente pela secretária, que fez questão de contar a ele toda a estratégia que seria usada contra o MST no processo. Hora da audiência, e qual não foi a surpresa quando ele, de terno e gravata, óculos, cabelo cortadinho e jeitão de “bom moço”, sentou à mesa do lado dos sem terras? A secretária não se conteve e soltou o famoso: “Mas o senhor é advogados dos sem terras?”.

Comentário do narrador: “Foi uma cena até engraçada, porém realística. Primeiro, pelo fato de se imaginar (o que não perguntei) qual seria o estereótipo de um advogado de sem terra; e, segundo e mais grave, por deixar implícita a crença de que “este tipo de gente” não merece defesa.

“Causo” 2: Magalhães de Almeida, região do Baixo Parnaíba. O mesmo advogado chega à cidade para fazer audiência. Desce do ônibus de bermuda, chinelo e camisa do MST. Um companheiro do Movimento, que foi buscá-lo, olha para ele e pergunta, preocupado: “O senhor que é o nosso advogado?”. Tempo. Devidamente vestido e com o “visual que se espera”, ele encontra novamente o companheiro, que, aliviado, afirma: “Agora, sim; temos um advogado!’.

Comentário do narrador: “Fazer o quê? Óbvio que não é regra. Mas serve para algumas reflexões”.

TP.

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